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Zine ØØ:
Editorial de Março/Abril!
Março/Abril? Mulheres, Índios e Ovos de Páscoa! Héin?!
......................................................................................... Editorial de Março/Abril!
Março/Abril? Mulheres, Índios e Ovos de Páscoa! Héin?!
Danças Negras
Teatro Cacilda Becker
[Primevos Gestos + Cadiquê?
+ Reú do Sindicato!]
outras danças negras:
– d i a l o g a n d o !!
Teatro Cacilda Becker
[Primevos Gestos + Cadiquê?
+ Reú do Sindicato!]
outras danças negras:
– d i a l o g a n d o !!
Carmem Luz
- uma luz na articulação das danças negras
*Depois da OBJ, Poeta Xandu esteve no teatro para assistir aos espetáculos: Primevos Gestos, Cadiquê? e (quase fui!) na Reú do Sindicato da Dança RJ. Carmem inspirou, valeu do Zine00 um painel especial - dedicado às danças negras e a articulação entre grupos amadores e Cia.s profissionais do Rio de Janeiro. Pesadinho de ler, mas... - Vale conferir!
Na real, nem tava muito de escrever sobre isso - mas fui numa de diversão, para prestigiar o trampo da balarina afro Aline Valentim. Daí, fiquei até depois do espetáculo, num bate papo que me fez pensar. Poeta Xandu num consegue ficar sem isso. Tá sempre pensando alguma coisa. Pensando no momento? o quanto esse dia foi bom pra pensar. Ô danado! Dá uma injeção letal ni mim, só assim presse troço parar!
E o Zine00 foi criado para isso: respeitar o amante do Breaking. Desse jeito, no respeito, é pra respeitar tudôôôô!! Hã? Respeita não pra tu ver o que acontece... Posso até chorar, maluco... Imagina eu chorando? Melhor não. Então dividi meus pensamentos desse jeito: primeiro ato com uma palhinha do que foi o espetáculo, no work in progress da coreografia, da Aline e sua trupe. No segundo ato - vamos ao digest do debate. Pancadão esse debate!
Pra deixar claro: o que eu disser aqui não é crítica especializada, nem em dança, nem em outro sentido qualquer. Apenas divido algumas sensações com vocês - e também estou aberto a receber crítica, alguma correção sobre os fatos do espetáculo, nome errados. Daí reescrevo, posso cortar pedaço, posso apagar esse post inteiro. Pra somar - também é benvindo! Agora... chega de papo mole e vamulá!
Primevos Debates
Work in progress da coreografia, pra quem não sabe inglês, é o mesmo que processo de trabalho. O sentido, talvez o mais correto, seja uma caminhada, que esse Zine00 faz pelo breaking, que as meninas fazem pelas danças negras. Cada uma delas, Aline Valentim, Gleide Cambria, Laís Salgueiro e Priscila Bittencourt, já seguem uma trilha particular, cada uma na sua. Mas a união delas foi um grande esforço: por em prática as afinidades pessoais, a disposição para fazer, ter tempo, investir a mente nisso: um primeiro gesto.
A própria palavra "gesto" possui um significado bastante aberto ao mundo: é a expressão, comunicação corporal, pela fala; é o nascimento, a criação; é também a luta, o objetivo construído. Nesse caso, o objetivo foi unir histórias de vida dentro de uma composição coreográfica.
Espetáculo: Primevos Gestos - 13/MAR/2011
De certa forma, Primevos Gestos parte de uma grande vitalidade que Aline imprime na sua trajetória: costurando sua urbanidade com ritmos, no teatro, no canto, do maracatu à dança moderna, dos terreiros à dança afro. É multi-reginal, de Pernambuco, Bahía, Rio de Janeiro muuuito!
E assim Aline costurou alianças: Guineu veio de Ilhéus especialmente para enfrentar esse desafio! Guineu é Gleide, de família tradicional no candomblé baiano - gente para quem os orixás, os cavalos e os acontecimentos mágicos-religiosos não são objetos de estudo. É vida vivida e verdadeira. E também pela dança afro, que Guineu se dedicou, mostrando essa força no Brasil, em viagens pela Europa, pela África. Sua aproximação com Aline ocorreu através desse interesse mútuo: representar a expressão negra do Brasil, na parte que cabe a cada uma.
Espetáculo
No espetáculo apreciamos um certo enredo coreográfico. O tema religioso, do candomblé, era evidente. O motivo interessou a plateia, não apenas aos curiosos - mas nesse dia estavam ali ilustres professores universitários, representantes de Ong, gente muito próxima daquela proposta. Uma interpretação possível: a vida na terra segundo o olhar do Orixá Nanã Burucu.
Enredo:
No escuro, uma voz feminina discorre algo sobre Nanã ou... não sei. Nanã promove o despertar da vida nesse espetáculo, ideia mostrada através de uma dança em plano baixo, três moças deitadas, lenta e sinuosamente erguem-se do chão. Passam ao plano médio com gestos "clássicos" da dança-afro, a dança com peneiras, numa interação forte com o elemento terra. Talvez, como a terra usada levantou uma certa poeira no ambiente, talvez tenha sido pensado como arte contemporãnea, no aspecto em que a plateia se envolve diretamente com a ideia iconográfica.
Na representação didática de Nanã, Guineu compõe o cenário em primeiro, plano, em separado-mas-próximo das outras bailarinas, canto onde está uma mesa para modelagem de barro e ela como artesã. No telão, uma série de imagens revelam o planeta terra visto do alto, com uma sequência de cortes: mostram o planeta e se aproxima, mostra montanhas, canions, mostra água de cachoeira e nuvens no céu. A música é ressonante, suave, de acento nítido africano, com arranjos de cordas, talvez calimba.
Guineu sobe uma escada lateral, de onde estabelece uma relação de força representada pelo plano mais alto, e movimentos de ondulação com os braços. Neste momento, as moças vivem aventuras: assumem o plano de pé, intercalam dança moderna, dança-afro, depois foi dito, danças neo-indianas ou budistas. Nesta fase as músicas mudaram para um afoxé suave, algo de mpb baiana, com elementos vocais de terreiro bastante sutis. Depois ficamos sabendo que ali foi incrustrado um ponto, tirado de filme gravado em DVD, da tradição oral, terreiro da vó de Guineu.
Na verdade, agora percebo que a memória não alcança o espetáculo completo - apenas alguns flashes, outras sensações.
Nem sou entendido de orixás e afins... Mas vou catar o que escutei depois, pra gente poder discutir.
Nanã Burucu possui uma história interna dos terreiros, que foi entendida pela minha mente dessa forma que eu vou contar. Mil perdões Nanã - de jeito nenhum queria vacilar contigo! mas... coragem: vamulá.
Nanã é um ente divinal, que modelou a vida no planeta, a partir do elemento terra. E modelou como artesã, dando forma ao barro - no que recebe uma ajuda de outro ente divinal, Olorum - que sopra o sopro da vida neste modelo bruto. Onde entra a água e o fogo? não sei. Mas H2O tava lá com certeza. E depois de mil aventuras que a humanidade, cada vida, passa por sua própria história - Nanã pede de volta o que é dela. conclusão: tudo começa e termina em Nanã.
- uma luz na articulação das danças negras
*Depois da OBJ, Poeta Xandu esteve no teatro para assistir aos espetáculos: Primevos Gestos, Cadiquê? e (quase fui!) na Reú do Sindicato da Dança RJ. Carmem inspirou, valeu do Zine00 um painel especial - dedicado às danças negras e a articulação entre grupos amadores e Cia.s profissionais do Rio de Janeiro. Pesadinho de ler, mas... - Vale conferir!
Na real, nem tava muito de escrever sobre isso - mas fui numa de diversão, para prestigiar o trampo da balarina afro Aline Valentim. Daí, fiquei até depois do espetáculo, num bate papo que me fez pensar. Poeta Xandu num consegue ficar sem isso. Tá sempre pensando alguma coisa. Pensando no momento? o quanto esse dia foi bom pra pensar. Ô danado! Dá uma injeção letal ni mim, só assim presse troço parar!
E o Zine00 foi criado para isso: respeitar o amante do Breaking. Desse jeito, no respeito, é pra respeitar tudôôôô!! Hã? Respeita não pra tu ver o que acontece... Posso até chorar, maluco... Imagina eu chorando? Melhor não. Então dividi meus pensamentos desse jeito: primeiro ato com uma palhinha do que foi o espetáculo, no work in progress da coreografia, da Aline e sua trupe. No segundo ato - vamos ao digest do debate. Pancadão esse debate!
Primevos Gestos
(espetáculo)
(espetáculo)
Pra deixar claro: o que eu disser aqui não é crítica especializada, nem em dança, nem em outro sentido qualquer. Apenas divido algumas sensações com vocês - e também estou aberto a receber crítica, alguma correção sobre os fatos do espetáculo, nome errados. Daí reescrevo, posso cortar pedaço, posso apagar esse post inteiro. Pra somar - também é benvindo! Agora... chega de papo mole e vamulá!
Primevos Debates
Work in progress da coreografia, pra quem não sabe inglês, é o mesmo que processo de trabalho. O sentido, talvez o mais correto, seja uma caminhada, que esse Zine00 faz pelo breaking, que as meninas fazem pelas danças negras. Cada uma delas, Aline Valentim, Gleide Cambria, Laís Salgueiro e Priscila Bittencourt, já seguem uma trilha particular, cada uma na sua. Mas a união delas foi um grande esforço: por em prática as afinidades pessoais, a disposição para fazer, ter tempo, investir a mente nisso: um primeiro gesto.
A própria palavra "gesto" possui um significado bastante aberto ao mundo: é a expressão, comunicação corporal, pela fala; é o nascimento, a criação; é também a luta, o objetivo construído. Nesse caso, o objetivo foi unir histórias de vida dentro de uma composição coreográfica.
Espetáculo: Primevos Gestos - 13/MAR/2011
De certa forma, Primevos Gestos parte de uma grande vitalidade que Aline imprime na sua trajetória: costurando sua urbanidade com ritmos, no teatro, no canto, do maracatu à dança moderna, dos terreiros à dança afro. É multi-reginal, de Pernambuco, Bahía, Rio de Janeiro muuuito!
E assim Aline costurou alianças: Guineu veio de Ilhéus especialmente para enfrentar esse desafio! Guineu é Gleide, de família tradicional no candomblé baiano - gente para quem os orixás, os cavalos e os acontecimentos mágicos-religiosos não são objetos de estudo. É vida vivida e verdadeira. E também pela dança afro, que Guineu se dedicou, mostrando essa força no Brasil, em viagens pela Europa, pela África. Sua aproximação com Aline ocorreu através desse interesse mútuo: representar a expressão negra do Brasil, na parte que cabe a cada uma.
Reú da Primeva
(após espetáculo)
(após espetáculo)
Espetáculo
No espetáculo apreciamos um certo enredo coreográfico. O tema religioso, do candomblé, era evidente. O motivo interessou a plateia, não apenas aos curiosos - mas nesse dia estavam ali ilustres professores universitários, representantes de Ong, gente muito próxima daquela proposta. Uma interpretação possível: a vida na terra segundo o olhar do Orixá Nanã Burucu.
Enredo:
No escuro, uma voz feminina discorre algo sobre Nanã ou... não sei. Nanã promove o despertar da vida nesse espetáculo, ideia mostrada através de uma dança em plano baixo, três moças deitadas, lenta e sinuosamente erguem-se do chão. Passam ao plano médio com gestos "clássicos" da dança-afro, a dança com peneiras, numa interação forte com o elemento terra. Talvez, como a terra usada levantou uma certa poeira no ambiente, talvez tenha sido pensado como arte contemporãnea, no aspecto em que a plateia se envolve diretamente com a ideia iconográfica.
Primevos Gestos
(espetáculo)
(espetáculo)
Na representação didática de Nanã, Guineu compõe o cenário em primeiro, plano, em separado-mas-próximo das outras bailarinas, canto onde está uma mesa para modelagem de barro e ela como artesã. No telão, uma série de imagens revelam o planeta terra visto do alto, com uma sequência de cortes: mostram o planeta e se aproxima, mostra montanhas, canions, mostra água de cachoeira e nuvens no céu. A música é ressonante, suave, de acento nítido africano, com arranjos de cordas, talvez calimba.
Guineu sobe uma escada lateral, de onde estabelece uma relação de força representada pelo plano mais alto, e movimentos de ondulação com os braços. Neste momento, as moças vivem aventuras: assumem o plano de pé, intercalam dança moderna, dança-afro, depois foi dito, danças neo-indianas ou budistas. Nesta fase as músicas mudaram para um afoxé suave, algo de mpb baiana, com elementos vocais de terreiro bastante sutis. Depois ficamos sabendo que ali foi incrustrado um ponto, tirado de filme gravado em DVD, da tradição oral, terreiro da vó de Guineu.
Na verdade, agora percebo que a memória não alcança o espetáculo completo - apenas alguns flashes, outras sensações.
Nem sou entendido de orixás e afins... Mas vou catar o que escutei depois, pra gente poder discutir.
Reú da Dança Negra
Nanã Burucu possui uma história interna dos terreiros, que foi entendida pela minha mente dessa forma que eu vou contar. Mil perdões Nanã - de jeito nenhum queria vacilar contigo! mas... coragem: vamulá.
Nanã é um ente divinal, que modelou a vida no planeta, a partir do elemento terra. E modelou como artesã, dando forma ao barro - no que recebe uma ajuda de outro ente divinal, Olorum - que sopra o sopro da vida neste modelo bruto. Onde entra a água e o fogo? não sei. Mas H2O tava lá com certeza. E depois de mil aventuras que a humanidade, cada vida, passa por sua própria história - Nanã pede de volta o que é dela. conclusão: tudo começa e termina em Nanã.
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