Zine ZerØ ZerØ

Zine ØØ:  Editorial de Novembro! 

Uma noite de grande importância para a Literatura Hip Hop.

   Além de ser admirador virtual, sempre que posso vou visitar essas personas: gente do Hip Hop, culturalmente interessadas na população. São projetos sociais que hoje são grandiosos, mas já foram um sonho bem mais simples, como o meu, o seu. Dessa vez: estive no evento Colisão Literária, em Nova Iguaçu.




   Sérgio Vaz chamou, pela net, ele foi, eu fui. Em debate "Livros e Literatura para a Classe C", com várias personalidades: Heloísa Buarque de Holanda, Luiz Ruffato, Lula Vieira, professor João Luís (Corujão da Poesia), Moduan Matus. Canetas ilustres do Hip Hop: Alessandro Buzo (Suburbano Convicto/SP), Sérgio Vaz (Cooperifa/SP), Dudu do Morro Agudo (Rede Enraizados), Alexandre De Maio (AfroRegue). Mais
importante, talvez, a figura de Écio Salles, como secretário de cultura de Nova Iguaçu - é o reconhecimento de quem atua milianos em "tecnologias sociais".




   Tecnologias sociais, nome bonito, é corre de ONG. Conheci o trabalho do Écio Salles quando ainda fazia o jornal do AfroReggae. Ainda tenho um guardado. Dudu do Morro Agudo foi diferente: conheci pela internet. Era dos poucos a falar sobre Hip Hop no Rio - os outros eram o Def Yuri (tava no Viva Rio) e o DJ TR (tava na CUFA). Em 2009, com o b.boy press lançado - fiz questão de levar 3 b.boyz pra conhecer os Enraizados, em dia de "Mostra" em Nova Iguaçu. Grana do próprio bolso, custo a mais, indiscutível dia histórico nesse Zine00. No bailado B-Boy Jorge (GBCR-Rocinha); os B-Boys de Santa Rita (Nova Iguaçu) D-Blu e Rafael - representaram no Espaço Enraizados!




Hip Hop: dentro do movimento do Buzo TAMBÉM tem DMA




   Quem esteve lá? DJ TR! e Écio Salles!, capoeiristas, atores, muito rap. DJ TR falou dos 10 anos de cuidados na escrita, muito carinho para produzir o Acorda Hip Hop (Ed. Aeroplano, 2007). "História e Memória de Vigário Geral" (2008) traz a experiência cultural do AfroReggae, mas Écio Salles mostrou o POESIA REVOLTADA (Tramas Urbanas, 2007). Livros sobre RAP, dúvidas, procuras e certezas de quem faz o Hip Hop. Passou 2009, veio o 8° Encontrão da BF, com a presença do DJ Raffa, comentando de seu livro "Trajetória de Um Guerreiro"; em 2010 também o DMA em livro, com Buzo - fechando o tampo dos Enraizados!



Grupo Boato com o Polvo na Cabeça




   Porque antes de ser carioca da cidade inteira, sou cria dos poetas da zona sul do Rio... O Grupo Boato no fim dos 80, com Montanha, Cabelo, Justo, quando ainda faziam poesia erótica na praça da FACHA. Os agitadores do CEP 20 mil, poetas no centro cultural Sérgio Porto: Levi, Michel Melamed, Djow Romano, Bianca Ramoneda, além do Boato e muitos outros. Ícone da poesia marginal: Poeta Chacal, registrado em belo artigo, no livro do Alfredo Bosi. No currículo acadêmico: muito ouvi falar da militância da professora Heloísa Buarque de Holanda junto a "poesia marginal".

         -[Conhecer? CEP 20 mil !!]¬



       -[Boato pela via 5ª Cultural Conhece não? click!]¬



   Nos tempos de facul, o grupo do Alê Gabeira, a turma da filó com Andrezinho e outros - fiz muita poesia nessa cumbuca da UERJ. Mais recente: frequentei o Sarau do professor João, o Corujão da Poesia nas noites de terça: Jorge Benjor, atores famosos, poetas da casa e de fora. No dia do Hip-Hop [Celebra, nov/2009] o professor João esteve no buraco do Lume, mas a poesia do MC Marechal - essa arrepiou todo mundo!

         -[Conhecer? Alê Gabeira, Lapa e Trupe Imaginária!]¬



prof. João




   Para o Leblon, Poetas de longe vão pra lá. Eu parei de ir, mas: Anjo Negro, o Verdureiro, Lê Andrade, o violão black de Sangonça [cadê o nome?], as irmãs Ingrid e Flora... enfim: moram no coração. Já de militância com os b.boyz, fiz Poetas Sem Fronteiras, projeto da Eurídice Pessoa no Recreio. Depois descobri o Ratos Diversos, que reunia uma parte dos poetas da Lapa: entre esses, alguns dos que fizeram a Trupe Imaginária na escadaria da Lapa.

         -[Conhecer? Ratos Di Versos!]¬


   E outro mundo da poética Hip-Hop vem pela internet mesmo. Poeta Xandu acompanhando a vida do Alessandro Buzo, Sérgio Vaz, DMA - torcendo por eles na base do clique. Não foi perda de tempo: só fazem crescer, participam ativamente de tudo relacionado ao Hip Hop. Enfim, o Colisão Literária conseguiu isso: reuniu vários pedaços da minha vida, outro tanto do que observo e admiro no Hip Hop.







   Vaz é organizador do Sarau da Cooperifa, híper-peri-poético. A ideia inicial era encontrar um ambiente capaz de abrigar os poetas da quebrada - achou o Bar do Zé do Batidão. História boa, Vaz percebeu: "era uma vez" mais de 200 pessoas fazendo o silêncio necessário, liberando poemas da Piraporinha, versos da Sampa-Brasil! Diz que nesse dia caiu a ficha! Era a Cooperifa gloriosa de hoje!





   No livro do Buzo (ganhei dele!) catei um pouco da palavras desses representantes do Hip Hop, que sustentam o título: "literatura marginal". Buzo frequenta o sarau Cooperifa, há 5 anos pelo menos. Foi sua inspiração segunda, pois conta que o RAP, esse rap forte e verdadeiro que conhecemos - isso foi uma bomba poética na sua cabeça. Seu primeiro livro foi inspirado no som do RZO - o Trem. De lá pra cá: são 6 livros como autor, mais 4 como organizador. É mole? Sarau na livraria Suburbano Convicto é desse compromisso: formar novos leitores, romper barreiras, quase 100 pessoas lotando a casa em dia quente!



Marcio Rufino e Beatriz Provasi











   Debatedeira no Colisão Literária foi muito feliz - primeiro pelo Écio! Só sorriso. Poeta Xandu ali, ligado no que se dizia... A entrada da classe C no consumo de livros foi estrela, um futuro, com potencial. São vários pequenos editores, principalmente em poesia, sempre ativos com suas tiragens. A fragilidade ainda é a prosa, a ficção, terreno difícil. A professora Heloísa faz sua parte, editando a série Tramas Urbanas, por rebeldia dela.



Presença Anti-Cinema/CC Donana






zzzzineiro HB




   Diz do prazer em publicar "marginais", o quanto representam a "cidade unidade". Difícil é manter o estoque, espaço para preservar o livro enquanto vende. Muito caro, diz ela. E foi mais radical - falou de doar livros parados, que só não faz em respeito aos livreiros. Pedro Markun, do "Livro livre", mandou - dá logo de graça! Pelas injustiças! Pela leitura do brasileiro! São vendas, famílias dependem disso, livraria é negócio, como foi dito. Poeta? Autor? Esses não? Mais amor, também foi dito.


Lula, Écio e Heloísa




Heloisa, Marilda e Buzo






   Personalidade do meio editorial, Lula Vieira colocou duas perspectivas diferentes. Uma: o livro poderá acabar amanhã! Blogs, internet e novas tecnologias já fazem surpreza nisso. E outra foi a solução: Blim.Blóóóm! Avon chama! Sim, enquanto compram cosméticos, alguns livros fazem sucesso entre as donas de casa. Livros à domicílio... curioso não? Gosto dessa ideia, bater na porta, oferecer livros para a família - precisa engajamento do vendedor.





aBAIXO: Vaz em poesia
(blog do Vaz, foto da Marilda - acho... verificar)




   E o Centro Cultural Syvio Monteiro logo foi sacudido pela poesia! Com Vaz, Buzo, DMA... Marilda clicou - fotos dela! Marcio Rufino do Pó de Poesia/CC Donana - fez bonito! Outra pérola poética é Beatriz Provasi (Madame Kaos), presença garantida pelo Corujão. O grande poeta HB! HB também é de zine, é poeta forte de Duque de Caxias! E cambuca da poesia varou a noite por Nova Iguaçu...

   No próximo capítulo o ZineZeroZero te apresenta
Poesia-Favela na UERJ!
Clicaê!          
-[Poesia-Favela/UERJ]¬

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