Zine ZerØ ZerØ

Zine ØØ:  Editorial de Novembro! 

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PapoPoético 56

Ratos DiVersos



Ou... Assista na Telona: PapoPoético (Clicaqui!)
Youtube: eduardotornaghi

favela ratos




      Pelos Ares

   Centrê National de la Recherche Scientifique, centro de pesquisas internacional, donde Wolton, o professor Wolton, certifica em francês, mais de 20 mil entrevistas fez, cálculos, gráficos, estatísticas pra dizer: que ele mesmo vê TV para ter o quê falar com vocês.

   Donde conclui: Cultura, entretenimento, conexão virtual? é business as usual, mas isso de inglês eu próprio pouco entendo. Na internet vejo blog´s, fotolog´s, muitos sítios... E na cambuca um caldo de múltiplas informações, surtos ridículos. Consciência para quem está de Bob´s.



























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4º Niver dos Ratos: poesia, festa, bolo, doces e biritas
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   Até parece que os excluídos, os pobres recebem, desde o princípio, a cultura POP, como quem se... Drogas, essas paradas, índices de suicídios. Nos anos noventa surgem dos buracos, favelas, malocas, o principal som que toca nas boites, sound sistem´s, nas baladas, nas night´s.

   Já posso ver a nova moda: uma elite de DJ´s: esfarrapados, de tôca, bermuda larga, pés descalços, esfomeados... Que ainda assim insistem em disputar espaço pela Sernambetiba, embutidos em arrojados carros importados.

   Há!! O som das ruas... Da Soho londrina, do Village em Nova Yorque, da Riviera francesa ou balneário de Ibiza. E no shopping, depois de comer aquela pizza, o letreiro luminoso hipinotiza, o cartaz no super-cine te convida... a sair das melhores ruas do mundo, para entrar no pior do mundo das ruas. E a loucura continua: no Prungurundum do sambódromo, no baticum da baía, nas ladeiras do frevo em pleno carnaval, no carnabelô, na expô, na octô, no pegou-zuou o bumbum das mulheres nuas, numas entre gringos, estranjas. Endereço virtual? Avenida do fast food esquina com o bêco do bagaço da laranja.








Direita: edu plachê e ginsberg



poeta xandu e leni







      Espere um momento: Pi-pi-pi!

   O celular tocou!

   Procurei no bolso, no maço, na moça ao lado, na bolsa dela. Todo mundo procurou, remexeu, se apalpou, levantou, tomou! Ninguém nada encontrou... O pipipi do celular era um embuste, parte de uma propaganda de uma marca multinacional famosa, uma holding, um truste... Que, toda prosa, convida o tele-espectador a participar do intervalo da novela.

      Pipipi! Era uma cena...

   Aliás, muito bela.





andré "livre" e alê gabeira

   É cena que atravessa os ares, que invade os lares, áreas que obedecem a antenas. Antena como esta, encontada entre a tralha velha de um burro sem rabo, um sujeito carente, um mendigão lá da Praça Tiradentes, ou simplesmente – morador de rua.

   Ao que ele responde: ê-ê! Se estou na rua, sou transeunte, igualzinho a você. Minha casa é minha cultura; meu saber: meu endereço. Atente para a antena. Isso, para o seu apreço: trata-se de técnica eletromagnética, ativada por reação atômica, é radiação de grau e intensidade cósmica. E se hoje te vendo sucatas de aparelhos eletrônicos, é porque dentre os meus sonhos nunca esteve Atenas, ou medalhas de robôs biônicos. Apenas sigo a reta que a vida me ensina. Apenas, cumpro minha sina, sem fazer cena. Agora me deixe quieto para assistir tranquilo a mais um capítulo da minha novela.

      Pipipi! – era uma cena...

   tinha até uma mocinha, aliás muito bela.




dalberto e daniela passos




   É pena não ser Bethoven, funk, rock, pop, música eletrônica, Igual: a samba, macumba, pajelança, fandango, cateretê, baião. Por onde anda sua mãe? Por onde você se esconde? No luar do sertão? Na certa, na serra da Mantiqueira... Talvez, nos pampas, nos cerrados, nas chapadas, nas florestas, nas barrancas, nas ribeiras... Quem vive assim, vida vivida do interior, não foi – ficou. Ainda, recebe um postal, de um parente local, sobrevivente em alguma distante grande cidade do litoral.

      Insira o CD, aperte o Enter,

   veja o relatório:

   Nos estados unidos, 70 porcento desejam o mais novo computador; é notório, estão armados, estão munidos: 64 porcento de acesso à rede; Doutro lado da TV, mais de 50 porcento do povo morrem de sede, aterrados num caos de sons e cores, desidratados, em delírium tremem.

   No Brasil, que é país moderno, chic, a democracia digital já atingiu a cifra de 20 porcento da população economicamente ativa. Apesar dos pesares, 99 porcento dos lares possui TV. Cê vê? Parece mentira... Cultura nacional, via teletransmissões alhures, ganha vida.









poeta tornagui, carluxo, dudu pererê





      Eu me insiro:

   190 milhões somam 100 porcento da população;

   Desses:

   45 porcento são pardos;

   6 porcento são pretos;

      É fato:

   64 porcento dos pobres são negros;

   70 porcento dos negros, da soma de pardos e pretos: indigentes.

   Pego a minha gente, essas culturas tão distantes de tudo, espalhadas por tantos lugares igualmente escuros – junto os dados, insiro e aperto o Enter:


























            Resultado:




























Ratos na Rua, pelas escadas da Lapa.

   No próximo capítulo o ZineZeroZero te apresenta
nada ???!
Clicaê!          
-[Nada!]¬

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