Zine ZerØ ZerØ

Porque tudo começa do zerØ____e pro zerØ até pode voltar.

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Fevereiro/2010:  o Carna-Break! 
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Confira abaixo. (clica no Leia Mais!)

Enfim, o carna-break!
Imagine isso: no lugar do DJ eu boto um percussionista muito louco, visto os B-Boy nos panos de um bate-bola, dou um apito pro
MC, que a cada bloco de rima as B-Girls respondem no coro das pastorinhas: "ô lelê!, ô lalá!, é o carna-break, que vai bobo, bobobo, botan-botanki-vai-botano pá quebrá!!

Corta! Delirei, delirei. Foi apenas um sonho de carnaval, um delírio. Ou não... Bom, vejo perfeitamente o dia em que algum B.Boy mais sagaz, um coreógrafo  inteligente, bom, o dia em que a cultura popular vai entrar por dentro desse nosso break pesadão! Isso fará toda a diferença em relação aos break mundial - e vamos em frente! É. É isso: dedico esse post aos Bate-Bolas e aos mestres de folia - de Folia de Reis mermo! A
viola não vai pro saco enquanto a temperatura estiver em mil graus! 
1 Salve Geral do Poeta Xandu  ;) 









OBS2:
ZineZeroZero : solidariedade ao Poeta Deley!!
 Deley passou perrengue neste Carnaval,
 situação sinistra na região de Acari,
 local de pobreza extrema, mortes demais
 Faltam + Deleys neste mundo...
- Que a violência desapareça deste país! Xô Satanás!







Editorial de Carnaval:



Sabe como é? 


   Comecei falando de carnaval. É inevitável pensar sobre isso: 4 dias de folia. Folia, para quem não sabe, é loucura, foulie, em francês. Na França medieval os loucos eram adorados, considerados gente de muita luz, não era como hoje: - chuta esse maluco pra lá! Muita gente pensa desse jeito, um jeito maldoso, covarde. Estilo manicômio, jeitinho de prisão.

   E o Carnaval é supeito. É povão "louco" nas ruas, cada um com sua fantasia. Tem uma boa dose de tragédia anunciada nisso, muitos assaltos, mas principalmente tem muita alegria. Sou a favor. Que outra época podemos ver o polícia vestido de ladrão e o ladrão vestido de polícia? O safado vestido de padre e o padre vestido de mulher, a mulher vestida de homem, moleques metidos em bate-bolas? A nudez dos índios sem problemas? Só no Carnaval.

Marcelo D2 - Tambor!



   Fiquei pensando nisso. Existe uma certa confusão. Nêgo acha que se estiver mascarado é porque quer roubar. No Hip-Hop a onda é estilo "gueto-boy" e os seguranças? Pressão nos olhos, só na escolta. Vou ajudar os seguranças. Existem 2 tipos de ladrão nas ruas: há quem passe necessidades (incluído falta de drugs) e há quem deseje o livre consumo - sem ter 1 puto no bolso... Complicado isso.

   Nem é preciso o Rum-DMC cantar o tênis Adidas, nem é preciso que o Marcelo D2 cante outra marca qualquer: o moleque vai atazanar a Dona Maria prela comprar aquele pisante de 700 reais. Só pra ir ao baile. Nem seria preciso o Dom L me avisar que "o brilho é da alma, as pratas só pra firmar". Ninguém quer pagar de Jeca Tatu pra galera. Quer ficar bonito, com estilo. Quer meter o cabelinho pica-pau, quer os panos gringos. O invejoso pira: quer metê o tênis na mão-grande. É a lei de Gerson contra a Lei de Gerson King Combo, falou GOG?!




Ambulante Cultural, Gerson King Combo e Nelson Triunfo na Lona Cultural da Bangu
Acesso:
http://ambulantecultural.blogspot.com/2010/02/acaraje-sideral.html


Na Lona Bangu: Oficina de Artesanato com Reciclagem
Professora: Simone Lima

Quarta-feira : 9:30 às 11:00h e 13:30 às 15:00h
Valor: R$ 12,00
Praça 1° de Maio, s/n - Bangu . RJ
Tels.: 3332-4909 / 3159-2047





   Comprar ficou mais barato: o tênis, a moto, as máquinas em casa. Sou fã de documentários, como esses que os Anti-Cinema fazem. A realidade é dura e as batalhas são bonitas, como lá em Iguatu, no Ceará. O Porta-Curtas está com um filme sobre o Nelson Sargento. Ali ele mostra um pouco da favela de Mangueira, célebre nos sambas, berço de Cartola. Achei legal ele comentar sobre as mudanças na favela, lembrou dos telhados de zinco, que não existem mais. Disse que o progresso é inevitável. Um samba antigo dizia: "Barracão de zinco, tradição do meu país... Barracão de zinco, meu Deus do Céu!, pobre é tão infeliz..." Acho que é samba do... Nelson Cavaquinho?



   Certo. Mudou o telhado, a parede é de tijolo, diminuiram os barracos de pau. Os pisantes são modernos, mudaram os cortes de cabelo, os panos! A desigualdade e a pobreza não mudaram muito. A violência aumentou - pergunte ao Facção, pergunte por aí. Uma nova tradição, seria isso?


Filme sobre o Nelson Sargento - clicaê:  Nelson Sargento !! [Click!]
(obs: precisa escolher o plug - eu vou de "media player")




   Que o pobre é "tão infeliz" tod@s sabem, mas os tempos são outros. O samba no início trouxe muita informação do meio rural, onde a força do escravo era necessária e suas vontades sempre negadas: eram suspeitos. Essa cultura não se apaga de repente. Fica ali, na manga com leite. Está nos versos de família, nos costumes, rezas das antigas, nas ervas da vovó. Também no jeito de brincar, de caçoar, até aquele racismo familiar que diz: - "Humm... Moleke, você precisa casar com uma mulher bem branquinha pra melhorar a cor..." Isso ainda existe, pior, até em família negra.

   Imagina a confusão na cabeça? Isso marca, é memória de dor. Pobre e preto, suspeito até dentro de casa: isso ainda está aí. Racismo reforçado pelos brancos-ricos, pela TV, pela polícia, espalhado pela cidade. E o colega chega do interior pra morar na favela: é paraíba, é roceiro, senta na calçada e coça bicho de pé. Geral zoa ele. Vai ficar com raiva, com vergonha, é inevitável. Logo, logo, ele compra tênis de marca, bota um cebolão no pulso, os batidão no peito e vai pro baile - já tá igual a todo mundo! Palmas pra ele! Ele agora é o... o igual! Pior: talvez ele não tenha $$ pra ficar no estilo... Vai roubar? Se der febre, desespero... RAP'adura, sujeito-homem de nascença, é coisa rara.


Em Cartaz: Sambista e sociólogo, Hélio Ventura propõe reparação financeira por crimes de racismo no mundo inteiro. Vai encarar? O debate é preciso, viver - mais que isso.


E-mail principal: helioventura@gmail.com
http://helioventura.blogspot.com




No filme: Marcio Graffiti batalha no Coletivo Anti Cinema e fez o filme "Hip Hop em Iguatu", realizado em 2008 em uma oficina de áudio visual na cidade do Cearense. Oficina com objetivos claros: difundir o áudio visual de baixo orçamento pelo sertão.
Direção: Marcio Graffiti (RJ), Jenair (CE) e Jaqueline Soares (PE)
Acesso:
http://coletivoanticinema.blogspot.com/2010/02/atendendo-pedidos-mais-uma-vez-hip-hop.html

   O GOG, agora não me lembro, mas talvez no CD Peso Pesado... Reclamou o seguinte: ELE, GOG, estava estimulando o consumismo - seu público queria ter boné igual ao dele - de marca gringa. Que que ele fez? Abriu a loja Só Balanço, na Ceilância, pra Produzir as próprias roupas, feitas com suór de brasileiro. Até pros gringos não ficarem sacaneando, nós "os imitadores baratos", "piratinhas travessos", "camelôs de terceira". Há lá no Norte quem pense assim...
   Tênis, roupa, moto, ouro - tudo isso a moçada quer. E vou com o Costa A Costa: queremos dinheiro, sexo, drogas e violência! Claro que não é tanto assim, mas é um pouco. Isso, meu amigo, é o consumismo de TV, bem barato na sua cabecinha. Qual "esquema" você vai arrumar pra ter isso? Comprar carro, morar no apê e... E depois?, se o esquema furar? Vai voltar pra favela? Vai, né? Tem desenrolo? Tem jeito? Não? Então volta...

GOG - Peso Pesado (1992)!




   O Hip Hop é polêmico. O GOG vai meter a grana das vendas no bolso e vai relaxar na praia depois dos corres. Vai ficar junto com os gringos? Não, vai na parte que tem os farofeiros, os funkeiros, os pretos. Vai dar autógrafo - pra ele isso é onda! O D2, se não emplacar o H2 com samba, vai vender tênis mesmo. Tá de olho nos carros que eu tenho? O Mano Brown vai mudar suas letras de guerra e cantar música romântica. Adapta-se - palavra de ordem na cidade - sobreviver no inferno é preciso.

Foto do Mini-Brown (1994)!


   Na minha opinião, os dois estão certos. Dar um tchauzinho pra pobreza "as veiz é bão" - é terapêutico. O negro é drama, brasileiro também é isso: drama. Mas ficar ali, naquela solidariedade, na certeza de que falta mudar muita coisa, que alguém dependde de você - será sempre melhor!! Não foge! Fica aqui, junto! Isso é forte. Isso é... militância? Ahhh! Isso é um pouco chato. Não quero. A criança não quer brincar disso. Quer brinquedo, quer: dinheiro, sexo, drogas e violência! Quer meter 157 e ir pra Fernão de Noronha! Faz isso não filho. Ouve o papai.


Gosto das imagens periféricas, do lado bom que a periferia tem, como essa sugestão do Vaz:






Futebol de Várzea - um filme de Akins (2010) em SP


http://colecionadordepedras1.blogspot.com/2010/02/akins-lanca-documentario-sobre-futebol.html






   Suburbano Convicto é Buzo e vice-versa, de trás-pra-frente, junto-e-misturado. Inaugurou outra livraria periférica, agora no dia 7/FEV - Livraria Suburbano Convicto no BIXIGA, região central de SP. Buzo aproveitou que esteve no Forum Social Mundial de Porto Alegre (JAN), para perguntar: quem é o DMA no dia a dia? Boa pergunta! Nas palavras do próprio, o DMA é aquele que pratica a exigência dos direitos. Assim ó: "mudar a realidade da periferia não é se mudar da periferia, por isso em Morro Agudo, na Baixada, construímos dois Espaços: um deles com Estúdio, Lan House, Biblioteca, Loja, Lanchonete, Som, Palco, Iluminação - isto é, fazer o nosso trabalho, de maneira independente." Afora o livro!


   A coletânea Pelas Periferias do Brasil é mais um livro da Coleção Tramas Urbanas, da Aeroplano Editora. Depois do DJ TR, agora o rapper Fiel e um outro livro, coletivo. Renan, Alessandro Buzo, GOG, DMA - juntos na tarefa de documentar os corres. Heloisa Buarque de Holanda, de família importante, intelectual, foi muito feliz em sua atitude: abrir as portas de sua editora.


   É agora que a panela ferve! Digo, de verdade também: no 4º Festival do Cerrado, no próximo dia 28 de fevereiro. DJ Raffa esteve reunido no VIII Encontrão Enraizados, cabou convidando DMA pro Fest-Cerrado. Em comum? Já publicou suas memórias do Hip-Hop (pra ver, clicaqui ó: DJ Raffa!! São eventos de primeira, super organizados, cheios de debates, que alimentam mais cabeças nisso aê. São Os Verdadeiros Corres!


Acessos:
(http://www.hiphopdocerrado.com.br)
(Pintalá!  Livraria Suburbano Convicto - Espaço ZÉ Maria, prédio da DGT Filmes. Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar (11) 2569-9151 - suburbanoconvicto@hotmail.com ou blog: http://buzo10.blogspot.com)


Cartaz do 4 Fest-Cerrado !!!



   Gosto de ver a cultura Hip-Hop estimular a literatura. O GOG mesmo sempre fala do poder da leitura - gosto disso, Genival! Ver o Buzo abrir mais uma livraria periférica, o Vaz lançar mais um livro, ver o corre do Ferrez. Ler o Slow todos os dias - sempre leio.

   Gosto de ver o Forum Social Mundial servir pra galera se encontrar, se organizar, discutir. Ver Dom L, Def Yuri, DMA - tudo reunido! Gosto de ver o Quilombo do Zumbi no viaduto da Penha. Gritar pelo Haiti, gritar contra o desemprego. Ver o Preto Goez como um Prêmio importante pra alguém. Ver o anarco-rap fluir e o Costa-A-Costa brilhar! A paz é uma pomba branca... pronta pra explodir!



A Cia. Macapá Break já fez 15 anos, está legalizada e atuante com jovens do Amapá. Principalmente em Macapá, onde a merla assola. O que não se fala escorre pelos poros, como foi a expressão do grupo Red B-Boys no manifesto organizado no dia 17 de novembro - a fúria negra toma o Norte outra vez! Valeu galera aí do Meio-do-Mundo!

   Ao ato político no Legislativo do Amapá (FEV) foram os B-Boyz: Didi, DJ(MCDA), Training, Kekeu, Guinho, B-Boy Jhon e toda a rapa do Break em Macapá. É mais um Hip Hop a ocupar espaços. Pareceu sincero: poder se emocionar com as próprias palavras, tão difíceis de sair quando mais precisamos delas. B.Boy Mause do Oiapoque (Power Style Crew) saltou na frente do mic para expicar como é: "passamos por varias dificuldades, precisamos de investimento, na educação, saneamento basico e principalmente na cultura". "Ainda somos discriminados"... É assim mesmo, depois piora!




http://macapabreak.blogspot.com/

   Porque não é apenas o hip-hop que sofre: A Cultura Popular também! Neste carnaval, por exemplo, não teremos as tradicionais máscaras de Fofão no Maranhão. O governo proibiu, alegando alto índice de assaltos mascarados. Isso rola, mas o que não deve rolar é a proibição! É o que digo, em festa que dá tudo errado na frente, por trás sempre tem desordeiro, na "organização".

   É a mesma coisa com os Bate-Bolas do Rio! Já passaram por isso. Agora digo: eu posso estar vestido de Gueto-Boy, ou posso ser cabeludo ou usar tatuagem e brinco - seria eu um bandido? Olhe o jeito dos nossos governantes são apresentados na TV e responda quem é bandido - todos de terno e gravata. Mas fica um silêncio, gente roubando e outros calando... Ah! São os acordos, né? A governabilidade... Há quem discorde disso.


   No dia 16 de janeiro o Centro de Cultura Negra (CCN) foi ocupado com os 20 anos de correria do Movimento de Hip-Hop Organizado Maranhão - Quilombo Urbano. São Luís, ilha rebelde, vem demonstrando publicamente o descontentamento com as políticas atuais: punhos de ferro, sem dó, sem remédio. É na luta que se organizam as rimas, unindo bairros periféricos: Ludovicentte, Liberdade, João Paulo, Bequimão, Cidade Operaria - precisa falar? Querem a ordem com progresso, da bandeira: cadê casa?! Cadê comida, trabalho, saúde, escola boa, cadê? O corre é forte e não pára. Sonhos, protesto, trincheiras e poesia - MARCAS DE QUEM VIVE E LUTA NA PERIFERIA! Mais um forte bordão erguido pelo MHMQB.


"EXIGIMOS A RETIRADA DE TODAS AS TROPAS QUE OCUPAM O HAITI, POR UMA AJUDA REALMENTE HUMANITÁRIA" / COMPANHEIRO MARCOS SILVA É PERSEGUIDO / MANIFESTO DA 4ª MARCHA DA PERIFERIA “PELO FIM DA GUERRA INTERNA”...

   São expressões da guerra, para enfrentar grandes poderosos: redes de televisão, governos, prefeituras, até a CUFA de lá, que parece atuar politicamente contra eles. Isso dá até fébre! Para não perder o fio da meada, deixo suas palavras periféricas: Orgulho de ser periferia, Orgulho de ser Independente, Orgulho de ser revolucionário!

http://quilombourbano.blogspot.com/






   É. Eu quero o carnaval! Vestir a fantasia de que o hip hop ainda pode contribuir muito para a PAZ verdadeira. Homenagear nossas tradições antigas, pr exemplo. Tradição, meu chapa, é memória, é família! Faça 1 pouco como a vovó ensinou! Consumismo é novidadeiro, sem família, é gastança das onças, pobreza e violência. É preciso balancear: um pouco do futuro, com um pouco do passado.

   Pagar de gatão, uniformizado de Estados Unidos - isso não é anormal. Anormal é achar que o "brasileiro de tradição" não vale nada: superstição, atraso, negro, índio, mestiço. Espírito leve e inteligência - faltam. Pesquisadores de todo o mundo vem aqui: aprender com nossas anormalidades...
   Alguns historiadores, que eu concordo, falam do Brasil como um exemplo pro mundo: encontro de três raças, uma cultura de mil faces. Temos heranças islâmicas nas roupas brancas, boas pro calor. Temos heranças africanas: no modo de falar, na capoeira, no bumba-meu-boi. Nossos traços indígenas, sempre negados - índio é quase mendigo, né? E coisas portuguesas: de folias de reis!

   Gaspar, Baltazar, Melchior - 3 Reis Magos no presépio. Essa festa é o Natal dos pobres, 3 reis-magos que foram ver Jesus: 1 preto, 1 branco e 1 moreno, árabe - são todas as raças romanas! Isso é nosso mundo cristão rural. Depois do Império mudou: foi carnaval com baile "à francesa", de luxo, dançar valsa e ballet. Mas aê os pretos da Bahía trouxeram o samba de roda pro Rio e... nasceu o carnaval carioca! Saiu de dentro da Folia de Reis. Kit completo: batucada, alegorias, bate-bolas.




Magia - saida




   E terá quem me ache louco - e é isso mesmo! É carnaval! rss mas... O carnaval antigo não era esse sucesso de hoje. Os antigos portugueses faziam do carnaval uma tortura pros caidinhos, os + fracos. Comer muito, encher a cara e fazer arruaça: ovos, farinha, jogar bosta na cabeça dos escravos. Era injusto isso: era festa de Entrudo. Não era povo. Era a furzarca dos ricos, dos racistas! A folia de Reis, essa sim, era povo: religiões unidas em uma só festa. Trouxe organização pro carnaval. Proibiram a Folia (como sempre) e ela "pulou" pro carnaval.

- mete o video de folia de reis aqui! cadê?





Explosão 2009 - o mais bonito



   Na folia de Reis (06/DEZ) existem dois exércitos em guerra: Cristão VS. Mouro. A missão Cristã é proteger o "bem" deixado por Jesus Cristo. Os Mouros são as maldades, árabes "históricos" que dominaram Portugal. Então, 1 duelo acontece: violeiros, batuqueiros, acompanhados de rimas, capa-espada, um texto. É um teatro. É desafio! É TEATRO, mas é livre: os mouros podem vencer e às vezes tem briga mesmo! E o prêmio... Os vivas na torcida! A princezinha do castelo! A rainha Nzinga africana! Vale a pena!




                Folia no Morro


Arthur Omar. 2003/Brasil 26'!

Folia de Reis nos morros do Rio


Youtube: mostraetnografica


   Brincadeiras à parte, o Brasil é miséria demais. A Folia de Reis foi a melhor herança portuguesa - um brinquedo popular contra as misérias da escravidão. A colonização do Brasil ocorreu em nome de Jesus, mas foi muito dura. Foi guerra santa. Povos dominados, submetidos a Coroa Real portuguesa e ao Santo Papa de Roma. Bantos, malês, nagôs, tupinambás, índios de todo o Brasil se rebelaram: sem chance pros amigos...

A parte boa disso é irreal, mas seria bom se...
"O Cordeiro de Deus" acabou com o mal: "morreu por nós".
Só restou esse palhaço pra atormentar! Muito enjoado! rss!


Elite - evoluções de sombrinha




   Natal(JAN), Carnaval(FEV), Quaresma(MAR-ABR), Páscoa (ABR), então chegam as festas do Divino(JUN) e a volta dos reis magos! É quando o "Exército Cristão" faz a paz entre pobres e ricos. Seu chefe leva a bandeira do "Espírito Santo" para abençoar o lar das famílias ricas - em troca ganha cachaça, galinha, porco (o pão e o vinho). Junto desse "Mestre de Folia", que é o "bem", segue um palhaço chato, pra atrapalhar com suas piadas - o mal.

   Esse é o fundamento no Carnaval, nas Folias de Reis. É o palhaço, é "o mal", nas fantasias: de "caveirinhas", bloco "dos sujos", figuras de "velhas faladeiras", "velhos do saco", "chibungos", "cucumbi", "índios", "diabinhos". Figuras maléficas, montruosas, que surgem como brincadeira popular, uma boa farra com a criançada! Afinal, Jesus ressucitou - venceu o mal! E o palhaço? Sempre se dá mal...

Esse "palhaço" é Judas, é Herodes, "israelitas-que-não-sabem-o-que-fazem":
- é uma fantasia de traíra, sacana, capeta: será o Bate-Bola. 



Será palhaço da corte, dentro da cidade. Já fora do rural. 
Urbanidade, sacou? 



   Na minha expressão: "ser brasileiro" é resgatar essas velharias da vovó. Ainda gostaria de ver uma homenagem dos B-Boyz a esse Brasil antigo - queria ver malandro vestir o pierrô! Sim! Nos EUA o krumping faz um sucesso danado, pelo menos na cena Los Angeles, costa Oeste. Conhece não? Clicaê:
KRUMP ! click!

   É o palhaço deles. É gringo, a gente acha lindo... Fred Kruguer, PÂnico, filme de terror faz sucesso... O nosso palhaço é gente de carne e osso, cria de circo mesmo: é o Assis Valente (compositor da Carmem Miranda), é o ator Grande Otelo... Dá pra chegar junto, meter o bate-bola embolado no break? Não? Prefere o Bozo, né? O nosso é bonito também!




   Arte Break representa pela Baixada Fluminense, uma galera com um espírito breaking bastante... Espííírito?! Huiuãhãhuãhãã... Que mêda!!! Tá legal. A galera tá bem na fita, só não saiu bem na foto, porque... fantasma não aparece em foto! kkk! Vê aê: coreografia dos B.Boyz DJ, TaZz, Bola, Tikim, Felipe, Sueenzo, Vitor, Atanael, Matheus, J.Lucas e Café. Apavora rapaziada! 


   Vejo a correria do Klayton Designer da Conexão Brasil Hip-Hop, organizando debates, colhendo depoimentos sobre a Cultura Hip Hop. Na entrevista com o Zé Brown, do Faces do Subúrbio (se ainda existe...), saiu a letra: “Eu também já fui muito influenciado pela cultura norte-americana. Usava uns casacos grandes [...] e a gente vivendo num clima desse, extremamente quente [...] como se estivesse no Pólo Sul.” Zé Brown, que ganhou esse apelido por conta do LP do James Brown debaixo do suvaco, também foi atrás: ouvir nas praças os emboladores, Caju e Castanha, Rouxinol e Beija-flor, improvisando ao som do pandeiro.


Depois vê a opinião das B.Girls Artculando !! [Click!]

Em Cabo Verde a preocupação é a mesma: fazer um Hip Hop Kriolu verdadeiro! Vão até lançar a "Cika-3 Radio 33.3 FM the mixtape vol. 2", com as expressões africanas de Fidjuz di Cabral, CK-Las, BG Lopi, Makarofi, Ducoriginal e Marise (M16).
Acessos:
http://conexaobrasilhiphop.blogspot.com/2009/07/hip-hop-pernambuco.html
http://nacao-hiphop.blogspot.com/2010/02/cikatriz-entertainment-com-2-projetos.html



   Não levou a sério? O palhaço de folia de reis: na Mangueira ainda tem, no morro da Formiga, no morro da Cotia e tantos outros barracos ainda conservam as tradições. Prestar homenagem, entende? Não é mudar de religião. O bate-bola, que fazia fofocas do bairro, assustava criancinhas, hoje adota o funk e talvez alguns andem armados. Mas quem não anda? Está de paletó, é branquinho do cabelo loiro - está armado. Da fantasia, só a polícia que não gosta muito, mas a brincadeira é boa, é legal!




   Não convenci, né? Pelo visto os parcels do Nação Zulu não estão encontrando a fita K-7... Não tem "folia de reis" pra botar no Boom-Box... Ainda falo mais sobre isso. Meu delírio de carnaval: ver o mundo inteiro reconhecer o break brasileiro. Seja com capoeira, seja com bate-bola, mas será brasileiro! Boto fé! Imitação de gringo? É pouco. Isso não rende não. Vai longe não...


Então... Fui!
Poeta Xandu de partida.





***   Só fiquei sabendo depois...
Neste 2010, se não tivemos um Carna-Break de responsa (como já tivemos muito! em outros carnavais), pelo menos rolou uma interferência! O Interferência Sistema de Som, convidou DJ's e grafiteiros. Colorindo, sorrindo, jogando tinta, jogando laser (técnica maneiríssima!), marcaram presença: NAZZA (Arg), GAIS, VAGNER DONASC, MOTTA, NHOZI e BIVES, além dos feras da Severo172 - MENT, BIG, BRAGGA E MGA. Bom. Foi bom carnaval. Sim, não foi um carna-Break, mas foi um carna-Hop! Um Carna-Graff!









Quer as BATALHAS? Só apertar aê:


                            Vá para...

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