ZineZerØZerØ apresenta:
Ken Swift (Rock Steady Crew /NYC)
Entrevista realizada por M.Sinckler,
pela revista Graphotism Magazine, 14, de 1999.**
- Oberservações no fim da página!
"Obs" divididos em: [*] [**] [***] [****] [*****] [******]
Por seu estilo original, por sua técnica b.boying, Ken Swift é um dos mais respeitados B.Boyz do mundo. Começou como Kid Zoom, quando integrou a Young City Boys; foi chamado Ken Rok depois; Ken Ski foi quando ele entrou pra Rock Steady Crew; e Prince Ken Swift quando começou sua parceria com Lil' Lep - hoje ele é apenas Ken Swift. Ufa!
Ken Swift começou em 1978, quando o b.boying ainda não era sequer conhecido. Ele tava andando pela rua, quando deu de frente com uma roda muvucada, do lado de um boteco. Música alta, pessoas em pé, fechando a roda e... Dentro dela havia um pessoal dançando pesado. Bançando, batendo com força no chão, fazendo a marcação da música, agindo como palhaço de circo, como moleque zoador, imitando robô... Aquilo era... um monte de b.boy numa roda de break!
Era uma aposta em fazer melhor, bailado desafiador, pra meter bronca nos outros da roda. Mas era também um jogo com a plateia, quem olhava tinha algum tipo de resposta enquanto o b.boy fazia alguma maluquice...
Então, foi ali naquela rua, onde Ken Swift aprendeu com os meninos pretos como era o break. Isso sem perguntar nada, sem pedir dicas, nem nada porque... era tipo machismo de rua, coisa de cara durão - aprender só de ver. Pra manter a moral, né? Era uma roda que ele podia ver os melhores movimentos do break - silêncio! Ninguém, nenhum b.boy aplaudia. Não era showzinho. Era dançar, numa de gangue, sem dar mole pra ninguém, sem ficar desmoralizado. Estilo South Bronx, entende?
Os fundamentos estavam todos ali. Sem ninguém pra explicar. E Ken Swift tinha mais é que fazer direitinho. O único propósito mais "alegrinho" era dançar bonito, para sua prórpia gangue se sentir considerada. Sentir que tem alguém fera de verdade naquela banca. Pra galera fazer Ohhh! Então existia sim, um negócio de treinar escondido, pra lançar novidade na roda. Porque também ninguém podia copiar essa novidade - coisa feia, macaco de imitação.... Bom, Ken Swift não disse com essas palavras, mas a tradução parece que permite: isto foi o que ele aprendeu numa roda de "negão", tudo b.boy de rua.
Não era isso? Só apertar aê:
Então, de volta ao Ken Swift...
Quando foi perguntado por suas influências principais no breakin' Ken Swift soltou essa: minha influência foi a música. E depois até consertou, dizendo que teve o B.Boy Grego, da Executioners Crew, do Leste Harlem, outro foi B.Boy Shaky, de Porto Rico, que atuava com a Amsterdam Projects, da rua 61. Da Number One Sure Shot Crew, teve o B.Boy Kid Terrific, também de Porto Rico, que não era "negão" também - e ele, "brancão" (rss), se sentiu mais confortável com esses - que hoje são chamados "espânicos" no EUA.
Quando foi perguntado por suas influências principais no breakin' Ken Swift soltou essa: minha influência foi a música. E depois até consertou, dizendo que teve o B.Boy Grego, da Executioners Crew, do Leste Harlem, outro foi B.Boy Shaky, de Porto Rico, que atuava com a Amsterdam Projects, da rua 61. Da Number One Sure Shot Crew, teve o B.Boy Kid Terrific, também de Porto Rico, que não era "negão" também - e ele, "brancão" (rss), se sentiu mais confortável com esses - que hoje são chamados "espânicos" no EUA.
Os irmãos, mais velhos que Ken Swift, o Speedy e o Tumir, eram grafiteiros - isso também ajudou a megulhar na cena underground. E teve o Eddy Ed, o Kid Spark, que entaram na Rock Steady back em 83, que foram suas inspirações no Brooklyn Rock. Finalmente, ele fala do Maurizio, quem despertou nele aquela força pra jogar mais pesado, depois que entrou pro grupo, forjou um espírito de B.Boy-Pra-Sempre em toda a Rock Steady. Nessa formação, diz ele, levou três anos para aprender direitinho, se formar nas faculdades "da rua", b.boy "pra-sempre", cheio de feeling pro break.
B.Boy Ken Swift
- Encontro das Ruas/2009 -
Ou... Assista na Telona: B.Boy Ken Swift (Clicaqui!)
Youtube: IceHotProducoes
- Encontro das Ruas/2009 -
Ou... Assista na Telona: B.Boy Ken Swift (Clicaqui!)
Youtube: IceHotProducoes
Hoje Ken Swift diz que está fora da cena, que seu B.boying não recebe o respeito que merece, que há muito ignorante que não sabe de nada e caga goma. Na opinião dele, educar para o B.Boying tem sido muito difícil, que há um monte de informação distorcida circulando, em parte para atingir o prestígio dos pioneiros, atingir os dançarinos originais com boatos, com fofocas. "Você não será um B.Boy se não for também uma pessoa de respeito." Os anos 90 pra ele foram assim: uma busca permanente por auto-conhecimento, por saber tratar bem as pessoas, aprender e continuar aprendendo - é o respeito próprio.
Esse caminho, para Ken Swift, é uma real celebração. São vinte anos de carreira, tendo doado suas maiores preocupações ao b.boying, dado seu sangue, o suor e os anos de vida para hoje ser respeitado entre os melhores dançarinos do mundo. Não apenas ser um original do filme Wildlife, mas ter os aplausos e o real respeito. "Ainda existe um "lil", um jovem b.boy morando dentro de mim, que representa mais que qualquer outra coisa no mundo."
Ken Swift sente-se feliz com sua performance física, pois se ele se diverte - está tudo bem. Ninguém poderá dizer que Ken Swift vive a fama de quando era um moleque. Ele passou pela rua, atravessou a rua, tendo lida com situações humanas, família, conectado a grupos, a relações comerciais, tudo mais. Sendo pai, hoje ele acha bonito ter deixado a cena depois de vinte anos, pois sabe que existe um botão, que é só apertar, escutar uma música - sempre existirá um b.boy dentro dele.
A queda no movimento breaker, da cena b.boying, Ken Swift atribui a má fama do hip hop, especialmente com a cena gangstar, com drogas, com o machismo grosseiro, agressivo com as mulheres - mensagens que são misturadas, que confundem. Também, todo o bailado original Hip Hop, até as Funk dances, como "Locking, Popping and Boogaloo", ele reconhece que são de aparência pesada mesmo, dança agressiva, que assusta as pessoas. Eles estão vendo cenas, de palhaços, de gestos sexuais, que estão dentro de nós, que estão na mídia - porque tudo isso é parte da educação.
O Breaking inclui powermoves, acrobatics, giros (flips), footwork, freezes, toprock. São elementos que fazem um b.boy completo. Cada um deles, quanto mais vocês treina, melhor você escuta e expressa a si mesmo, dizendo aos outros sobre sua energia, uma energia indomável. Muitos não percebem essa energia, não sabem o quanto de "funking" se bota na expressão, desconhece de onde vem esse "flavour". E na multidão muitos também não sabem o quanto é real sentir os "beats", que não percebem o que a outra metade está sentindo diante do "real b.boy", "original style".
O primeiro passo ainda é abrir a mente para a música, ouvir, preparar-se para os fundamentos - muitos já querem chegar no passo mais adiante, "powermoves and airmoves and flips", sem ter se criado. Simplesmente dizem: "fuck that, that shit is old school, it's wack!" Tiramos a fantasia desse cara, os adesivos de mochila, jogamos as revistas fora, catamos na mão grande seu bonezinho de baseball, seu capacete de head-spin - cadê o estilo? Engana um moleque, mas esses movimentos "fortinhos", essas fantasias, não representam nada para um verdadeiro b.boy - que muitas vezes será visto treinando só os fundamentos.
Em suas oficinas Ken Swift sempre recomenda o uso de capacetes próprios pra head-spin. Vai proteger seu cérebro, sua caveira. Que é normal - sentir vergonha de usar capacete numa roda, diante da zoação dos outros, você medra e larga o capacete pra lá. Mas Ken Swift diz que você mesmo merece o benefício da dúvida - use o capacete e dane-se o que os outros dizem. É o teu crânio ali. Muitos perguntam a Ken Swift se ele não gosta de powermove, ou prefere o footwork - que ele diz que isso é um erro. AMA POWERMOVE! Apenas ele é pelo C.B.S - Complete Breaking Style. E muitos não entendem que existem outros movimentos tão importantes como o powermove.
Para Ken Swift a Rock Steady é a crew pioneira, que deixou fundamentos, apesar de existir uma certa competição sobre isso. Inclusive, a verdadeira competição é, e sempre será, desafiar a si próprio. Não é derrotar oponentes - é dançar no compasso, entrar na roda, deixar a roda falar - poder dizer "I fucking ripped that record" (seria "botano pa phudê"?) - isso é vencer. O break de rua acabou, mas fazer clube, com aquelas luzes, cheio de gente em volta - isso é muita adrenalina! Coisa que você não encontra num salão de treino, uma academia. Então é preciso fazer um trabalho com os clubes noturnos, para abrir mais espaço pro break, romper com a ideia de que o break é violento. É preciso também trabalhar esse aspecto nas batalhas, saber perder, que não há nada grave nisso.
Se olhar pra trás, a situação social e econômica dos anos 50, 60, 70, na cidade de Nova York - eram muitos imigrantes! Gente vinda de Porto Rico, da América Latina, do Haiti, da Jamaica. O Bronx foi o lugar ideal pra baixa renda, mas ao mesmo tempo houve uma grande fuga dali... Por conta dos "senhores de terra", que valorizavam os ricos do Little Bronx, e arrasavam quarteirões pobres. Muitos quarteirões, prédios incendiados, que eles fizeram para pegar o dinheiro do seguro. Eram coisas assim que as crianças viam todos os dias - com muita insegurança. Então não se tinha muito o que fazer. Escutar música, mais nada. Foi a criatividade e o dom daquela juventude, que sozinhas, sem apoio do projetos comunitários nem nada, fizeram a energia do Hip Hop. E tomou conta de todo mundo.
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* Ken Swift (Rock Steady Crew /NYC) - Entrevista realizada por M.Sinckler, pela revista Graphotism Magazine, 14, de 1999. Matéria traduzida e reduzida com uma boa dose de licença poética do Poeta Xandu. Foi pesquisado no site The Spartanic Rockers, acesso através do endereço:
http://www.spartanic.ch/b-boy-knowledge/thoughts/interview-with-ken-swift/
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** The Spartanic Rockers
- The Spartanic Rockers é considerada uma das melhores! A Crew nasceu em Berna, uma cidade Suiça, usando o logotipo do elmo do guerreiro de Esparta. Criada em 1986, a Spartanic Rockers teve em sua primeira geração B.Boyz da suiça e do Japão - e desde então coleciona lugares no podium nas melhores competições em b.boying. Países de grande tecnologia, que valeram também o mérito de ser uma das primeiras a divulgar a cultura B.Boying através da internet - referência para organizadores de batalhas e juízes. Isso valeu menções honrosas como prêmio "Best Website Dedicated to the Art of B-Boying", no "Online Hip Hop Awards", constando na página oficial da BOTY ao lado das crews "Dancers Delight" e "Cardboard Only" importantes na divulgação da cultura através da internet.
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- Obrigado Spartanic Rockers por divulgar o b.boying e Ken Swift!!
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- Ken Swift dá aulas todas as terças a noite na Dance Studios/NYC.
------------- AINDA VOU DAR UM CHEGO LÁ !! -----------------------
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Ken Swift diz:
Para conhecer os fundamentos e filosofia da "Art of Breaking"
Acesse:
www.breaklife.com
www.classicstyles.wordpress.com
http://www.myspace.com/breaklife
- São supportes na authentic NY dance tradition 2009
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Ele mandou procurar o filme The Rock
- importante para quem quer aprender os fundamentos do b.boying
O link e a cópia estão aê:
http://www.breakinconvention.com/artist/vii-gems-rock-dance-division-feat-ken-swift-usa
VII Gems Rock Dance Division - England Tour, May 2009.
- integrantes: Clarkie, Burn 1, Mr. Loose, Ken Swift, China, Wak, Candy e DJ Forrest.
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Quer as BATALHAS? Só apertar aê:
Vá para...
1 comentários:
KEN SWIFT EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO -SP
DIA 19 DE FEVEREIRO DE 2011
CAMPEONATO DE BREAKING "DUELO DE TITÃS"
duelodetitasbrasil@hotmail.com
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