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Rio, o6.o1.2o1o



A Reciclagem na Roda do Break!


Proposta de uma organização Hip Hop
em intervenção social e
redução de impactos urbanos
A partir da reciclagem de PET e Papel descartados.





Direção e Coordenação: Luiz Carlos dos Santos Pinto

ONG Responsável:
Grupo de Breaking Consciente da Rocinha - GBCR




Colaborador na elaboração do Projeto:
Alexandre Wilson de Oliveira Santos
(Consultor Sócio-Econômico)
Tipo de Contrato: Parceria
Início: 06 de janeiro de 2010.
Término: em aberto para 2010.



Sumário


Introdução............................................................................. p. 03
I- Metodologia e Planejamento Geral............................ p. 04
II- Cronograma de Implementação ................................. p. 07
III- GBCR, Docentes e Orientação em Educação............. p. 08
IV- Público Alvo e Histórico Social................................. p. 15
V- Pesquisa: PET e Papel na Sociedade.......................... p. 30
VI- O Projeto..................................................................... p. 52
VII- Acompanhamento Qualitativo (etapa a) ..................... p.___
VIII- Acompanhamento Quantitativo (etapa b).................... p.___
IX- Intervenções na Sociedade........................................... p.___
X- Prestação de Contas..................................................... p.___
XI- Avaliação Final............................................................ p.___
XII- Considerações Gerais (etapa c).................................... p.___
Anexos................................................................................... p.___
Bibliografia............................................................................ p.___







Introdução

O mundo atual apresenta uma grande contradição: vive-se o melhor do consumo, com avançadas tecnologias produtivas, ao mesmo tempo em que ocorrem graves problemas sociais e ambientais. Percebemos isso nas inúmeras dificuldades vividas nas favelas, como nos danos causados pela poluição industrial excessiva. O aumento do lixo urbano deve ser combatido: com discussão ecológica, coleta seletiva, reciclagem de materiais com algum potencial econômico, como as garrafas PET e toneladas diárias de papéis descartados. Aos novos movimentos sociais cabe uma participação ativa na promoção de uma consciência “verde”, na redução de impactos ambientais, nas práticas sustentáveis.
Dos novos movimentos sociais, das tribos culturais – a cultura Hip Hop é sua mais ativa face. Ao Hip Hop estão aliadas muitas discussões sociais: firme posicionamento contra a violência e miséria urbana; protagonismo jovem na mobilização social, saúde coletiva; educação popular e na busca por soluções criativas. São fundamentos presentes no SUS e no Estatuto da Criança e do Adolescente. A GBCR (Grupo de Breaking Consciente da Rocinha) possui longo histórico de ativismo no Rio de Janeiro, tendo já organizado encontros e palestras, participado das campanhas contra AIDS, DST’s, Tuberculose, gravidez adolescente – agora abre-se ao ambientalismo. Das universidades, acadêmicos buscam a GBCR, nas temáticas: juventude, violência, dinâmicas sociais. No Hip Hop, a GBCR desenvolve os 4 elementos criativos: no canto rimado (Rap), na pintura mural (Grafiti), na discotecagem (DJ), com especialidade no ensino da dança (Break). Como ONG é um exemplo comunitário concreto – superou adversidades na construção da cidadania. Na economia global, na reciclagem ou na roda de Break (dança), há um ponto em comum: possuem o ideal dos “Ciclos Eternos”, a Sustentabilidade.
O presente projeto destina-se a capacitar 20 jovens em três frentes: ecológica, artesanal e iniciação a dança Breaking. A noção de ciclos é fundamento na antropologia das “danças em roda”, como um facilitador neste diálogo, uma identidade jovem. O método une discussões e práticas em ecologia, redução de danos ambientais, identificação segura dos descartáveis; instrução em técnicas artesanais; preparação do adolescente para o exercício da responsabilidade ambiental. São idéias sociais interligadas. Ao término, a comunidade e os patrocinadores poderão contar com um grupo capaz de promover práticas sustentáveis, divulgar a coleta seletiva, intervir na sociedade com ações educativas e apresentações de Break. E no artesanato, uma alternativa econômica concreta: um produto acabado, do Lixo à Arte. Cremos ser este um bom meio para modificar paisagens sociais e ecológicas – como um giro executado na Roda de Break!


I- Metodologia e Planejamento Geral
1- Levantamento de Informações 2- Organizando as Informações Coletadas

Levantamento de Informações
Duração: Dezembro de 2009 a Janeiro de 2010.
Realização distribuída em (V) - verdadeiro; (F) – falso.

Foram levantadas informações referentes aos seguintes tópicos:
1) Social
Dados sociais e econômicos, sobre os temas: pobreza e favelas no Rio de Janeiro(V), a favela da Rocinha em números e histórico local(V), o contexto social do adolescente da Rocinha(V).

2) Hip Hop
História e contexto social do Hip Hop nos EUA(V), histórico do Hip Hop no Rio de Janeiro(V), histórico da GBCR(V), a roda de Break na antropologia das danças populares(V).

3) Dança
Dados sobre saúde e segurança na instrução da dança: manuais de primeiros socorros(V), fundamentos de educação física(V), treino e exercícios localizados(F), agenda de campeonatos e apresentações coreográficas na dança break(V).

4) Indústria, Poluição e Reciclagem
Dados sobre a indústria do petróleo no Brasil e no Mundo(V), dados específicos referentes à produção, distribuição, poluição e reciclagem em plástico PET e Papel(V).

5) Atividade Artesanal
Dados sobre manuseio e segurança na confecção de artesanatos em PET e Papel, métodos artesanais em PET e Papel, levantamento de PREÇOS referente aos materiais necessários(F).

6) Implementação e Cronograma
Montagem de cronograma para: a) articular parceiros na obtenção de papel e PET(F), b) levantar informações sobre o lixo na circunvizinhança e modos de recolhimento seletivo(F), c) selecionar os objetos artesanais a serem construídos(V/F), d) calcular o tempo de execução em 3 fases (iniciante, médio, avançado) (F), e) articular parceiros para a realização de intervenções específicas na sociedade(F), f) montagem final do projeto e busca de patrocínio(F).

Organizando as Informações Coletadas
- Visa construir a redação do projeto, para informar os docentes e preparar a implementação.

1) Social
Entre o início do mês de dezembro de 2009 e 6 de janeiro de 2010 foram levantados todos os dados sociais e econômicos necessários, conforme está descrito acima. A pesquisa completa consta do Capítulo IV.

2) Hip Hop
Este ponto está coberto pelo tópico “A História do Hip-Hop”, que consta do projeto “GBCR - Interagindo nas Escolas...”, um painel satisfatório sobra a história do Hip Hop nos Estados Unidos. Sobre o assunto também podemos contar com o trabalho de monografia “Hip Hop: Juventude de Favela e Transformações Sociais” (2004), da conclusão do curso de Sociologia do consultor e parceiro Alexandre Santos. Sobre o histórico da GBCR, aquele mesmo projeto, no tópico “Zulu Nation Brasil – Grupo de Breaking Consciente da Rocinha”, informa sobre a evolução do grupo. Uma outra pesquisa do parceiro foi realizada, com o título “Os sentidos da “roda de Break” na antropologia da dança”, na qual faz uma breve abordagem sobre a antropologia das danças populares. Todos os textos sobre Hip Hop serão incluídos no Capítulo III. Uma versão resumida deve contemplar a necessidade do projeto.

3) Dança
Sobre saúde e segurança na instrução da dança:
Foram pesquisados 4 manuais de primeiros socorros, sendo eles:
Noções de Primeiros Socorros no Trânsito, SP – 2005. Ministério das Cidades.
Manual de Primeiros Socorros. Compilação de Jonathan N. Boilesen da Fed. Escoteiros do Brasil.
Manual de Primeiros Socorros, DF – 2003. Ministério da Saúde /Fundação Oswaldo Cruz
Manual de primeiros socorros, SP - 2007. J. Gananian; R.Waksman, pediatria da USP.

Educação física, treino e exercícios localizados também foram consultados
– todos esses materiais servirão nas oficinas de preparo do Instrutor em Break, com o apoio do Corpo de Bombeiros ou algum centro hospitalar que se disponha a ser parceiro da GBCR.
Agenda de Campeonatos e Apresentações de Break consta de modo permanente no blog Zine Zero Zero, criado pelo Poeta Xandu, podendo ser consultado a qualquer momento. Deverá servir para realização de visitas programadas pelo projeto. (www.zinezerozero.blogspot.com)

4) Indústria, Poluição e Reciclagem
Estes dados constam no Capítulo V.

5) Atividade Artesanal
Alguma pesquisa e preparação em métodos artesanais em PET e Papel, foram realizados durante os meses entre agosto de 2009 e janeiro de 2010. Ainda não está fechado, mas já serve de base para dialogar com um candidato ao Ensino de Técnicas Artesanais.

6) Implementação e Cronograma
Montagem de cronograma para:
a) articular parceiros na obtenção de papel e PET.
Formar Catadores de Recicláveis Não consta no projeto! Por isso, essa articulação será necessária e deve levar em conta as residências de São Conrado, para papel de melhor qualidade. Até poderemos incentivar os alunos a fazer alguma coleta, mas será algo limitado – talvez um “dia de mobilização comunitária pela Coleta Seletiva”, no máximo.

b) levantar informações sobre o lixo na circunvizinhança e modos de recolhimento seletivo.
Este poderá ser um dos exercícios extra-classe a serem propostos aos alunos: investigar sobre a Coleta Seletiva na região, verificar: consciência ecológica no trato do lixo. Tema para discussão.

c) selecionar os objetos artesanais a serem construídos – Caberá ao Instrutor decidir sobre isso.

d) calcular o tempo de execução em 3 fases (iniciante, médio, avançado) – idem.

e) articular parceiros para a realização de intervenções específicas na sociedade.
Alguns locais: Parque Lage, Jardim Botânico, Quinta, Alto da Boa Vista, Escolas.

f) montagem final do projeto e busca de patrocínio.
Devemos realizar reuniões para este encaminhamento. Os patrocinadores são aqueles já apontados no Capítulo V, somados a qualquer outro interessado e/ou oportunidade em edital.
Sobre O Projeto – a referência é o edital HSBC, mas podemos VENDER sem edital.



II- Cronograma de Implementação

2009/AGO – 2010/JAN: LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES
2010/JAN:
1- FECHAR O CORPO DOCENTE
2- ARTICULAR ESPAÇO E PARCERIAS
3- LEVANTAR PREÇOS
4- FINALIZAR O PROJETO
2010/FEV:
1- REVISAR O PROJETO
2- LEVANTAR PATROCÍNIOS E EDITAIS
3- VENDER O PROJETO
2010/MAR:
1- CERTIFICAR A INFRAESTRUTURA
2- CERTIFICAR O SUCESSO NA VENDA
3- INICIAR O PROJETO

1º SEMESTRE DE 2010:
1- AULA: INTRODUÇÃO AO PROJETO (4 HORAS SEMANAIS)
2- AULAS:
1ª HORA DE ARTES MANUAIS/;
2ª HORA DE BREAK
3- VISITAS ECOLÓGICAS

2º SEMESTRE DE 2010:
1- AULA: 2 HORAS DE BREAK
2- VISITA BREAKER E PREPARAÇÃO PARA “NOVEMBRO NEGRO”
3- AULA: 2 HORAS DE PRODUÇÃO ARTESANAL
4- INTERVENÇÃO DE BREAK E ECOLOGIA URBANA

NOVEMBRO DE 2010: FECHAMENTO DO PROJETO.
DEZEMBRO DE 2010: AVALIAÇÃO E CONTAS.



III- GBCR, Docentes e Orientação em Educação

- História da GBCR, intervenções importantes e últimas realizações.
- Os sentidos da roda de Break na antropologia da dança.
- Definir os candidatos e interessados no projeto.
- Definir local e verificar se a equipe está completa e quanto custa ao mês/hora.

Zulu Nation Brasil - Grupo de Breaking Consciente da Rocinha.
__Equipe GBCR_______________

A Crew (grupo) surgiu em de 1995 na comunidade da Rocinha até chegar a esse nome, o grupo teve outros nomes com diferentes formações. Apesar das dificuldades, a vontade da Crew em expandir a cultura Hip-Hop no Rio de Janeiro sempre foi o seu maior objetivo. É interessante como a história dessa Crew se confunde com a historia do breaking no Rio de Janeiro, pois o seu idealizador, Luis Carlos (Luck) atravessou toda trajetória do funk-soul nos grandes bailes dos anos 80-90 e até hoje continua dançando o break.
Foram muitos personagens ao longo desse tempo que ajudaram a equipe a ser o que é hoje. Muitos desses personagens tomaram outros caminhos que não o da cultura Hip Hop, uns tomaram caminhos bons outros nem tanto, mas a verdade é que todos deram a sua contribuição tornando a G.B.C.R. a maior representante do Hip Hop no Rio de Janeiro e uma das principais equipes do Brasil, participando de inúmeros shows, apresentações, palestras, eventos, reportagens etc..
A equipe ao longo do tempo também aprendeu a usar a cultura Hip Hop como instrumento de mudança na vida dos jovens, realizou projetos sócio-culturais ligados a cultura Hip Hop na comunidade da Rocinha, onde acontecem os treinos da equipe. Nossos instrutores são contratados por diversos outros projetos, em outras comunidades do Rio de janeiro e do Brasil.










Os sentidos da “roda de Break” na antropologia da dança.
__Poeta Xandu_______________

Onde estamos?
Na urbe, na cidade, na metrópole. A metrópole é plena: são muitos os apelos visuais, todos os caminhos indicam uma grande liberdade. Podemos viver as conduções, ônibus coletivos, trens, carros em movimento. Indicam a liberdade, de ir e de vir, mais e mais longe. Os orelhões, as bugigangas eletrônicas, as televisões e celulares. Tudo nos permite afirmar essa liberdade: vemos, conversamos, percorremos esse labirinto chamado cidade. Nas cidades grandes compramos as melhores coisas, mais belas roupas, paqueramos as gatas. Gatos, dependendo do sexo de cada um.
No mundo da música e da dança, ainda foi mais incrível perceber a cidade. O rádio, a TV e o cinema trouxeram o Elvis Presley, Os Beatles, Jimi Hendrix, Rolling Stones, James Brown, bem diante dos nossos olhos. São velhos ícones? Tudo bem: nossos avós, nossos pais viram. Para quem hoje de seus 30 ou 40 anos, foi o Michael Jackson. Nunca se viu vídeo-clip tão fantástico como o do Maicon – como o povo chama: Mai-Com. E foi só o rabo do gato, logo chegou um monte! Beat Street, Let’s Break, Guerreiros da Noite, Collors! Isso aí fez a cidade do Break, do RAP, do Grafiti, do DJ – o nosso Hip Hop. Hoje é a internet que mostra de tudo, para quem quer e até para quem está quieto. Quando o pancadão tocar, não tem jeito: vá, vá-vai, vá-vai, vai dan-çar, vai dançar!
Acontece uma evolução dos sentidos. Começa nos olhos, passa pras bocas, virou, mexeu - todo mundo copia. Cada um faz seu estilo, do seu jeito, mas copia. Esse ato de “ver-e-copiar” é estudado nas universidades como Cultura de Massas. Ninguém cria? Claro que sim, fazemos coisas lindas e inteligentes todos os dias. Mas o grosso é cópia, sem espaço para os “diferentes”, entre aspas. Existe a vergonha, o medo de alguém reparar, falar mal. Com essa imensa cópia coletiva acabamos percebendo os limites da liberdade – é difícil fazer diferente sem alguém meter o malho. É preciso coragem. Depois que vira moda, a vergonha vira fumaça.
Então, essa cópia, o nosso bagulho na esquina, na roda de rap, de radião boom-box e batalha de Break, isso é uma audácia – a moda vai, a moda vem e o Break está aí. Isso não é baile modinha. Somos guerreiros corajosos. Vamos em frente.






Não faz muito tempo, só uns 200 anos, que foi inventado um negócio bem diferente de tudo que o mundo vinha fazendo. O quê? A dança de salão sofisticada. Era dança da alta sociedade, dos castelos fechados, das mansões muradas, que ninguém sabe o que acontece por lá. A corte do Império, com a Princesa Isabel, marqueses, viscondes, barões – fizeram um bate-coxa que deu no que falar. Foi um baile diferente, sem aquelas dancinhas de valsa, sem violino, sem oboé, sem tenor e nem maestro. Foi o baile do Corta-Jaca, um sambão rasgado, de feder de tanto suor. Não teve foto, Mas o povo falou – e mal. Por isso não ser bonito – não era muito europeu, né? Caiu na ralé.
Então tá. Outra do ambiente fechado foi a jogatina. Um século atrás neguinho com grana ficava ali, jogando sem parar, só na cocaína, perdendo dinheiro. Muito brasileiro rico ficou pobre nessa. Sem perder a pose: relógio cebolão, corrente de ouro, cartola na cabeça e duro. Foi junto desses otários que nasceu o malandro carioca, que se vestia igual e fazia diferente. O malandro sabia brigar, de porrada, faca, navalha, revólver e aplicava os “Cerca Lourenço” – era sóbrio, ligeiro e oportunista. E tinha os malandros de aparecer, de diversão maldosa, esses que existem mais. Freqüentavam os bailes, abusavam das mulheres, bebiam demais e gostavam de briga. Estes eram temidos, os valentes. É o polícia bruto, o bandido mau. Vão na linha de frente – acaba com o baile.
Que baile? O baile, o estilo sofisticado francês (ballet), foi inventado nos cabarés para ricos, a casa da “Mãe Joana” – Joana era francesa e pobre – dos pobres pros ricos. Os ricos alemães não faziam igual – eram meio kitch, gótico, brega mesmo. No Brasil ninguém sabia dançar igual ao europeu, então virou mancada, uma gafe, o baile de gafieira. Samba, cabrochas e malandros, baile desse tipo fez a Cidade Nova; nos subúrbios também. Essa é a história original dos bailes no Brasil, até 1950 – seresta, modinha, festa junina e samba de gafe. Com a TV e a guitarra, a vitrola ficou mais barata. Como o Brasil era de samba, esse negócio de música em inglês demorou pra pegar. Vinte anos depois estava sólido, com Roberto Carlos, Mutantes e Gil na MPB. E o Toni Tornado estava nos primeiros bailes soul, estilo Billy Paul, de negão gringo mesmo. Onde? Na Cidade Nova de novo. Dali o movimento partiu para a turma do Big Boy e depois DJ Marlboro, para todo o Rio de Janeiro: através dos bailes funk de vitrola. O Funk original, veja bem, é banda de música!
Acontece que: TV, rádio e cinema tiraram um pouco da nossa cultura brasileira. Cada dia mais ficou feio chegar do interior, ser um “paraíba”, um “jeca”, um matuto da roça, um “nêgo” bronco e analfabeto. E não é só a falação, também é ter e não ter. Da mesma maneira que o garoto pede ao pai um tênis de 800 reais para ir ao baile, o matuto também quer, o mais pobre também quer. A cidade, tão sonhada liberdade, aprisiona sua mente. Todo mundo te vigia, exige, faz deboche e causa frustração em muita gente. Junta com os apelidos, uma vez que você apanhou na rua e fica ali... Não se diz nada, mas aquilo corrói a cabeça e um dia escapole da cachola – faz o ladrão, faz o invejoso, faz a cobiça, a fofoca e não para mais. É um fraco psicológico, estudado por psicólogos como “sombra” mental, oposto da luz.
A zona sul é a primeira a apontar onde estão os problemas: é pobre, é negro, é ignorante, se veste mal e está fora da moda – é periferia. Bem diferente da educação moderna, trancado em casa, estudando, consumindo computador, a vida na favela (ou periferia) possui um algo melhor: é vida coletiva o tempo todo. São os vizinhos, os meninos sem ter “quem olhe”, numa aproximação que exige um: “Colé?! Pára de show! Vive tua vida!” Também não existe vingança em ver um playboy se acabando em drogas, batendo com o carro. Parece bom, mas não é. Porque “os play tão tirando onda”, justifica você pensar igual? Só o malandro entende isso: aquilo é visagem, por dentro é você. O pensamento te come – é jogo de poder, jogo de sexo.
Então, temos a dança do Brasil: uma dança de muitas formas, chamada folclore. Em geral, as danças brasileiras são, ou foram, parte de um todo religioso: dos índios, brancos e negros. A religião católica para se comunicar usou a dança, teatro, música. Não uma música européia, mas indígena, africana, do português pobre, das misturas entre essas danças. Temos a cirandinha para crianças, temos as cirandas como dança de roda nordestina. Temos samba, batuque, cateretê, baião, fandango, pajelança. Cada dança fala o jeito de ver o mundo, aqui e ali com uma só cor, uma carinha parecida, uma etnia, mas no geral é misturado – povo mestiço que circula o Brasil, numa roda de cores e sons.
No Break também é de roda, e essa é a melhor parte. A roda de Break exige que cada um faça seu papel, no beat-box, bata palmas, cante seu pedaço no RAP – e caia no Break de chão, no estilo gueto-boy! A batida será sempre a batida, mas existem tipos diferentes: no passo ensaiado do charme, no romântico do Funk Melody, num Miame Bass sensual, muitas vezes pornográfico. Esse é o Hip Hop que virou baile Funk, criado na batida do Bambata – com 2 Live Crew. Na real, na real, não há nada de horrível celebrar o amor, o sexo sem limites, só não é... Falar só disso não é normal, é coisa de tarado. Tudo isso é o Break, criado no Bronx, copiado no mundo de várias formas.
Nos EUA existe até uma polêmica sobre qual cidade começou primeiro, mas para nós isso não existe – foi o Bronx e só. Falam isso porque a cultura americana é bem mais deles mesmo. O estilo escocês, que faz o sapateado, o estilo inglês de dançar festa junina, o rock ou jazz, que vieram do blues dos afro-americanos. No Brasil não temos afro, aqui é o negro brasileiro. Não sabe? Por isso falta a gente conversar mais sobre as danças brasileiras e prestar atenção – não somos norte-americanos! Copiamos deles e vamos em frente – o nosso Break. Nas cidades o que costuma não ser nosso é aquilo que temos vergonha e tem gente que se acha meio diferente quando vai na Sul...



Temos vergonha de ser negro? Na capoeira, no samba? Um costume muito antigo na África é o valor dado ao mais experiente. Nas tribos do Mani Kongo (século XV) existia a tribo líder e o seu chefe era o calundu – homem mais experiente coroado como rei obá. Numa roda de samba, o calundu escolhia suas princesas para casar. Casava com várias. Era tradição Banto, em que a moça mostrava o poder da “semba” – os encantos no requebrado, no miudinho, na umbigada, um poder sexual: era um samba. Outra, era o desafio de poder macho. Na roda de Bambas, cada um desafia o outro com seus versos. Não só: objetivo na pernada também! Como no samba, no tambor de crioula, a capoeira exige um eixo de corpo, fundamento para o equilíbrio. Os pés bem plantados no chão, os joelhos levemente flexionados, enquanto o balanço dos braços distrai a atenção do oponente – é o bote da cobra! Numa roda de rasteiras, talvez, tenha surgido a capoeira brasileira.
A dança portuguesa, no fado, no fandango, também é dança de roda. Diferente do samba, onde o forte é o jogo de cintura, o jogo de perna e quadril; na dança portuguesa é a lei dos braços. Os braços sobem, apontam para o céu. Pés pontudos, pernas num compasso aberto, fechando somente para dar giros e saltos. Este é o estilo dos reis europeus. Quando assistimos à ginástica olímpica vemos que é um estilo europeu, que não perdeu sua dança original, sua marca no Balé Clássico. No nordeste uma parte dessa dança entrou no xote, outra fez a jardineira etc.. Mas o baião e tantos outros estilos nordestinos denunciam o índio brasileiro.
O movimento indígena mais conhecido é o bate-pé, o arrasta-pé, dançado por homens, numa roda. Lampião promoveu muitos bailes e chamou sua dança de xaxado – xá-xá das sandálias arrastando com força na terra. Ao contrário do europeu, o indígena lança seus braços para o chão, como um raio que explode na terra. Vemos em muitas danças brasileiras, na dança do Caboclinho no norte/nordeste. No Caboclinho temos uma dança rebelde, com flechadas e correrias em círculo – um corpo sempre alerta! É jogo de joelho, levanta-agacha-corre-agacha. O que isso representou lá atrás? O rio das mortes, o rio vermelho, o rio das velhas, onde todos morreram tingindo o rio com sangue e só sobraram as índias idosas. Foi triste – o caboclinho diz isso, conta uma luta dificílima contra os portugueses e seus agentes brasileiros: civilizados vs. selvagens.
Como já foi dito, a dança acompanhava a estratégia portuguesa, que reuniu as tribos através da dança e da cultura das missões. O rio São Francisco foi o início da criação de boi, dali até o Piauí, na beira da Amazônia. Fez do sertão a “civilização do couro”. Na África, diz a história, que o português surgiu como deus – o branco era tintura do mundo dos mortos. O negro banto, com sua crença animista, colocou no boi a chance de ressuscitar, dentro de um teatro-dança – era um boi, era um deus. Então a dança fala, fala sem precisar usar voz. Uma forma universal brasileira é a folia de reis – um teatro-dança. Geralmente o boi-bumbá acompanha a Folia de Reis. No Rio de Janeiro é o Boi Pintadinho. O jongo, ou caxambu, é a religião negra brasileira, que acompanha bem de perto o Boi Pintadinho.
O estudo dos antropólogos diz que a cultura de um povo está sempre aberta a novos deuses, pois enxerga sua força: vê deus no boi, nas flores, no baralho, aceita todas as macumbas, Alan Kardec, da mesma forma que vê em Jesus Cristo religião que impera. Essa mistura toda está na Igreja católica no figura dos três Reis Magos: um preto, um árabe, um europeu. Então a Folia de Reis também conta uma outra história: a luta dos cristãos contra os árabes. Interessava aos reis portugueses ter a favor de sua coroa, ser cristão – usou a força e depois o teatro: contra judeus, ciganos, mouros, moçárabes, mestiços.
Um mestre de folia é cristão outro é mouro. Precisam lutar: na cantoria, na dança e até de verdade. O prêmio é a fé e a princesinha segue de quebra – é também um conto de cavalaria. Tudo isso é um teatro popular, onde a figura do Mestre de Folia é fundamental – guarda as histórias, a coreografia, sabe cantar, dançar e tocar os instrumentos. Sabe ensinar. A Folia é seu teatro, seu exército, sua força e nova geração – para ter na vitória o nascimento de Jesus. Desde a infância, é dedicação e fé na invenção do Brasil.
Essa mesma guarda leva a bandeira do Espírito Santo, nas mãos do Mestre de Folia – é a Folia do Divino. É um jogo de trocas, de gente da roça, que recebe um porco de um fazendeiro, cachaça de outro, feijão, farinha... Prepara a bandeira para abençoar um lar. Versos acompanhados de um violeiro, quando não faz os dois. O tempo todo um palhaço cerca o Mestre, versando bobagens, piadas, para alegrar o dono da casa e sua família.
O Mestre também é rei, Rei Mago, em força e magia, para saudar Jesus. O palhaço é diabo, o Herodes, o povo israelita que apedreja. Eles não sabem o que fazem – o ser humano é assim. Luz e sombra, sonho e pesadelo, deus e o diabo. E vão me perguntar: cadê a roda? Os atores estão no palco... Simples. A platéia, os espectadores fecham a roda. Perturbam o ator, tiram sua peruca, assim como choram, dão risadas, aplaudem. A roda é uma troca de energia, olhos nos olhos, num movimento de criação do mundo.
Na sociedade atemporal o palhaço é jovem, a maldade natural do jovem; o mestre é o sábio, o mais velho. O bloco dos velhos, o grupo de bate-bolas – atravessam o tempo e incorporam. É a figura do Herodes no bate-bola, o clóvis no carnaval: chegam de mulão, mascarados, de sombrinha na mão e funk no ouvido. É o terror! Diferente da TV, ali todos estão se vendo nos olhos, falando com o corpo, suas expressões. A TV sabe disso, a propaganda quer falar contigo – mas essa gente não te responde, te ignora... Não estão vivos. Mas se é o break, chega o Bambata pra falar contigo, a situação é outra: é criador e criatura! Fechou o ciclo do respeito. Na roda de break é o bicho, mané!
Buda... Isso é Buda. O Deus Cristão ancestral, o yin yang, o porta-voz do equilíbrio no planeta, o nascimento e a morte em cada elemento da natureza. O ser humano é o inexplicável, cheio de deus e diabo dentro de si. O meteoro que vem do espaço e detona tudo, faz farelinho do mundo – e renasce.
Buda, no dia em que nasceu, encontrou uma Flor de Lótus, que brotou na lama. O menino subiu em cima dela e resolveu olhar para as 10 direções de Lótus. Como? Se o Lótus tinha só oito pétalas? Buda, muito iluminado, olhou também para o alto e para baixo, o mundo exterior e o mundo interior. Era um ser humano-deus diante da orientação espacial – uma necessidade mental é olhar pra dentro e pra fora através dos 4 sentidos, ou múltiplos de 4, nos 4 cantos, pontos cardeais.
O quadrado é o princípio geral do mundo, o símbolo presente na cruz. A psicologia observa 4 fundamentos: o pensamento, o sentimento, a intuição e a sensação. Bem somados a verdade do mundo: o exterior e o interior. Símbolo máximo, giramos esse (s) quadrado (s) – o mundo inteiro gira conosco. É o fundamento da roda: a eternidade da vida e da morte.
Se fosse continuar a falar disso tudo não parava hoje. A roda de Break verdadeira é essa – gira tudo ao mesmo tempo. Quem não souber ser um B-Boy, um Mestre de Cerimônias, Grafiteiro e Beat-Box (ou DJ) – não é um Breaker de roda. É preciso coragem. A história do rap nacional revela todos os maiores rappers, os mais poéticos e inteligentes – foram todos B-boys. Porém, se continuamos copiando as televisões e computadores, perdemos essa cultura norte-americana e a nossa ao mesmo tempo.
Creio que o verdadeiro Hip Hop tem mostrado o melhor ao mundo. Nosso rap é afiado, os grafites são inteligentes, os DJ estão sempre a procura da batida perfeita – e a capoeira fez o B-Boy Neguim tirar o 4º lugar no Bronx esse ano! Nas oitavas do BC One ele detonou com B-Boy Nemo, maravilhou o mundo. É o fundamento, a mistura, a criatividade, mostrando o melhor de si. Mesmo na pobreza sai maravilha, um brinquedo feito do lixo, uma flor que nasce no pântano. Temos que aceitar, não só a capoeira no Hip Hop, como estudar, respeitar e se dedicar para aprender mais sobre o Brasil – esses vizinhos que às vezes são meio bregas. Fico por aqui então. Fui!

!! mas o HIP-HOP não pára !!



IV- Público Alvo e Histórico Social

Histórico Comunitário

Rocinha: uma no espaço, outra no tempo.
__Poeta Xandu_______________
A Baixada de Jacarepaguá caracterizava-se por ser um vazio demográfico até os anos 1970. Abrangia uma superfície de 160 Km² urbanizáveis, sendo a Barra da Tijuca mais valorizada pelos parâmetros construtivos modernos, com 82 Km² e cerca de 20 km de orla. A área não era desabitada: no ecossistema de restingas, praias, lagoas, taboas, rios, rochas e morros, viviam pescadores caiçaras. Naquele tempo, a área manteve-se separada da zona sul pela densa Floresta da Tijuca, guardada pela monumental Pedra da Gávea. Sim, logo abaixo, já existia a Rocinha. Seus moradores praticavam a agricultura familiar nas encostas verdes, desfrutando de uma vida simples, porém saudável. Uma pequena população invisível ao poder público, pobre e sem documentação.
A especulação imobiliária no Rio de Janeiro teve duas frentes distintas consolidadas no início da década de setenta: os subúrbios industriais e a Zona Sul. Especialmente a orla, com extensão de Copacabana ao Leblon. A expansão fatalmente ocorreria na direção dos atuais bairros do Joá, da Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá.
Ainda em 1950, foi o estabelecido primeiro projeto para a área, um projeto viário. Mais tarde, o arquiteto Lúcio Costa, convidado pelo Estado da Guanabara, elaborou um belo plano arquitetônico, hoje conhecido como Plano Lúcio Costa (1969). Aos olhos dos cidadãos a região era considerada “areal”, ignorantes dos planos de governo, da partilha e da concentração fundiária, com olhos para os lucros com terrenos e prédios. Nos anos 80, Lúcio Costa constatava a desfiguração total do que havia planejado. Um “jogo de verde com branco” (Rezende/2005), bem distante do atual “mar de espigões” chamado especulação.
A região recebeu um grande fluxo de novos moradores de classe média, motivados pelas propagandas, pelas modernas edificações da Barra da Tijuca. Milhares de peões de obra, em maioria migrantes nordestinos estabelecidos na Baixada Fluminense, foram contratados pelas empreiteiras na construção da infra-estrutura viária e na atividade imobiliária. Além dos pobres já instalados, resistentes ou removidos, um grande número desses operários da construção civil passou a improvisar abrigos, construir moradias. As favelas marcaram significativamente o espaço social habitado e, assim como os residentes de classe média, acompanharam a expansão da cidade.
Em 1994, 82,4% da região do Recreio dos Bandeirantes ainda pertenciam a cinco grupos bem definidos (Da Silva/2005). Entre famílias privilegiadas na política e grupos ligados à construção civil, esses eram: Tjong Aiong Oei (11 Km²), Saneadora Territorial e Agrícola S.A (7,0 Km²); Carvalho Hosken (3,0 Km²); Irmãos Ramos (1,0), Drault Ernani (0,8 Km²), Empresa de Desenvolvimento e Engenharia (0,56 Km²); Diversas empresas de construção civil (2,5 Km²); Total: 14,86 Km². Bem diferente, muitas das habitações da Rocinha não tinham infra-estrutura mínima, sequer tinham terrenos legalizados há bem pouco tempo. Esta diferença, na boca do povo, é chamada “asfalto e favela”.
A favela da Rocinha está situada entre a zona sul e zona oeste do município do Rio de Janeiro. Ocupa parte do morro Dois Irmãos, parte da Floresta da Tijuca, onde também estão os bairros nobres Joá, São Conrado e Gávea. Respectivamente aos bairros, a favela é margeada pela Estrada da Gávea e Estrada Lagoa-Barra, figurando na área de planejamento AP-2, conforme nomenclatura de governo. Integra, portanto, a zona sul.
Na zona oeste, a população das Áreas de Planejamento 4 e 5 passou de 1,3 milhões em 1980 para 2,2 milhões em 2000. Só nos bairros localizados na AP-4, Jacarepaguá recebeu 22% e a Barra da Tijuca os restantes 15% (Soares-2007). Segundo dados do Instituto Pereira Passos, em 1999 a Rocinha ocupava uma área de 877.575 m², um “aglomerado subnormal”, como é definido pelo IBGE (IPP Estudos do Rio de Janeiro 2002). A transição favela-bairro ocorreu em 1995. A Rocinha ingressou na categoria “bairro residencial de baixa renda”, sendo vinculada à XXVII Região Administrativa, como um desdobramento do estudo “Mapa do Fim da Fome II”, baseado no Censo Demográfico de 2000 do IBGE.
Dentre moradores da Rocinha, 19% recebem de 1,5 a 2 salários mínimos, 22% estão situados abaixo da linha de miséria, destes: 14% não possuem nenhuma renda. A taxa de analfabetismo na Barra da Tijuca é de 3.9, enquanto na Rocinha chega a 13.1. Esses mesmos dados apontam para uma população de 56.307 habitantes. Atualmente, com base nos mais de 27.000 relógios medidores instalados pela Light, calcula-se que haja cerca de 160.000 habitantes. Um numerário um pouco maior se cristalizou no imaginário popular, entorno de 200.000 habitantes, conforme é citado no livro “A favela fala” de Dulce Chaves Pandolfi e Mario Grynszpan.
Apesar de a Rocinha ter crescido abruptamente na década de 70, sua origem é atribuída aos anos de 1940, quando o sanitarista Mário Pinotti era responsável pelo combate aos mosquitos causadores da Febre Amarela no Rio de Janeiro. Uma equipe de “Mata Mosquitos” foi instalada numa fazenda pertencente a empreiteira do francês Cássio Guidon. Como os habitantes desta localidade erma dedicaram-se ao cultivo de hortaliças, o excedente passou a ser vendido nos portões do Jóquei Clube, na Gávea. Os produtos “lá da rocinha”, ao que parece, deram destaque ao lugar, como é apresentado no livro “Rocinha” de André Cypriano (2005), segundo a leitura de Soares.
Por outros dados, o governo de Getúlio Vargas buscou tecer políticas de combate à pobreza e de avanço econômico (anos 30-40). Na direção da modernização do país, criou-se a Universidade do Brasil (UFRJ), assim como foram construídos muitos prédios grandiosos, como o Copacabana Palace. Ipanema e Leblon receberam uma rica ocupação, uma parte eram migrantes europeus, fugidos das guerras. Algumas das antigas mansões ainda estão de pé, símbolos do luxo na época: viver a orla. Aquele assentamento na Rocinha, cabe neste contexto: o necessário combate à Febre Amarela deveria garantir a boa saúde nessa área nobre, como foi apontado acima.
Também foram muitas as vila operárias construídas neste tempo. Era o trabalhismo, com as garantias dadas às famílias operárias, no salário-mínimo, na “carteira assinada”. Aos sem emprego fixo restou o trabalho provisório e a vida nas favelas. Ao tentar “erradicar” as favelas, porém, Vargas enfrentou revoltas, com adesões da classe média. Comitês de resistência foram organizados, na Zona Sul em especial. Foram criadas instalações provisórias para que deixassem as favelas. Mediante “atestados de pobreza”, esses pobres foram alocados nos “Parques Proletários”, como na Gávea, no Leblon, de onde terminaram expulsos.
Em 1946 a lei ainda não permitia a participação política de analfabetos. Diante do fato, a Fundação Leão XIII colocou-se em defesa das favelas, a fim de substituir as comissões de favelados e intelectuais da classe média. Sua atuação suavizava os conflitos, prometia o diálogo, empregava o assistencialismo e não criticava o governo. Entre 1947 e 1954 foram feitas intervenções em 34 favelas, como porta-voz de algumas melhorias em água, esgoto, luz e redes viárias. Além disso, manteve centros sociais em 8 das maiores favelas. Entre elas, a Rocinha.
Lícia do Prado Valladares, no livro “A invenção da favela” (2005), discorre sobre a origem do termo “favela”, marcando-o como uma lembrança da vegetação típica no sertão da Bahia. Ex-combatentes da Guerra de Canudos foram alocados pelo Estado no atual morro da Providência e ali permaneceram. Na história, foi dali o estopim para a Revolta da Vacina. Dali brotou o samba carioca, incentivado pela comunidade baiana, negra, ligada à estiva no cais do porto. Do alto, mira-se o mar e a cidade; no morro vive-se a pobreza. O morro da Favela foi um modelo para a literatura dos anos 20-30, a “favela”: ora uma triste comunidade, ora imponente, sempre romanceada.
Nas temáticas ligadas às camadas pobres é comum ver tópicos como: classes insalubres, degeneradas, perigosas, marginais. Os jornais e os estudiosos alertam: há tiroteios, epidemias, drogas – essa é a Rocinha “triste” tradicional. E devemos acrescentar a atual fase ambientalista: comunidade de práticas nada ecológicas. As famílias pobres da Barra da Tijuca são responsabilizadas por diversos danos ambientais. No caso da Rocinha: pela poluição visual de uma área nobre da cidade, pelo lançamento de esgoto na praia do Pepino, pelas invasões e desmatamentos no Parque da Tijuca. Responsáveis? Ali cada um dá seu jeito, ninguém sabe, ninguém viu – há um distanciamento.
Maia (2008) percebe a geografia local de outra forma. Uma forma que “salta aos olhos” por sua arquitetura urbanística específica, o aglomerado de habitações, que parecem “desafiar as leis da física”. O crescimento da população estabelece contraste com as propostas de contenção geográfica. O governo pretende cercá-la com muros, impedir a ebulição da vida. Na favela, o espaço público é extremamente sonoro, suas vias e becos são banhadas por cheiros, numa trilha cotidiana de aproximações. Do intenso contato, a Rocinha gera novas “Rocinhas”.
Extensas teias de fios elétricos desordenados, encanamentos à mostra, vielas fervilhantes. Ruas cheias, com pessoas na ida ou na volta do trabalho, pedestres, carros, ônibus, vans, caminhões e motos. Há congestionamento por todo o trajeto, nas calçadas também. Na Via Ápia o movimento é constante, 24 horas por dia. São lojas, agências bancárias, restaurantes, ambulantes; as pessoas nos bares, as crianças brincando. Há missionários evangélicos e consumo de drogas, muitas pessoas apenas passeando. Os bailes funk, o clube Emoções, a escola de samba, muitos forrós e pagodes espalhados – também compreendem esta alegre cidade de aproximações.
Para cada prática nefanda tipificada como própria das baixas camadas, uma punição. Fernandes (2005) considera uma política unilateral, que busca resumir a precariedade dos equipamentos sociais, opções de trabalho limitadas, como um “caso de polícia”. A esse desencaixe social, um largo espaço é deixado aos jornais e TV’s, que lançam mão de atrasados conceitos raciais e morais. No lugar da discussão sobre diretrizes sociais, econômicas e políticas, há um oportunismo nas práticas discursivas. Fernandes acusa na construção deste discurso um mote para constranger os pobres, com o “reforço da identidade racial e étnica, que nega a convivência com os diferentes [pobres] por conta do risco que isso implica”, citando Zaluar (Zaluar, Alba. - 1998, p. 217).
A Rocinha, portanto, é história plural, determinada por políticas públicas na urbe carioca. São exemplos o caso dos mata-mosquitos, ou o plano de erradicação das favelas da Zona Sul. Fonte de mão de obra barata para as novas edificações na Gávea, Jardim Botânico, Ipanema e Leblon, desde a década de 30. Alimentou com braços fortes a construção civil na Barra da Tijuca, como ainda faz. No morro Dois Irmãos se esconderam quilombolas, negros escravos articulados na sociedade secreta das Camélias, no século XIX. Do morro descem as domésticas, porteiros, prestadores de serviços, saem do “esconderijo” para os melhores endereços da cidade. Habitam em lar humilde, a Rocinha, o Vidigal, freqüentam a alta sociedade. No desemprego, por que não? No fundo do quintal, ainda há quem tire da terra alguma verdura para vender – da sua rocinha!








- ADOLESCÊNCIA

A adolescência é considerada uma fase evolutiva, parte da vida do ser humano, época de mudanças biológicas, psicológicas e sociais. Costuma ser tipificada na faixa de idade entre 13 e 18 anos, com alguma variação entre diferentes pessoas. Como “rito de passagem” natural, o adolescente enfrenta uma cadeia de desorganizações físicas, sociais, psíquicas, elaborando novas e importantes reorganizações. São urgências, medos, perdas, inseguranças, desafios, necessidades de enfrentamentos e superações de adversidades.
Boa parte dessa nova organização é mediada por uma noção de grupo, processo significativo na formação do adolescente. Em grupo, o adolescente opera igualdades e diferenciações, tanto nas atitudes como na percepção da paisagem social. Sua identidade é construída em idéias, valores e concepções, onde estão presentes o “grupo adolescente” e o processo educativo proposto pelos responsáveis.
Sua singularidade é experimentada, em termos de liberdade e contestação, ao mesmo tempo em que são testados níveis de acolhimento, proteção, vínculo, confiança. São projeções necessárias para uma transformação total, no campo das futuras identificações, amadurecimento de sua personalidade. É uma fase aberta aos atos heróicos e às grandes tragédias – sua urgência existencial.
Justamente, este aspecto “irracional” da adolescência é tratado tradicionalmente por instituições punitivas. Urge uma abordagem diferenciada, um espaço pensado, capaz de conciliar essa independência com os perigos de uma sociedade real. As atuais diretrizes para a adolescência no Brasil sublinham a promoção de saúde e prevenção de agravos. Nas políticas de saúde é cada vez mais importante a consolidação de uma visão sobre a adolescência, concretizando-se através de intervenções educativas. Neste sentido, a participação efetiva dos adolescentes é vista como uma delegação de sujeitos sociais, na elaboração, implementação e avaliação das ações.
Desde a criação do SUS (1988) o ideal da saúde comporta alguns novos marcos, em atividades preventivas, em assistência integral, participação comunitária. No exercício da cidadania ativa objetiva-se proporcionar melhorias ambientais e sociais, uma construção ambiciosa por um ser humano biopsicossocial. Um novo ambiente social, capaz de comportar as demandas do adolescente.




Contextos Agravantes em Saúde

São os motivos tirados da história da Rocinha frente às observações tiradas das estatísticas nacionais, sob os seguintes ângulos de intervenção social:

1- FEMINIZAÇÃO DA POBREZA

2- OBESIDADE E ÓCIO

3- AIDS ENTRE MULHERES ADOLESCENTES

4- TB ENTRE PORTADORES DE AIDS

5- ECOLOGIA DIANTE DO LIXO INDUSTRIAL
















1- FEMINIZAÇÃO DA POBREZA

O conceito “feminização da pobreza”, conforme estudo de Novellino (2004), teve início com as pesquisas de Diane Pearce, apresentadas em 1978 com foco nos temas: mulher, trabalho e assistência social. Sua obra associa o processo de empobrecimento das mulheres ao aumento na proporção de famílias pobres chefiadas por mulher. Por sua visão as mulheres “são pobres porque são mulheres”, como uma conseqüência econômica e social de ser mulher (sem o apoio de um marido) e que acaba por reproduzir a pobreza.
A autora cita (Moser - 1989) cinco formas históricas de abordar as políticas públicas para mulheres:
Bem-estar social:
Foi a primeira abordagem (de 1950 a 1970), com políticas fomentadas pela FAO/ONU, voltadas para as mulheres enquanto mães, no auxílio e/ou orientação nutricional e planejamento familiar. Tomam a maternidade como o principal papel das mulheres.
Eqüidade:
Visão adotada (de 1975 a 1985) por parte do movimento organizado de mulheres, apoiada pela ONU, que pregou a participação ativa no planejamento de políticas públicas.
Contra a pobreza:
Concepção ligada à noção de redistribuição (a partir dos anos 1970); para garantir que as mulheres pobres aumentem sua produtividade laboral. Nesta perspectiva, a pobreza das mulheres é vista como um problema de subdesenvolvimento, fundamento para programas de geração de renda, estimulados por organismos internacionais.
Eficiência:
A desigualdade entre salários macho/fêmea (após 1980) motivou a perspectiva de eqüidade entre os gêneros, a ser atingida pela qualidade da participação econômica, através do aumento de seu capital humano.
Empoderamento:
Empregado no movimento feminista e organizações comunitárias (a partir de 1975), foi concebido para estimular e aumentar a autoconfiança das mulheres. Os programas criados por este conceito visam aliar a discussão de gênero, o treinamento e a capacitação. Essa política foi acompanhada pela criação de cotas no mercado de trabalho e promoção da mulher em atividades políticas, como problema “dos homens” e/ou opressão neocolonial.



Ao discutir a trama que envolve as políticas para mulheres na perspectiva da cidadania econômica, Novellino (2008) analisou os índices estatísticos emitidos pelo Censo Demográfico 2000/IBGE. Sua pesquisa apontou para alguns dos principais aspectos inseridos na perspectiva da feminização da pobreza:


(1) Há de fato o fenômeno de feminização da pobreza no Brasil. O alto número de domicílios chefiados por mulheres pobres fornece clara evidência do fato.
Da amostra de 2.068.081 domicílios chefiados por mulheres (DCM), 4,9% de todos os domicílios brasileiros, foi constatado que quanto mais alta a proporção de DCM, pior o IDH, ou seja, permite estabelecer uma relação entre pobreza e DCM. Quase 40% dos DCM têm uma renda média per capita de R$ 23,30, enquanto a renda dos mais ricos é 45 vezes superior.


(2) Há uma conexão entre ser negra, pobre e ter baixa escolaridade.
A média de idade para as mais pobres, 34 anos, indica uma tendência para essas criarem seus filhos sozinhas, mais cedo que as mais ricas, com 39 anos.
A proporção de mulheres negras está acima da média brasileira e sua presença por cor diminui à medida que aumenta a renda. A proporção de mulheres negras vai de 62% entre as mais pobres, enquanto as brancas vai de 37%, dentre as mais pobres, para 78% dentre as mais ricas.
Há uma forte relação entre escolaridade e renda, com 3 anos de escolaridade ou menos em 50% das mais pobres e 86.2% entre as mais ricas possuem 11 ou mais anos. No grupo 3 anos ou menos ficaram concentradas as negras, enquanto as brancas apresentaram escolaridade entre 4 e 7 anos.


Chama a atenção encontrar um considerável percentual de mulheres em DCM na categoria “sem renda”: quase 40% das mães-solteiras, 36.3% das casadas, 34.8% das divorciadas e 21.6% das viúvas. Nenhuma das chefes de mais alta renda familiar se auto-declararou “sem renda”.






(3) A transmissão intergeracional de pobreza é um processo evidenciado nesta pesquisa pelas taxas de matrículas na escola encontradas.
Quase metade das crianças dos DCM mais pobres não estavam freqüentando a pré-escola. Sabe-se que aqueles que freqüentam pré-escola obtém melhores resultados mais à frente em sua vida escolar. Somente a metade dos adolescentes dos DCM mais pobres estavam freqüentando escola e não estavam trabalhando.
Das crianças e adolescentes dos DCM: 66,3% dos adolescentes de 15 a 17 anos de idade cujas mães tinham menos de 4 anos de escolaridade estavam matriculadas na escola, 86.3% cujas mães tinham 11 anos ou mais de escolaridade estavam matriculados na escola. Essa abordagem indica transmissão intergeracional de pobreza, quando se nota elevado índice de filhos dentro e fora da escola, ao mesmo tempo trabalhando.
A pesquisa revelou que 28,3% das crianças e adolescentes dos DCM mais pobres não freqüentavam escola; e pior, 17,04% não estavam matriculados na escola nem participavam da força de trabalho. Nos DCM mais ricos 4,2% não estavam na escola e 2,8% não estudavam nem participavam da força de trabalho.


(4) As mulheres chefes e mais ricas revelaram ter na cidadania econômica um motor para maior autonomia. Aquelas mais pobres, distantes da cidadania econômica, tiveram implicações graves em autonomia econômica. Dessa forma, os programas devem enfrentar a promoção da cidadania econômica como possibilidade de melhor construção das mulheres DCM, seu lar e seus filhos.


(5) Os argumentos enunciados nesta pesquisa apontam para que as políticas públicas atendam a demanda em DCM, como pressuposto de melhorias sociais significativas na relação intergêneros.








2- OBESIDADE E ÓCIO

Ferreira & Magalhaes (2006) desenvolveram artigo apresentando alguns apontamentos a partir dos depoimentos colhidos de mulheres obesas moradoras da Rocinha. Como seleção, foi utilizado o diagnóstico por Índice de Massa Corporal (IMC), proposto pela Organização Mundial de Saúde (valor igual ou superior a 30 kg/m²), a partir do qual foram observadas as condições de vida e pobreza na composição de uma cesta de indicadores sociais.
Nos resultados as pesquisadoras identificaram traços da cultura tradicional, pelos quais se associa a obesidade a uma marca diferencial positiva. Em contraste com pessoas magras, a obesidade ganha positividade no discurso, por motivos de fome, privações ou doenças na infância – fenômeno já observado por Zaluar. Foi também relevante observar mecanismos de compensação emocional, que potencializam a obesidade.
Apoiaram-se na metodologia desenvolvida por Orbach (2003), a que se refere a um sintoma singular da obesidade, sob a nomenclatura “fome emocional”. O papel do alimento, enquanto elemento capaz de apaziguar inquietações emotivas, contribui para uma trama psicológica específica. Através deste esquema, os sentimentos são transmitidos ao ato de comer, um comer vivenciado de forma dramática, múltipla e intensa, cujo labirinto pode ser interrompido pela satisfação da digestão.
Assim, esse aspecto integra parte dos dilemas diários, “das angústias, das perdas, das tensões ocasionadas pela falta de recursos, pela violência, pela responsabilidade com a casa e os filhos”. São fatores que, a despeito de sua múltipla causalidade, devem ser somados a outros fatores. São agravantes: os elevados índices gerais de desocupação, a feminização da pobreza (DCM) e o barateamento dos alimentos industrializado, em especial aqueles de maior nível de calorias.



Notas:
Foram os documentos citados pela autora:
- World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic: report of WHO consultation on obesity. Geneve: WHO; 1997.
- Orbach, S. Sobre a comida: reaprenda a comer e mude sua vida. Rio de Janeiro: Record; 2003.



3- AIDS ENTRE MULHERES ADOLESCENTES

No Brasil foram notificados em 2008 o número de 34.480 casos de AIDS, sendo 20.744 masculinos, 13.734 femininos, numa taxa de 1,5 homem para cada mulher. Devemos levar em conta algum atraso nas últimas notificações, como o próprio Boletim adverte (Ministério da Saúde, 2008/2009). Estes números mostram estabilidade em relação a 2007: foram 33.689 casos de AIDS, sendo 20.325 masculinos, 13.361 femininos. O histórico revela 1 caso para cada 9 masculinos em 1.989, 1 em 3 casos masculinos, em 1995 – agora em 1,5. Claro aumento do HIV entre mulheres.
Na faixa etária 13 a 19 (2008), tivemos 323 registros femininos, com taxa em 2,2 por 100 mil, um número bem menor que nos anos anteriores, que já ultrapassava a casa dos 400. É um número maior que do caso masculino: 264. Na faixa 20 a 24 este número é muito maior, com 1.071 notificações femininas, com taxa em 15,2 por 100 mil, para um universo total de 13.734 casos. Em relação ao ano de 2007, que registrou taxa em 3,0 por 100 mil, houve decréscimo, também na faixa de 20 a 24, mostrando taxa em 13,0 por 100 mil, para um universo total de 13.411 casos. Os casos de AIDS notificados por raça/cor (2008) teve entre as mulheres pardas 2.376 casos, num percentual de 36,3%, enquanto as brancas atingiram 3.264, quase mil casos a menos que em 2006: 4.173. Entre as mulheres de cor preta, foram 851 notificações, em 13,2% da amostra. Por ano, falecem mais de 3.500 mulheres infectadas.
Os casos notificados de AIDS no Brasil passaram de 30 mil a partir do ano 2000, estáveis até os 33.689 casos em 2007 ou 34.480 em 2008. Na região sudeste, onde estão os maiores registros, a situação passou dos 20 mil casos em 2002 diminuindo para algo entorno dos 15 mil em 2007 e 2008. Na Unidade Federal RJ, chegou-se aos 5 mil em 2002, mas decresceu a 4.452 em 2007 e 4.169 em 2008. A maioria dos casos de AIDS no estado é masculina (68,6%), a faixa etária entre 20 e 49 anos de idade concentra 83,5% dos casos e entre os adolescentes (13 a 19 anos) 1,7%.
O Boletim de 2009 mostrou grave o risco de infecção pelo HIV numa cidade maior de 500 mil hab., o dobro de uma cidade de até 200 mil, o triplo de uma pequena cidade do interior. Porém, é crescente a desconcentração do HIV: registros de cidades do interior. Por fim, o município registrou taxa de incidência por 100 mil no patamar de 36,7 em 2007. Alguns pesquisadores associam a elevação da escolaridade como tendência de melhor qualidade de vida. Ou talvez, a pauperização* do HIV esteja a incluir pessoas de maior tempo de estudo, ainda pobres.
*Justifico esta observação com uma comparação. É curioso notar em Porto Alegre, capital gaúcha reconhecida por um razoável padrão de vida, uma incidência por cem mil três vezes maior que no Rio, ou quatro vezes maior que em São Paulo. Certamente, isso deve ser levado em conta, quando observada a qualidade da coleta de dados.








Rio de Janeiro e Natalidade

No estado (RJ) a taxa bruta de natalidade varia entre 18 e 19 por mil, se repetindo para a região metropolitana e um pouco inferior para o município. No município do Rio de Janeiro cerca de 100 mil partos são realizados todos os anos; quase a metade procede em cirurgia cesárea (Ministério da Saúde/2005). Dos bebês nascidos, um quinto (18,6%) das mães são adolescentes, assim consideradas pelo SUS: entre 10 e 19 anos. Do total, 10% são realmente mães prematuras: entre 10 e 14 anos.
Um panorama da saúde reprodutiva na adolescência brasileira (Pereira & De Lima /2006) deve considerar o aumento a partir de 1980 nos casos de gravidez. Em 2002 eram cerca de 15% mais mães de 15 a 19 anos, dentro de um quadro de menor escolaridade que as demais faixas. Das mortes maternas, 26% do total estavam nessa faixa; apenas 14% dessas jovens com vida sexual ativa usavam algum método contraceptivo. As meninas brasileiras encontram nas relações heterossexuais a principal via de infecção pelo HIV.


Rocinha

A baixa qualidade de vida é apontada como um dos fatores de maior preocupação em relação aos índices de maternidade infanto-juvenil, em mortalidade materna e infecções por doenças sexualmente transmissíveis, incluída a AIDS. Como veremos, no Brasil não é um caso de espanto, na Rocinha também não seria de se esperar situação diferente – com um baixo IDH está maioria dos brasileiros.

Entre os microempresários da Rocinha, a metade afere ganhos entre 200 e 800 reais, 15% entre 100 e 1500 e 17,56% ultrapassa essa marca (Néri - FGV /2004). Esta categoria é vasta e engloba todos os tipos de biscates, produções domésticas e autônomos. Deste grupo, 80% apresentou baixa escolaridade, parando no 1º grau. Se no Brasil estão registrados 33% de miseráveis (ou seja: 56 milhões de pessoas), o estado RJ não está distante, com 19,45%, o município com 14,57%, em contrastes como: 3,99% na Lagoa e 21,89% na Rocinha. A linha da miséria é instituída em 79 reais ao mês.



Sem exercer qualquer atividade econômica, estão os cariocas em 37% e 30% da população da Rocinha. Dos 56.307 moradores revelados pela amostra, apenas 31% são chefes de família na favela, apesar de mais de 80% dos lares serem “casas próprias” – os aluguéis não chegam a 20% do total habitado. Apesar deste alarme geral, a Rocinha apresenta um bom índice de carteira assinada, cerca de 27%, em comparação com outras favelas e mesmo com a cidade: nem 20%. De todo modo, verificamos um grande tempo ocioso (inativo) e o agravante econômico para uma grande parcela da população. Seja por falta de oportunidades ou quaisquer outros motivos – o ócio atrai conseqüências negativas, físicas e psicológicas.
Enquanto os idosos figuram como moda na paisagem geral do município, 12,34%, jovens da Rocinha, na faixa entre 20 e 24 anos, apresenta-se com a mesma fatia. Homens e mulheres encontram-se em proporção equilibrada, sendo levemente feminino entre os adolescentes: em 51,5% de mulheres para 48,5% homens. Sua população geral apresenta a seguinte variação por cor: 36% são pardos, 8,6% são pretos e 54% são brancos. Entre 10 e 14 anos estão 4.680 (8,3%), que somados aos 5.404 entre 15 e 19 anos (9,6%) compõe o universo dito adolescente pelo Ministério da Saúde.
A esta larga juventude na Rocinha, aos adolescentes, em especial do sexo feminino, cabem às ações sociais um combate múltiplo: contra a ociosidade, baixa escolaridade, em especial, os riscos advindos de uma vida sexualmente ativa, com vistas a epidemia de AIDS. Uma ação social para este grupo, necessariamente deve levar informações relevantes de acordo com suas noções de identidade construída e faixa etária específica.

Atividades coletivas:
Oficinas de break, artesanato, planejamento familiar, saúde do adolescente e cidadania.

Premissa básica:
Desenvolvimento linguagens especiais para jovens, na valorização de seus projetos de vida e a construção de espaços de sociabilidade - educação em saúde, na produção de saberes e práticas.

Objeto:
Construir o sujeito protagonista da ação pela cidadania e, por sua vez, sujeito de sua própria transformação social.





Informações em Saúde: o caso do vírus HIV.

Um estudo com 820 adolescentes (Griep, Araújo & Batista/2005), com idades entre 13 e 19 anos, revelou algumas das situação correntes para quem realiza o teste anti-HIV no principal Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da cidade do Rio de Janeiro.
Como procedimento, 7,5% realizaram o teste anti-HIV anteriormente. O uso do preservativo nos relacionamentos fixos acusou 20% para “sempre” e 16% na “última relação sexual”. Aqueles com mais de um parceiro afirmaram “sempre” em 43%, e 41% na “última relação sexual”. Os motivos para o não-uso do preservativo varia entre “Confiança no parceiro” e “Não gosta” para fixos, para solteiros ainda são incluídos “Não dispunha no momento”, “Não deu tempo/tesão”. No caso das mulheres, os níveis mais altos ocorreram em “Parceiro não aceita”.
A população captada pelo estudo revelou que a testagem teve maior procura entre os solteiros, na faixa entre 17 e 19 anos (74,4%). Mais da metade contava oito ou mais anos de escolaridade. Acerca das motivações, metade do grupo feminino buscou o serviço conduzido por exames de pré-natal; no grupo masculino 60% alegou exposição à situação de risco. As taxas de soropositivos revelaram uma grave situação na fila de testagem: no grupo feminino foi de 0,35% para gestantes, 2,05% não gestantes; entre os rapazes foi 3,74% para heterossexuais e 4,81% para homossexuais. Esses dados revelam que a busca pelo teste anti-HIV é um recurso limitado às urgências de cada um – não é fato corrente.
O estudo encontrou proporção considerável de adolescentes de baixa escolaridade infectados, principalmente entre as gestantes. Com essas, o não uso do “preservativo com parceiro fixo” foi a moda. Entre as gestantes soropositivas, as proporções mais altas incidiram em categorias como de 13 a 16 anos, entre casadas, entre as de baixa escolaridade. É sabido que os fatores pobreza e baixo nível de instrução costumam estar associados às DST’s. Contudo, as freqüências acusam baixo percentual nos relatos de “DST anterior” e menor índice em HIV!









Rocinha
Realizado especificamente na Rocinha, Fernandes fez o levantamento sobre a qualidade das informações acerca da epidemia de HIV (Fernandes/1998). Os primeiros casos conhecidos de Aids na comunidade datam de 1986, e até junho de 1995 haviam sido registrados 79 moradores com HIV/Aids. Destes, 27 eram mulheres e 52 homens, numa relação de 2 homens para cada mulher infectada, em maior parte na faixa etária entre 20 e 40 anos.
Numa comparação entre dado de 1992, quando foi instalado o programa de controle de HIV, e esses de 1998, observou-se que o fato de ser solteiro e do sexo masculino implicava maior índice de prevenção. Em parte, é ressaltada a importância da escola no alerta aos riscos de HIV como também um significativo aumento no uso de preservativos. O programa é coordenado pelo Posto de Saúde da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Barcellos (AMABB), integrando o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.
Do total de 210 entrevistas, caracterizou-se o predomínio de mulheres (70,5%) e pessoas casadas (56%), com uma idade média de 29 anos. Noventa e cinco por cento da amostra haviam freqüentado a escola, tendo 38% desta alcançado da 3ª à 5ª série do 1º grau. As maiores fontes de informação sobre HIV/Aids referidas pelos entrevistados foram: a televisão (56%), a escola (13,5%) e pessoas da própria comunidade (6,8%).
Em número relevante, 83% dos entrevistados percebiam a Aids como epidemia na comunidade, 57% das pessoas já haviam conhecido pessoalmente alguém infectado. Por outro lado, 1/4 desses duvidavam da eficiência da camisinha como meio de proteção, pior: acusaram mosquitos e doação de sangue como transmissores do vírus.
Quanto a forma de obtenção de preservativos, 30% compravam camisinhas e 9,2% as obtinham através de postos de saúde. A proporção de usuários na comunidade aumentou de 21,9%, em 1990, para 41,1% a favor da camisinha em 1996. Também o uso regular da camisinha, encontrado em 8% da primeira amostra, dobrou: 16,4%.

Conclusão:
Ambos os estudos, que buscaram investigar sobre as múltiplas percepções sobre a AIDS na vida social, apontam para alguns fatores principais:
1- Baixo nível das informações acerca da AIDS,
2- Baixo nível de procura aos centros de testagem,
3- Forte presença de informações tradicionais (“de boca”) aliadas aos índices de pobreza e baixa educação, que incidem em não-uso da camisinha.
4- A epidemia de AIDS, mesmo revertendo seu quadro mais grave no Brasil, ainda deve ser considerada um alarme a toda sociedade.






V- Pesquisa: PET e Papel na Sociedade

- História do Petróleo e do PET
- Reciclagem do PET
- História do Papel
- Reciclagem do Papel




Módulo: Reciclagem com PET.




História do Petróleo

Em vários tempos e diversas civilizações o ser humano encontrou modos de manipular os elementos da natureza: em suas propriedades químicas e físicas. Um exemplo natural é o ar que respiramos: no pulmão os gases se transformam em energia (química), mas nas altas montanhas quase não conseguimos respirar (física). O petróleo, esse óleo viscoso e negro, é parte do interesse mundial, por conta de suas propriedades: podem ser feitas muitas coisas com ele!
No tempo dos Cavaleiros Templários (+/- século IX) os reis europeus e a igreja católica promoveram alguns monges, estudiosos que de tudo sabiam, inclusive sobre o teor inflamável do petróleo da Judéia – eram os alquimistas. Em certa guerra, diante de um cerco naval, alquimistas despejaram petróleo no mar: fizeram um “Mar de Fogo” e os inimigos fugiram espantados. Era o óleo diabo! Alguns historiadores acusam uma corrida pelo petróleo do Oriente Médio como causa da Primeira Grande Guerra Mundial (1914). Desde então, o “ouro negro” é fundamental na indústria e sua evolução é calculada: todos os anos surgem mil novas substâncias químicas.
As indústrias químicas deram um grande salto de qualidade após a Segunda Grande Guerra (1942-45). Para os países aliados, era preciso alimentar com urgência os famintos na Europa, vítimas da guerra. Foi nesta época que tivemos a campanha do “O Petróleo É Nosso”, com a participação de movimentos políticos, estudantis e sindicatos: criou-se a Petrobrás. Iniciaram uma corrida global por alimentos, com a criação de novos fertilizantes e produtos químicos contra pragas, feitos de petróleo. Apesar de tanto alimento produzido pela indústria, a fome – continua nos países pobres.
Agro-Business: processo de industrialização dos campos, chamado de “revolução verde”, incrementou a expansão das monoculturas em cultivos e criações. O uso de máquinas de grande porte e derivados de petróleo contra pragas promove maior produtividade e a contínua expulsão dos homens do campo – fazem os miseráveis sem-terras do terceiro mundo e os bem alimentados nos países ricos.
Muitos alimentos no nosso prato só existem por conta da química – globalizaram plantas, animais e muita poluição. Além de produzir alimentos, o petróleo está nos plásticos, nas borrachas, papel, nas tintas, nos lubrificantes e combustíveis de máquinas. O plástico PET é feito de petróleo, usado em garrafas de refrigerantes, embalagens de alimentos, roupas. O chamado é visual; a propriedade é dos outros, a barriga, infelizmente, é nossa.


Técnicas

O petróleo é um elemento orgânico, resultado da decomposição de seres mortos, e leva milhares de anos debaixo da terra para chegar a sua forma oleosa, como conhecemos. O gás GLP é outro fruto dessa decomposição.
A tecnologia de retirada do petróleo é chamada prospecção. Exige a construção de plataformas flutuantes, tecnologias de perfuração em profundidade, e a coleta causa muita poluição na terra e no mar. No Rio de Janeiro os poços mais importantes são os da Bacia de Campos, com ancoragem em Macaé.
Sua utilidade mais importante é gerar energia, através das usinas termo-elétricas (óleo, gás e carvão), ou através das máquinas movidas à combustão (gasolina, diesel, querosene). A outra linha de utilidade está na indústria de bens: alimentos (bens de consumo perecíveis), utensílios domésticos (bens de consumo duráveis) e fornecimento para outras indústrias (bens de capital).
Após a extração do petróleo, seguem as fases de processamento industrial. As diferentes químicas feitas com petróleo são divididas em estágios industriais: 1ª, 2ª e 3ª geração.

Classificação das Indústrias Petro-Químicas

1ª Geração
Descrição: São as próprias refinarias de petróleo, donde sai a nafta e o gás natural. São as matérias-primas para produtos intermediários, como eteno e o propeno. No Rio, temos a refinaria de Duque de Caxias.

Detalhes:
- A partir do eteno, são produzidos plásticos como o polietileno e os poliésteres: o PVC, o PET, o Nylon.
- A partir do propeno, ou polipropileno, são feitos materiais de grande presença em nosso cotidiano: embalagens, utilidades domésticas, artigos eletro-eletrônicos, produtos têxteis, automóveis etc. (NAKANO, 2007)
2ª Geração
Descrição: São os pólos petroquímicos, responsáveis por fabricar produtos em larga escala (por exemplo: o óxido de eteno); média escala como as resinas plásticas; além das químicas finas e as especiais, produzidas por encomenda. No Brasil existem quatro pólos petroquímicos, um deles é o Riopol (2005), recém criado em Itaboraí/RJ.
3ª Geração
Descrição: É a última etapa, quando as fábricas transformam as resinas em produtos finais. Das resinas termoplásticas são feitos produtos acabados, como borrachas, fibras têxteis, detergentes, fertilizantes, materiais para construção civil, autopeças, embalagens, brinquedos, utilidades domésticas, entre outras.
Fonte: Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM)


Campos de Petróleo

Campos Terrestres.
São exemplos conhecidos, o nordeste brasileiro, a Argélia, a Rússia, a Venezuela, o Texas/EUA e, principalmente, os países árabes do Oriente Médio.
Campos Marinhos.
As maiores reservas estão debaixo d’água, no fundo dos oceanos, como no Golfo do México, na Costa da África, no mar da Turquia, no Mar Cáspio soviético. No Brasil é grande a atenção à faixa do Pré-Sal, no Oceano Atlântico.


Qualidade:
- Petróleo Pesado:
O petróleo oceânico mais comum é chamado “de superfície”, matéria orgânica exposta a temperaturas mais baixas e a biodegradação, por isso é um óleo viscoso, petróleo pesado. Representa quase todo o petróleo atual produzido no Brasil.
- Petróleo Leve:
Na terra seca e no chamado Pré-Sal, é uma substância melhor conservada dos fatores climáticos, por isso é um óleo mais fino, chamado petróleo leve.


Motivos Competitivos

Petróleo do Pré-Sal:
É encontrado em grandes profundidades, numa faixa do litoral entre Santa Catarina e Sul da Bahía. Para chegar até esse petróleo é preciso percorrer na vertical 2 Km de água marinha, 3 Km de sedimentos arenosos, mais 2 Km de camada de sal para depois chegar ao reservatório: campo com potencial para pelo menos 50 bilhões de barris. O primeiro óleo do Pré-Sal foi produzido no dia 2 de setembro de 2008, no litoral sul do Espírito Santo. Os EUA são os maiores consumidores de óleo leve, portanto, buscam no Pré-Sal uma alternativa para compras de óleo, além da Venezuela e Oriente Médio.

Avanços Tecnológicos:
A tendência é deixar de usar plataforma para adotar o navio-plataforma - produz, estoca e escoa o petróleo. Petroleiro de grande porte, exige uma área em lâmina d’água de 2 Km³, possui grande capacidade em óleo e gás ao dia. Também é um desafio chegar ao Pré-Sal, com alto custo em tecnologia, numa profundidade nunca atingida no mundo do petróleo.

Petróleo no Brasil (sem Pré-Sal):
2006 - reservas de 14 bilhões de barris.
2007 - reservas de 17 bilhões de barris

Bacia de Campos (RJ/ES):
Produz 80% do petróleo nacional e 50% do gás natural. São 2.350 poços, destes 675 em operação, 151 injetores e 524 produtores. Em 2009 foram produzidos 1.750 mil barris/dia. Só a Petrobrás possui 50% dos campos legalizados e emprega cerca de 30 mil trabalhadores em 45 campos de produção. Existem outras petroleiras, autônomas ou parceiras, em menor número.
Previsão na Petrobrás:
2013 - 219 mil barris/dia
2016 - 528 mil barris/dia
2020 - 1,8 milhão/dia

Compra de Campos de Petróleo
As empresas internacionais (players) quando conseguem autorização para exploração, ainda precisam prestar contas a Agência Nacional do Petróleo (ANP): em descobertas de campos de petróleo e em hidrocarbonetos (óleo e gás).

Petroleiras Internacionais no Brasil:
BG Group, Galp Energia, Shell, Anadarko, Statoil, Repsol, Chevron, Devon Energy, El Paso, Anadarko, Maersk, Shell, Hydro, etc..


Política de Petróleo

Em todos os países o petróleo é dominado por forças políticas, que impedem outras empresas de participar livremente: no Brasil é prioridade da Petrobrás. Hoje a maior parte do petróleo não é industrializada no Brasil – os barris são vendidos em óleo cru ao exterior. A maior parte das internacionais não explora e nem processa o petróleo no Brasil, dando preferência a poços já descobertos e praticam apenas a distribuição.
A imensa produção do Pré-Sal poderá servir de barganha no mercado internacional. Alguns analistas argumentam que, se o petróleo fosse processado aqui, muitas refinarias seriam abertas, gerando emprego, renda e impostos de produção. Ao contrário, a conseqüência justifica os impostos de consumo, muito elevados no Brasil, reflexo da limitação industrial.













PET no Brasil

O produto químico chamado polietileno tereftalato é um polímero, mais conhecido como poliéster. A família dos poliésteres foi descoberta na década de 1930 por W.H. Carothers, da indústria Du Pont. São classificados em dois grandes grupos: Polímero de Baixa, na produção de fibras e filmes; Polímero de Alta, na produção de chapas, embalagens sopradas (garrafas) e plásticos de engenharia. Cada tipo de aplicação varia em peso e viscosidade, portanto, medidas de dureza e elasticidade, resistência mecânica.
A resina PET é utilizada na produção de embalagens, 50% do destino de todo poliéster termoplástico. A PET é usada para engarrafar pesticidas agrícolas, cosméticos, farmacêuticos, sucos, aguardentes e bebidas gasosas, alimentos lacrados. Em capacidade na produção de resina PET, os Estados Unidos são os maiores produtores, seguidos da Ásia, região de maior crescimento.


Motivos Competitivos
Após o sucesso do PVC e das latas de aço, é crescente o mercado para embalagens PET. Quase 20% mais caro, sua produção é compensada por qualidades especiais: barreira ao oxigênio, umidade, selagem, resistência mecânica, brilho e transparência. Uma promessa PET é tomar o lugar das latinhas no consumo de bebidas, inclusive nas cervejas, com a tecnologia PEN. Também é vantagem ter um custo menor na reciclagem.


Tecnologia:
Bioengenharia: reciclar o plástico sem usar combustíveis fósseis, ou torná-lo biodegradável. Um plástico só considerado biodegradável se a decomposição der resultado em no máximo 180 dias.

Nanotecnologia: permite modificar uma determinada estrutura química, para que tenha propriedades diferentes da original. No mercado de PET, esses avanços podem alargar sua utilização industrial, com na produção de peças de alta resistência às temperaturas extremas (congelantes ou tórridas) ou ao impacto. Exemplos:
- painéis automotivos mais resistentes.
- computadores e bancos de estádios anti-chamas.
- aventais com tecido anti-bactérias.
Principais Empresas em PET no Brasil
São empresas de grandes grupos como:
Ultra, Rhodia-Ster, Mariani, Vicunha, Schincariol, Hoechst, Alcoa, Scarpa.

Empresas Internacionais em PET
No Mundo são: Eastman Kingsport (EUA), Columbia (EUA), Canadá, San Roque (ESP), Workington (ING), Zarate (ARG), Offenbach (ALE), Portalegre (PORT), Shell Scunthorp (ING), Point Pleasant (EUA), Rozenburg (HOL), Rhodia-Ster (ITA), Japan Unipet (JAP), Odebrecht (BR) etc..

Mercado
Consumo Mundial: em de 2,2 milhões de toneladas por ano, com volume crescente.

Brasil:
1996 - 245.000 t/a em PET.
2006 - 378 mil toneladas só em embalagens.
2008 - 80% dos refrigerantes embalados em PET
2009 - mais de 500.000 t/a em PET.
2009 - 95% do mercado em bebidas carbonatadas, 5% restantes em óleos comestíveis e água mineral.
Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).
Lixo Urbano e Coleta
Numa cidade, de todo o lixo urbano apenas 20% pode ser reciclado.

Brasil - 240 mil toneladas de lixo urbano por dia, 6 milhões ao mês.
Brasil - taxa média 12% de reciclagem de lixo urbano.

2007 - Na Cidade de São Paulo 3,822 milhões de lixo urbano ao mês.
2008 - São Paulo 40.919 mil toneladas de lixo reciclável ao dia, 7% do total.

Rio de Janeiro
Comlurb - serviços de coleta, transporte e destinação final do lixo.
Serviços: coleta de lixo – corpo de lixeiros (garis).
Serviços móveis (caminhões) e individuais (varredores).
O lixo é transferido para determinadas estações espalhadas pela cidade, então encaminhado para os aterros. A coleta seletiva procede de modo especial: o material separado é entregue aos catadores e levado para um depósito de triagem. Cada reciclável é separado em detalhes e vendido em grandes volumes para os sucateiros, que repassam às indústrias recicladoras.

O tratamento de lixo urbano opera com três unidades operacionais:
Usina de Reciclagem de Irajá - trituração e processamento de 350 toneladas/dia, finalizado com a compostagem natural em leiras.
Usina de Jacarepaguá - processamento de até 560 toneladas/dia, finalizado com a compostagem tipo DANO.
Usina do Caju - capacidade de projeto de 70 toneladas/hora, mas paralisada temporariamente. Funciona apenas como estação de transferência.

Como destino final o lixo segue para 4 aterros:
Bangu, Jacarepaguá e Itaguaí, são os aterros mais antigos e alvo de muitas críticas dos habitantes. Em 1976 foi criado o Aterro Metropolitano, em Jardim Gramacho - Duque de Caxias. Para esse aterro seguem resíduos domiciliares dos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Niterói, São Gonçalo, São João do Meriti e Nilópolis. Numa área 1.300.000 m², funciona esse depósito de lixo a céu aberto, extremamente saturado, com conseqüências para a população ao redor, pela grave poluição do ar (gases e partículas), com danos para a Baía de Guanabara (chorume).

Lixo em Toneladas

2000 - Região Met. do Rio (IBGE): 13.429,4 toneladas de lixo por dia.
2009 - Na Cidade Carioca são 150 mil toneladas de lixo por mês.
2009 - Na Cidade são entre 5 a 7 mil toneladas de lixo por dia.

Coleta Seletiva – recolhimento porta a porta dos lixos selecionados, serviço iniciado em 2002. Em 2009 ocorreu em 42 dos 160 bairros da cidade, a metade na Zona Sul, atingindo 1,8 milhão de pessoas, ou 30% da população carioca.

Coleta Seletiva em 2007:
Londrina - atingiu um índice de 23,1%.
Porto Alegre - coleta seletiva em 4,05%.
Curitiba - coleta seletiva em 2,5%.
Florianópolis - coleta seletiva em 1,4%.
São Paulo - coleta seletiva em 0,78%.

Um caminhão de descarga leva 13 toneladas de lixo, tripulado com um motorista e três coletores a cada viagem. Na coleta seletiva o mesmo veículo transporta 2 toneladas a cada viagem, porque o lixo reciclável tem baixa densidade.

2004 - 232 toneladas por dia em coleta seletiva.
2006 - 449 toneladas por dia em coleta seletiva.
2008 - 540 toneladas por dia em coleta seletiva.
2009 - 665 toneladas por dia em coleta seletiva.
2009 - Na cidade 3% do lixo domiciliar segue para reciclagem.

Rio de Janeiro - coleta seletiva entre 0,4% e 0,5% do total do lixo domiciliar.

Desastre Ambiental

Garrafas PET flutuando, esgoto doméstico, lixo industrial de toda espécie, os rios Botas, Sarapuí e Iguaçu são tratados como “valões”. As cidades da Baixada Fluminense são consideradas “cidades-dormitórios”, onde o desemprego é alto e o deslocamento diário para a capital é intenso. A situação social é do nível dos estragos causados aos rios. No início do verão, quando as chuvas são torrenciais, a situação é agravada. Aquelas garrafas PET lançadas nos rios formam barreiras à passagem da água, causam enchentes e desabrigados. Casas inundadas, lama e margens empoçadas viram depósitos de urina de rato, berçário de mosquitos. A proliferação de doenças é a conseqüência final e dramática.
Tomando algumas medidas de prevenção este cenário de caos pode ser revertido. Um Projeto Ambiental foi realizado em 2009, na recuperação desses rios, fazendo a drenagem e dragagem do lixo. Foram dragados: 500 mil toneladas de lixo e 4,5 mil pneus velhos retirados.
São medidas de responsabilidade ambiental: ações educativas junto a comunidades, conscientização e mobilização ecológica, valorização da coleta de recicláveis (catadores), leis de restrição industrial e sólida atuação dos órgãos de Estado no tratamento do lixo. Existem boas soluções para melhorar o meio ambiente. Infelizmente, se esta foi uma boa iniciativa, ainda resta interromper as atividades do “Lixão de Gramacho”, adiada há mais de dez anos por falta de políticas sanitárias responsáveis. Os aterros sanitários, até mesmo os mais controlados, afetam o solo, os rios e o ar, num processo de contaminação radical. Representam um grande atraso em termos de gestão social e ambiental.
Transformando idéias em produtos químicos, numa quantidade e variedade cada vez maiores, foi crescente a contaminação dos solos e das águas. O lixo químico, inevitavelmente, passou ao centro das preocupações sociais e ambientais. Não impede o sucesso do modelo industrial, que oferece produtos e alimentos bons, bonitos, baratos, sempre ao preço da contaminação da natureza e dos males ao ser humano. O despejo da indústria petro-química abrange 63 mil produtos. Desses, 3 mil formam 90% do total.

POP - Poluentes Orgânicos Persistentes:
- Resistentes à decomposição.
- Acumulam como venenos nos seres vivos.
Danos à Saúde:
- Problemas hormonais, - Disfunções reprodutivas,
- Comprometem o sistema imunológico, - Interferem no desenvolvimento de crianças.

O petróleo e indústrias derivadas geram gases tóxicos, ou vapores químicos, infectam o ar. Provocam alergias, asma, doenças pulmonares e câncer. É tradicional nas áreas pobres fazer a queima de lixo, inclusive plásticos. Os rios tem sido usados como esgotos (valão), domésticos e industriais, que acumulam no mar. No mar a decomposição de plásticos e outros produtos causam áreas mortas, mares sem vida.
Os POP’s entram nos organismos marinhos, peixes, plantas, animais terrestres. Causam podridão visível, anomalias animais, peixes cheios de perebas, sapos de seis patas etc. Sem sabermos dos males invisíveis, ainda assim, o POP será respirado, bebido e comido por muitos seres humanos – que adoecerão.
Em 2001, a Convenção de Estocolmo reuniu autoridades de vários países e impôs restrições a 12 produtos químicos, sendo oito pesticidas e dois subprodutos gerados da queima de lixo plástico – são os POPs mais venenosos. Como a produção antecede a boa saúde do ser humano, muitos países não respeitam, nem esta, nem qualquer outra recomendação científica pelo bem estar da humanidade, pondo em risco as gerações futuras.
Em todo caso, são produtos de grande sucesso, belos como são as embalagens de alimentos, brinquedos, tubos, conexões, papel. Fazem o mais fervoroso consumidor, na mesma intensidade em que matam inocentes. No fim, a indústria do petróleo é uma das causas de tantas guerras, pois é material determinante para construir armamentos tecnológicos.


Reciclagem de PET
Cerca de 30% do lixo urbano processado em coleta seletiva são garrafas plásticas de refrigerante – PET.
PET da Coleta Seletiva: 50%.
PET dos Lixões: outros 50%.
PET Reciclável: o material reciclável obedece ao padrão, com um símbolo estampado, composto por três setas na mesma direção, que formam um triângulo eqüilátero, tendo um número na parte interna. O PET é o número 1.

PLÁSTICO - Cada 100 toneladas de plástico reciclado economizam 1 tonelada de petróleo.

Brasil: consome 3 bilhões de unidades PET ao ano.
Reciclagem: apenas 15% da PET segue para indústria.

EUA: 48% de aproveitamento da PET.
Europa:
2006 - 38,6% de reciclagem PET.
2008 - 2/3 dos 32 países atingiram 22,5% na reciclagem de plásticos totais.
Ásia: entre os cinco maiores mercados para têxtil.

Recicladoras:
A maior parte da reciclagem é realizada de sobras industriais e em pequena proporção é retirado do lixo.
O material plástico flexível é esticado e prensado e o rígido é picado em bilhas. Misturados e processados num cilindro rosca, fervem em alta temperatura para formar uma massa homogênea. Estará pronta para ser injetada em modelos, que são os produtos semi-prontos (pellets, ripas, etc).
Empresas Recicladoras: compram PET em garrafas ou qualquer rejeito industrial e vendem flocos ou grânulos de PET.
Empresas Aplicadoras: compram flocos (flakes) ou grânulos como matéria-prima em seus processos industriais.
Empresas Verticalizadas: reciclam e transformam o PET em fibras.
2006 – 174 mil toneladas em PET reciclada. 2009 - Brasil reciclou 47% em PET coletada.
Brasil: exportador mundial de PET reciclada. Compra de países vizinhos, como a Argentina e vende grande parte para Itália, EUA, com crescentes pedidos na indústria têxtil da China.

PET pós-consumo no Brasil
- produção de fibras para a fabricação de cordas (multifilamentos), fios de costura (monofilamentos) e cerdas de vassouras e escovas.
- moldagem de autopeças, lâminas para termo-formadores e formadores à vácuo (manequins plásticos), garrafas de detergentes, mantas não-tecidas , carpetes e enchimentos de travesseiros.


Motivos da baixa Reciclagem:
PET Reciclada: mais cara entre 15% e 20% que PET virgem. Por enquanto, o PET virgem é barato e a montagem de uma indústria de reciclagem é cara. REUTILIZAÇÃO de PET: a indústria faz uma mistura de reciclado (30%) com virgem (70%) para que ele preste como produto.
Transporte: volumes de PET ocupam muito espaço, mas o peso é baixo. Poucos catadores querem trabalhar com o material.

PET Reciclável no consumo de Alimentos e Bebidas:
Garrafas de refrigerantes e embalagens de alimentos podem receber PET reciclado somente com autorização da ANIVISA, Agência Sanitária. Ainda é uma técnica cara, devido ao rigor da lei de saúde alimentar e também pelo custo do sistema de higienização industrial. A tecnologia para isso já foi desenvolvida.
EUA: Muitas técnicas de descontaminação de PET já foram aprovadas pelo setor de Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (US/FDA). *A reutilização de PET nos alimentos é restrita as paredes externas dos recipientes, para não entrar em contato com os alimentos.
Brasil: Reciclagem de PET para alimentos e bebidas: BahiaPet e From PET, do Recife.
Coca-Cola: Maior defensora, distribuição em 17 países, com tecnologia desde 2001, possui indústrias em 7 países e possui a maior fábrica do mundo: Carolina do Sul/EUA (2 bi em garrafas).
AmBev e InBev - PET no Brasil sai de lixões, não sendo seguro reutilizá-lo em seus produtos. Não há previsão de reciclagem da resina PET.
Tecnologias “verdes” ou “limpas” poluem menos:
ICMS Ecológico: Repasses de verbas adicionais aos municípios favoráveis a coleta e tratamento de resíduos adequados. Programa Selo Verde: ABNT vende selo de certificação voluntária, atestado de que o produto ou serviço é de menor impacto ambiental, em comparação ao mercado. Sacola Consciente: Incentivo ao consumo de sacolas mais resistentes. Papapet: Compactador de PET, na integração do catador de PET aos Caminhões de Sucata. Carros Verdes: Maior substituição de metal por plástico na produção automotiva.










Módulo: Reciclagem com Papel.


História do Papel

O primeiro papel produzido no mundo foi uma criação milenar da civilização chinesa, difundida depois pela civilização árabe, mas os livros ainda eram escritos a mão. Na verdade existiam blocos marcadores, carimbos com assinaturas, em várias civilizações, mas não eram livros atuais. O livro impresso surgiu de uma mistura de blocos com letras e uma prensa usada para esmagar uvas para fazer vinho: foi uma idéia do alemão Gutemberg (século XV). A leitura foi universalizada por conta das letras impressas em papel.
No Brasil Colônia a impressão de jornais e livros era proibida pela Coroa portuguesa, por medo a rebeldia. Na Europa surgiram os protestantes contra o Papa: sempre a ler a Bíblia. Existiam as idéias de liberdade, contra os reis, como ocorreu na França revolucionária e nos Estados Unidos. Idéias que levaram Tiradentes à forca, como criminoso no Brasil Colônia.
A vinda da Corte Real liberou os jornais, justamente por onde os brasileiros ganharam força política e, no fim, tornaram República o que antes era Brasil Império. Afora os jornais e livros, o uso do papel era conhecido: em pipas, balões, lanternas e fogos de artifício. Esses costumes típicos da China vieram com as navegações portuguesas, num processo de globalização, que incluiu muitos usos do papel. Desde então, as técnicas em papel evoluíram muito.


Técnicas

Na técnica de fabricação do papel utiliza-se uma pasta de fibrosa de origem vegetal: celulose de eucaliptos e pinheiros. Esse processo envolve a trituração da madeira, em lascas que serão cozidas em água fervente e se transformam num caldo cheio de compostos químicos. Após sucessivas lavagens se tornará uma pasta de cor marrom, a lignina.
O papel é branco por tradição: mais escuro nas embalagens, seguido dos jornais e mais claro em papel para impressoras. Essa é fase crítica: os banhos branqueadores utilizam muito cloro (ECF) para chegar ao papel para escrever. Se acrescentamos corantes, se variamos sua gramatura, se misturamos ao plástico – teremos outros tipos de papel.
Nas papelarias são encontrados alguns tipos: papel vergê, color plus, vegetal, cartolina, pérsico, linho, martellé, casca de ovo, marrakech etc..
Em papel podemos produzir telhas, móveis, divisórias, cartões, livros, enfeites – são muitas as coisas possíveis, entre as técnicas de artesanato e processos industriais.


Florestas

A cobertura florestal do mundo soma 3,9 bilhões de hectares. Quase 1 bilhão de hectares está na América Latina, mais da metade no Brasil. Cerca de 239 milhões de hectares, ou 28% do total, estão sob gestão governamental, 18,5 milhões como unidades de conservação (UC), 9,8 milhões em cobertura florestal sem uso específico. O consumo de madeira no país é de 300 milhões de metros cúbicos por ano: 49% transformados em lenha, 35% em carvão, 10% em produtos florestais e 6% em celulose e papel.





As florestas naturais são a maior parte, por conta da imensidão da Amazônia, mas as florestas industriais plantadas avançam rápido – já chegam a 5 milhões de hectares, com muito potencial de expansão. A indústria de celulose dedica-se a dois tipos de florestas: 64% de eucaliptos e 36% de pinheiros. Na perspectiva dos ecologistas e ambientalistas, essas florestas são consideradas “desertos verde”, responsabilizadas pela crescente redução de animais e plantas em estado natural.
O eucalipto é uma espécie exótica, original da Austrália. Existem muitos tipos de eucaliptos, uma parte sofre melhoramentos em laboratórios genéticos. São aproveitados pela indústria, que produz uma pasta de celulose de fibras curtas. Do pinheiro é produzida uma pasta de fibras longas, mais resistente que as fibras curtas. O pinheiro é símbolo do Natal e da cooperação, plantado em maior parte nos países frios do norte. No Brasil planta-se a espécie radiata, que é diferente do pinheiro brasileiro, chamado araucária. Pinheiros e eucaliptos são árvores que crescem até 50 metros, consomem muita água e geram muita madeira para produção.


Brasil em Celulose

A produção da celulose no Brasil é das maiores do mundo, uma indústria capaz de vender toneladas de fibras a preços muito baixos.

Motivos Competitivos:

1- Mais de 30 anos de pesquisas em modificação genética de eucalipto resultou no crescimento e corte mais rápido (5 anos), tempo muito menor do que em outros países – 7 anos.
2- O Brasil possui larga extensão de terras cultiváveis e o clima é favorável às florestas.
3- Infra-estrutura: as companhias possuem portos próprios, sistema de transporte da madeira, a expansão da base florestal é possível, mesmo com leis severas de conservação do meio ambiente.

Portocel – O Terminal Especializado de Barra do Riacho/ES é capaz de movimentar 7,5 milhões de toneladas de celulose ao ano e responde por 70% das exportações de celulose do Brasil. Propriedade: Aracruz (51%) e Cenibra (49%).


Celulose no Brasil:

2007 - sexta maior potência em celulose e papel.
2007 - 11,8 milhões de toneladas de celulose de todos os tipos.
2007 - 220 indústrias movimentaram R$ 24 bilhões (+/- $10 bi em dollar).
2008 - superou a Suécia, a quinta colocada no ranking.
2009 - quarta maior potência, apesar da crise global.
2009 – indicação de crescimento de 5% em volume de celulose (2008: 12,7 milhões de toneladas de celulose) e manutenção dos níveis de papel (2008: 9,4 milhões de toneladas de papel).
2015 - estima-se que serão produzidas 7,4 milhões de toneladas em Fibras Longas, 15 mi em Fibras Curtas, mais meia tonelada em Sulfito e outras pastas. Ou seja: 22 milhões de toneladas em celulose.

Principais compradores em Celulose:
Estados Unidos, Holanda, China, Bélgica e Itália, consumidores de 75% das exportações de celulose.



Papel no Brasil

2007 - Quase 9 milhões de toneladas de papel de todos os tipos foram produzidas. No mundo, é o 12º maior exportador.

Principais formas: papéis para embalagens, para imprimir e escrever, sanitários, cartão, imprensa, entre outros.

Principais Consumidores em Papel:
São a Argentina, os Estados Unidos, a Itália, o Chile, a Inglaterra, a Bélgica, a Venezuela, o Uruguai, o Peru e a França, exatamente nessa ordem.


Principais Empresas

Produção de celulose de mercado:
Aracruz e Suzano Papel e Celulose, as duas maiores produtoras de celulose no mercado de eucalipto do mundo.
Aracruz: unidades de Guaíba, Barra do Riacho e Veracel - Apenas 10 clientes consomem 85% da produção.
Veracel: dividida com a sueco-finlandesa Stora Enso, produziu 1,05 milhão de toneladas em 2007.
*Em 2009 a empresa foi incorporada ao grupo Votorantim.

Maiores em Celulose e principais regiões:

Aracruz, no Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul.
Suzano, na Bahia.
Votorantim (VCP), no Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Cenibra, em Minas Gerais.
Stora Enso, no Rio Grande do Sul,

Outras, em papel e tipo principal:

International Paper, no Mato Grosso do Sul (imprimir e escrever).
Klabin, no Paraná (papel-cartão).
Norske Skog, no Paraná (papel imprensa)


Papel e recursos naturais

O Brasil consome cerca de 8 milhões de toneladas de papéis ao ano, 4 milhões produzidos aqui.
Cada tonelada (1.000 Kg) de papel exige de 2 a 3 toneladas de madeira, 15 árvores pelo menos.
Cada árvore demora entre 7 e 5 anos para amadurecer.
Cada hectare de árvores plantadas consome cerca de 300 litros d’água ao dia.
Na fabricação de uma tonelada de papel são necessários 100.000 litros de água.




Áreas Contaminadas

As sobras das árvores (aparas) são misturadas a pneus, usados para queima nas caldeiras – fuligem finíssima de alto grau de toxidade, com conseqüências respiratórias.
A indústria de celulose em suas fases de lavagem, de caldeira e branqueamento de papel, despeja nos rios toneladas de rejeitos químicos, em forma de líquidos.
Nas lavagens, o processo industrial libera nas águas muitas substâncias perigosas (nitrogênio, fósforo, dioxinas e furanos), mas a presença de cloro é o pior disso.
É um grave risco a sobrevivência de algas, peixes e outros seres vivos – que sofrem anomalias, câncer, ou morrem sem oxigênio. Por acumulação no solo e nas águas, esses concentrados ingressam na alimentação dos peixes e do gado de corte. Dessa forma, a exposição humana ocorre pelo alimento, de aparência normal, mas contaminados em carnes, peixes e laticínios.


Desastre Ambiental

Rio de Janeiro - Em 29 de março de 2003, o rompimento de uma barragem da Indústria Cataguases de Papel Ltda. provocou o vazamento de um volume estimado de 1,4 milhões de litros em resíduos líquidos. Esse material tóxico comprometeu as águas dos rios, matando peixes, impedindo o abastecimento para uma população de aproximadamente 600.000 habitantes, em 8 municípios fluminenses.
No tratamento deste desastre, foram feitas medições precárias, em locais de correnteza – que contribuíram para “minimizar” o acidente. A estratégia para livrarem-se de multas ambientais inclui buscar referências positivas, como buscar nas normas internacionais níveis teoricamente permitidos – no caso Cataguases, buscou-se na Alemanha.


Lixo Urbano

No Brasil são produzidas 140 mil toneladas de lixo diário; só a cidade do Rio de Janeiro produz 8.000 t/d de lixo.
Dados da Associação Brasileira de Limpeza Pública indicam que 76% do lixo são jogados em “lixões” e 13% nos chamados “aterros controlados”. São locais precários, onde o lixo é acumulado sem atender aos cuidados necessários. Isso significa que cerca de 90% do lixo produzido no Brasil são depositados a céu aberto.
Apenas 10% do lixo seguem para aterros sanitários seguros.
No Brasil somente 10 % do lixo urbano é reciclado (Cempre 2004). É uma situação melhor que no México (3%); pior que nos EUA (30%) ou na Alemanha (60%).


Reciclagem

Segundo os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IBGE, 2004), no Brasil são reciclados 42% do vidro, 43,9% do papel, 49,5% das latas e 35% das garrafas PET.
A coleta seletiva não atinge nem 10% dos municípios no Brasil. Porém, a pobreza e o desemprego fazem dos “catadores” uma atividade econômica, tirando do lixo sua sobrevivência. Não é uma política das mais bonitas...




Papel Reciclável

O papel está presente em quase todos os instantes de nossa vida. O lixo não tinha a menor importância até “inventarem” a reciclagem; após os anos de 1960 ganhou força o motivo ecológico. O lixo urbano virou um problema e aquele papel descartado também. Cerca de 40% do lixo urbano é papel.
Na Alemanha a reciclagem atinge 75% e no Japão, 73%. Quase a metade de todo o papel produzido no Brasil, perto de 4 milhões de toneladas, é de papel reciclado.
São produtos possíveis: desde caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório e envelopes até papel para impressão. Porém, alguns consideram esse papel de qualidade inferior.
De todo o papel reciclado no país, 80% é destinado à confecção de embalagens (kraft ou papelão), 18% para papéis sanitários e apenas 2% para impressão.
Reciclar papel e papelão contribui para reduzir o volume de lixo, evita a derrubada de árvores e diminui a poluição na água (65%) e no ar (26%), em relação ao processo original.
Infelizmente, para obter melhor resistência mecânica, o papel pós-consumido necessita de adições em celulose. É problema também o pequeno porte de grande parte das indústrias recicladoras. Mesmo com incentivos do governo, muitas não sustentam bom controle ambiental.


O que podemos reciclar?

Reciclável

Caixa de papelão, Jornal, Revistas, Jornais e Impressos em geral, Fotocópias, Rascunhos, Envelopes, Papel Timbrado, Cartões, Papel de Fax, Embalagens longa-vida (Tetra Brik = papel + plástico + alumínio)


Não-Reciclável

Papel higiênico, guardanapo, papel toalha – papéis “usados” não são recicláveis. Também: aqueles “plastificados”, “metalizados” ou “carbonados” (de notas fiscais).
Exemplos: Papel carbono, copos descartáveis, fotografias, fitas adesivas, etiquetas adesivas.


Artesanato

É comum usar papel sofisticado nos artesanatos, mas os reciclados sustentam um apelo crescente – ecológico. São famosos os artesanatos em origami, envelopes (tea-bag), kirigami (cartões que levantam figuras ao abrir), papietagem (bonecos de escola de samba), papel machê (fantoches), figuras em relevo (dry-embossing), carimbos e outros.


Entraves Econômicos

Os argumentos ecológicos em favor da reciclagem são claros, representam uma economia de recursos naturais escassos:
- Madeira
- Água
- Energia
- Ar (Redução da Poluição)

Porém, nem todos os industriais e investidores consideram justos os motivos sociais e ecológicos envolvidos na questão. São fortes na direção econômica e política dos países em que se instalam, principalmente, são competitivos entre si.


ONU - Na Organização das Nações Unidas danos ao meio ambiente perdem para a economia. A visão dos industriais e investidores dos países ricos é dar preferência aos cientistas que acusem os pobres como responsáveis pela poluição e devastação dos recursos naturais. Os ricos dos países pobres acusam os países ricos de terem esgotado suas reservas naturais, antes de adotarem medidas ambientais. Os Estados Unidos recusam-se ao diálogo, mesmo dentro da ONU.
Em 1973 o eucalipto plantado no país passou de 1 milhão de hectares, superando em dobro o segundo colocado, a Índia. Foi deste ano o primeiro estudo sério sobre o assunto, “Eucalypt for Planting” (Fundo para a Agricultura e Alimentação/ONU). Dez anos depois a FAO/ONU já alertava que o eucalipto plantado em larga escala deve obedecer a considerações econômicas e sociais. Neste mesmo período, o Brasil comemorou 3,2 milhões de hectares plantados, com incentivos.
A Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) tanto integra o ICFPA, entidade mundial do setor, como participa também do Comitê de Alerta para Papel e Madeira, da FAO/ONU, em temas estratégicos: responsabilidades sócio-ambientais e desenvolvimento sustentável.

São argumentos Ecológicos das Empresas:
1- “Onde há florestas plantadas não há enchentes, nem seca e melhora a qualidade do ar. As florestas são harmonizadoras dos elementos climáticos.” - Horácio Lafer Piva.
2- Entre 2006 e 2009 a área de florestas plantadas totalizou 1,7 milhão de hectare, mais 2,8 milhões de hectares são a áreas de florestas preservadas pelo setor celulose.
3- O aumento no plantio de árvores (eucaliptos) deve absorver o excesso de gás carbônico e deixar um legado mais saudável ao planeta e às futuras gerações...

Sendo o cloro um fator de contaminação radical, é curioso que não existam restrições ao seu uso. Em 2008, o processo industrial Totalmente Livre de Cloro (TCF, sigla em inglês), que evitaria o uso de cloro, foi rejeitado no senado – caiu o Projeto de Lei para evitar investimentos ecológicos.


Seres Humanos Saudáveis

Resta aos seres humanos, tão frágeis e tão banhados em cloro, seguir por recomendações individuais. Sempre mais caras e trabalhosas. São as recomendações:
1- Consumir alimentos livres de químicas (orgânicos), inclusive a água.
2- Evitar todo tipo de utensílios industrializados.
3- Adotar antibióticos e descontaminantes naturais. Ou seja, aumentar o consumo de alimentos frescos, principalmente: laranja, abacaxi, acerola, maçã, coentro, inhame, alho, mel e outros mais.
4- Plantar mais árvores, respeitando-se a conformidade com as florestas e/ou áreas habitadas.
5- Usar todos os produtos industriais descartados, desde que não tóxicos, para fazer um bonito conjunto de artesanatos, então, organizar uma exposição pública e poder falar mais sobre esse assunto.
6- Organizar-se de forma autônoma ou aliar-se a organizações movidas por justiça social e ambiental.

Boa saúde!







ROCINHA

Nos jornais, a Rocinha costuma surgir como uma comunidade causadora de duas formas de impactos ambientais: o descarte de lixo nas encostas e outras questões interrelacionadas: o improviso na construção das moradias, as consequências de uma política de saneamento ausente, no tratamento do lixo e/ou canalização de águas e esgoto. A esta falta na determinação das políticas de Estado algumas passagens trágicas marcam o histórico ambiental da Rocinha. É o caso da enchente na Roupa Suja, que determinou uma política de reassentamento das moradis: “A curva do S é a entrada da Vila Verde, que surgiu na época de uma novela da Globo (...) O pessoal da Vila Verde veio da Roupa Suja depois de uma grande enchente (...).” – trecho reproduzido do livro de Julio Ludemir, “Sorria, você está na Rocinha!” (2004: 255).
Talvez não existissem garrafas PET na ocasião da enchente citada, porém seu acúmulo nas encostas e terrenos baldios é comum na paisagem de muitas das favelas cariocas. Quando levadas pelas fortes chuvas – a cena de inundação se repete. O saneamento e canalização dos esgotos e águas avançam de modo lento, mas progressivo – e a Rocinha já conta com um posto do órgão oficial no assunto (CEDAE - Rocinha /Tel:3324-0519). Outra política instalada é a Coleta Seletiva, também com uma base fixa na Rocinha, (Posto de Reciclagem da Rocinha/ Tel: 3323-5515). A questão das moradias é outro ponto que apresenta grandes avanços, porém são obcuros seus meandros, com representantes locais e autoridades públicas sempre tidos como suspeitos de irregularidades e promessas não cumpridas.
Uma promessa recente é a muragem da favela – para conter sua expansão. É uma política muito mal falada na comunidade, que sente nesta medida algo parecido com os guetos judeus impostos pelo nazismo. O “muro” é sustentado por questões de propriedade e também como política florestal: preservar a Floresta da Tijuca. Objetiva-se reduzir o desmatamento nas bordas da Floresta da Tijuca, maior floresta urbana do planeta. Uma ação neste sentido parece ter ao menos um aspecto interessante: uma experiência empregou o uso de tecnologia em reciclagem de PET.









Fatores Climáticos:
São do conhecimento dos órgãos ambientais as condições climáticas naturais capazes de favorecer a perda de parte da cobertura vegetal nos morros.

Inverno: As correntes secas, que batem nos morros de sotavento durante o inverno, aliadas a escassez de chuvas, facilitam a combustão, provocada ou espontânea, da mata mais rasteira, de capim. O fogo se alastra e o resultado desses incêndios é a exposição do solo e o domínio do capim colonião.

Verão: No verão a situação se inverte. Com as massas de ar quente estacionadas e a entrada abrupta das corrente frias do sul, ocorre o choque térmico. O volume d’água radical dos temporais pressiona o solo, exerce grande pressão sobre os morros lisos de vegetação, causando o deslocamento do solo acima das águas sub-superficiais. Resultam em deslizamentos drásticos nos morros, com grave impacto ambiental e humano, como foi exemplar a tragédia em Angra dos Reis no reveillon, verão de 2009-10.

Ciclos: É um processo em cadeia, ocorrência de fácil previsão, que deve ser tratada com medidas redutoras de impacto, como o reflorestamento especializado.

Fatores Humanos
A expansão das favelas tem sido uma das grandes preocupações dos governos – tratadas sem políticas habitacionais, as famílias ocupantes ficam expostas a sua própria sorte, diante dos riscos que representam os lares improvisados. Por outro lado, há o impacto ambiental: a progressiva ocupação desordenada das bordas florestais. Longe de ser um problema que se resolva com o cercamento das favelas, é antes uma lacuna em política ambiental: os espaços abertos pelas queimadas naturais ou pela queima de lixo ficam expostos a ocupação humana. O reflorestamento é medida fundamental, o melhor meio para evitar a extensão das favelas em locais de florestas naturais, onde estariam sujeitos aos deslizamentos.







Soluções ecológicas
O Morro Dois Irmãos foi palco de uma experiência de reflorestamento inédita no ano 1999. Com o auxílio da mais alta tecnologia em reciclagem de PET, um lote de mudas de espécies nativas da Floresta da Tijuca foi cultivado com sucesso. Como o capim colonião é considerado uma espécie capaz de retardar o crescimento das mudas, o local recebeu a proteção de um inovador tapete carpete plástico, tecnicamente chamado de geotêxtil.
Medindo 4 centímetros de espessura, sua superfície recobre o solo com sombras, eficazes na contenção daquele capim (Panicum maximum). Este motivo é de grande importância, quando temos em vista um rápido efeito vegetal, mudas que teriam seu desenvolvimento retardado por alguns anos. O capim ainda pode ser considerado um vilão, principal promotor de incêndios que costumam ocorrer durante os meses de inverno.
A técnica consiste em preparar o solo, plantar as mudas e alocar o carpete sobre a área por pelo menos 6 meses, para que as primeiras plântulas cresçam adequadamente. Então, o carpete poderá ser retirado, pois o capim que vier a crescer já não implicará perdas no replantio. Por iniciativa governamental, só no Morro Dois Irmãos foram reflorestados 150 mil metros quadrados, afora outras iniciativas de parceria público-privada na mesma região.
As garrafas PET ainda exigem maior valor, para que se desperte um maior interesse dos catadores pelo produto. Ocorre muitas vezes de populares jogarem lixo nas encostas, dadas a baixa consciência ambiental e reduzido grau de instrução. Das encostas, esse material PET é levado pelas chuvas, acumulado nas redes de águas e esgotos, causando entupimentos, obstrução ao escoamento das águas. É um grande risco em certos lugares, por vezes distantes, onde elevam o nível das águas, causando enchentes, desabrigando famílias.
Criado pela empresa Geogrim, o carpete ganhou o nome de Geogreen, sendo uma referência internacional entre produtos para fins ambientais. A empresa utiliza esta mesma técnica em outras finalidades, como no recapeamento de estradas e contenção de encostas. Como processo florestal, a técnica apresenta vantagens competitivas, economizando em contratações, que seriam necessárias para fazer a retirada do capim manualmente. Por outro lado, valoriza a reciclagem e todo um exército de catadores que aguardam a ampliação do mercado em PET.
Desta forma, o Geogreen percorre os 5 erres do ambientalismo. É uma demonstração de Respeito à Floresta da Tijuca, Reduz os danos por lixo urbano, Recicla um produto industrial, dando-lhe uma Reutilidade nobre através de uma ação de Responsabilidade Ambiental.




MURO NO MORRO - O VERDADEIRO CURRAL…
Ocimar Santos - O POETA DO MORRO
Dedicado: A Grande Favela da Rocinha
Querem delimitar a favela
Com muro, cerca, grade ou tela
Não importa o material a ser usado
O que importa é a porta
Que abre de maneira torta
E nos transporta a esse sombrio cercado.

Ser favelado é viver nessa cerca
Á margem dessa marginal
Na linha tênue do preconceito
Um desrespeito, um imenso curral!
Falam de voto de cabresto...
Laço que prende e domina o animal

O povo é
“o burro que carrega o cesto”
E quem tem o cabresto tem o capital
Esse muro obscuro é puro artifício
Não é o início e nem será o fim
A vida ao vivo é muito mais difícil
Estamos no morro isso não é Berlim
Pedimos socorro, o que vão fazer?
Cercar a favela, que idéia ruim!
É segregação, abuso de poder
Nada se resolve assim…

Pois nenhum concreto conseguirá conter
A necessidade habitacional
De quem não tem culpa de ser
Filho da desigualdade social
E aos governantes tão obsoletos
Que quebram “minhocões”
e ignoram os guetos

Ainda hão de pagar por sua covardia
Terão que nos dar a nossa alforria
Porque o povo ainda vai triunfar
O povo é a grande maioria!


(publicada no site ROCINHA.ORG)







Bibliografia por Capítulos



III- GBCR, Corpo Docente e Espaço Educativo

Os sentidos da “roda de Break” na antropologia da dança.

Bibliografia

Alves, F.Soares; Dias, Romualdo. A dança Break: corpos e sentidos em movimento no Hip-Hop. In Revista Motriz, Rio Claro, v.10, n.1, 2004. Acesso: jul/2009 através do endereço eletrônico: http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/motriz/article/viewFile/937/874

De Oliveira, J.A.Pereira. Processos composicionais para a cena: Catirina, O Boi e sua Vizinhança – elementos da performance dos folguedos populares como referência para os processos de formação do ator. Dpto. Artes/UnB – Brasília – DF. 2006. Acesso: jul/2009 através do endereço eletrônico: http://www.vis.ida.unb.br/posgraduacao/disserta_tese/Dissertacao%20Joana%20Abreu.pdf

Jaffé, Aniela. O simbolismo nas artes plásticas. in Carl Jung – O Homem e seus Símbolos. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro - 1977.

Lodi, Célia Amália. Tese: Manifestações culturais juvenis: “o Hip Hop está com a palavra”. Dpto. Psicologia/PUC- Rio - Rio de Janeiro - 2005.

Madeira, Beja.(coord.) Danças Populares Portuguesas. Biblioteca Breve /Vol.69. Oficinas Gráficas da Livraria Bertrand, Amadora – Portugal – 1983. Acesso: jul/2006 através do endereço eletrônico: http://cvc.instituto-camoes.pt/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=55 &Itemid =69

Vainfas, R.; E Souza,M.M. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. In Rev. Tempo, nº 6. Dpto. História/UFF. Niterói – RJ - 2001. Acesso: jul/2006 através do endereço eletrônico: http://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg6-7.pdf



III- GBCR, Corpo Docente e Espaço Educativo

Histórico - Rocinha: uma no espaço, outra no tempo.

Bibliografia

Da Silva, H.N.Mathias. Título: Da terra de ninguém para a terra dos fidalgos: o caso da Vila Autódromo. Monografia de Especialista em Planejamento e Uso do Solo Urbano IPPUR/UFRJ, 2005. Acesso: dez/2007, através do endereço eletrônico:
http://br.geocities.com/fporj/monografiaheitorcompleta.htm

Fernandes, F.Lannes. Os discursos sobre as favelas e os limites ao direito à cidade. Artigo escrito pelo Observatório de Favelas do Rio de Janeiro in Revista Cidades nº 2, 2005, pp. 37-62 - Presidente Prudente – SP. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.observatoriodefavelas.org.br/noticias_antigas/arquivos_noticias/File/Os%20discursos%20sobre%20as%20favelas%20e%20os%20limites%20ao%20direito%20%20cidade.pdf.

Ferreira, V.Alves e Magalhães, Rosana. O corpo cúmplice da vida: considerações a partir dos depoimentos de mulheres obesas de uma favela carioca. Ciência e Saúde Coletiva. 2006, vol.11, n.2, pp. 483-490. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232006000200025&script=sci_abstract&tlng=pt

Maia, V.M. de Sousa. Amores Possíveis: um estudo sobre a conjugalidade na Rocinha, Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado em Psicologia - PUC-Rio, RJ – 2008. Acesso em dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.tvrocinha.com/arquivos/arquivo_8.pdf.

Rezende, Vera F.. (EAUrb/UFF) O jogo de verde com branco, Lúcio Costa em defesa do Plano Piloto da Barra da Tijuca e Baixada de Jacarepaguá. – Niterói, RJ – 2005. Acesso em dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.docomomo.org.br/seminarios%206%20Niteroi%20sumario%20trabalhos.htm

Soares, A.J. de Macedo. O Instituto Reação: um projeto social aplicado. Tese apresentada ao PPHPBC/ CPDOC/ FGV, 2007. Acesso em dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.cpdoc.fgv.br/cursos/bensculturais/teses/CPDOC2007AntonioJoaquimdeMacedoSoares.pdf.

Verocai, Á.H. Côrtes. Alternativas para recuperação de perdas da concessionária de saneamento em comunidades de baixa renda no município do Rio de Janeiro. Tese apresentada ao COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, 2008. Acesso em dez/2009 através do endereço eletrônico: http://wwwp.coc.ufrj.br/teses/mestrado/Novas_2008/teses/VEROCAI_AHC_08_t_M_pdf.pdf.




IV- Público Alvo e Histórico Social

Contextos Agravantes em Saúde


0- ADOLESCÊNCIA

1- FEMINIZAÇÃO DA POBREZA


Bibliografia

Novellino, Maria S. F. (ENCE/IBGE). Os estudos sobre feminização da pobreza e políticas públicas para mulheres. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú - MG – Brasil, de 20- 24 de Setembro de 2004.

Novellino, M.S.F.; Belchior, J.R.. (Escola Nacional de Ciências Estatísticas/IBGE). Políticas de mulheres na perspectiva da cidadania econômica. Artigo apresentado no Seminário Internacional Fazendo Gênero 8: Corpo, Violência e Poder (ST 57), UFSC – 2008. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico: .




2- OBESIDADE E ÓCIO


Bibliografia

FERREIRA, Vanessa Alves e MAGALHAES, Rosana. O corpo cúmplice da vida: considerações a partir dos depoimentos de mulheres obesas de uma favela carioca. Ciência & Saúde Coletiva, 2006, vol.11, n.2, pp. 483-490 - RJ.
Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232006000200025&script=sci_abstract&tlng=pt



3- AIDS ENTRE MULHERES ADOLESCENTES



Rocinha

Bibiografia

Arruda, Okakazi & Magalhães. (Hospital Maternidade Interlagos/ SES /SP). Artigo: Protocolo de orientação ao adolescente multiplicador nas áreas de sexualidade, DST/AIDS, planejamento familiar e métodos contraceptivos. in An. 1 Simp. Internacional do Adolescente May. 2005 Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000200007&script=sci_arttext

Fernandes, João Claudio Lara. (ENSP/FIO Cruz) Artigo: Evolução dos conhecimentos, atitudes e práticas relativas ao HIV/Aids em uma população de favela do Rio de Janeiro. In Cad. Saúde Pública vol.14 n.3 Rio de Janeiro July/Sept. 1998. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1998000300014

Governo do Estado do Rio de Janeiro. Boletim Epidemiológico DST-AIDS – 2008. Rio de Janeiro, 2008. Acesso: jul/2009, através do endereço eletrônico: www.saude.rj.gov.br/Docs/Dstaids/Boletim_RJ_2008_.pdf

Griep, Rosane Harter; Araújo, Carla Luzia França; Batista, Sônia Maria. (Depto. Enfermagem e Saúde Pública, Escola de Enfermagem Anna Nery, UFRJ, Rio de Janeiro-RJ) Artigo: Comportamento de risco para a infecção pelo HIV entre adolescentes atendidos em um Centro de Testagem e Aconselhamento em AIDS/DST no Município do Rio de Janeiro, Brasil. In Epidemiol. Serv. Saúde v.14 n.2 Brasília jun. 2005. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742005000200008&lng=pt&nrm=iso

Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS/DST – 2007 (preliminar). Brasília – DF. 2007. Acesso: ago/2009, através do endereço eletrônico: http://www.aids.gov.br/

Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS/DST – 2008 (preliminar). Brasília – DF. 2008. Acesso: ago/2009, através do endereço eletrônico: http://www.aids.gov.br/

Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico AIDS/DST – 2009 (preliminar). Brasília – DF. 2009. Acesso: jan/2010, através do endereço eletrônico: http://www.aids.gov.br/

Neri, Marcelo (coord.). Mapa do Fim da Fome II: zoom nas favelas cariocas. FVG – 2004. Acesso: dez/2009, através do endereço eletrônico: http://www.fgv.br/cps/MapaFimFomeII/Apresenta%C3%A7%C3%A3o/ESM2_texto_vers%C3%A3o%20final.pdf

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V- Pesquisa: PET e Papel na Sociedade

- História do Petróleo e do PET
- Reciclagem do PET
- História do Papel
- Reciclagem do Papel


Bibliografia

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- O que é um plástico biodegradável? (permanente).
- Programa que prevê o uso consciente das sacolas plásticas avança no país. Matéria reproduzida na seção Boletim Eletrônico do Plástico n° 63 (14/10/2009), da fonte: JB Online.
- Cientistas descobrem plástico que pode ser fabricado sem usar combustíveis fósseis. / Matéria reproduzida na seção Boletim Eletrônico do Plástico n° 69(01/12/2009), da fonte: Inovação Tecnológica.
- Ceasa de Campinas inaugura banco de caixas plásticas. / Produção de carros "verdes" desperta a atenção de empresas de autopeças. / ABNT volta a adotar selo de certificação ambiental. Matérias reproduzidas na seção Boletim Eletrônico do Plástico n° 67 (16/11/2009), das respectivas fontes: Estadao.com.br; Valor Econômico; ABNT www.abntonline.com.br/rotulo.
- Exigência da adoção de sacolas plásticas oxibiodegradáveis no paraná é ilegal. Matéria reproduzida no na seção Boletim Eletrônico do Plástico n° 66 (06/11/2009), da fonte: TJPR.
- Uso da nanotecnologia beneficia o setor plástico. Matéria reproduzida na seção Boletim Eletrônico do Plástico n° 57 (27/08/2009), da fonte: DGABC. Acesso em Jan/2010, através do endereço eletrônico: .

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Vonpar. Embalagem PET provoca polêmica. (24/09/2007) Matéria publicada na seção Notícias do sítio Vonpar, da fonte Valor Econômico/SP. Acesso em Dez /2009, através do endereço eletrônico: .







Reciclagem e Filosofia


Reciclagem
A palavra sugere a idéia de roda, círculo, bola, ciclos como à luz do dia seguem as sombras da noite, como são as fases da lua, as estações do ano: o frio do inverno e o calor do verão. Ciclos que se tornam Novos Ciclos. Para isso é preciso um impulso, uma força necessária para ligar um ciclo a outro – na idéia de reciclagem este impulso depende da vontade de uma pessoa ou um grupo disposto a empurrar esse carrossel.


Filosofia
A utilidade da filosofia é captar as paisagens e os fenômenos, entender a performance das coisas no mundo. Para isso, utilizaremos um pouco do pensamento de Aristóteles (só um pouco) para poder falar de reciclagem.

Aristóteles (384AC - 322AC)
Aristóteles foi um pensador da Grécia (de Sócrates, Platão, Parmênides etc.), sociedade brilhante na História Antiga. Conhecimentos maravilhosos serviram tanto à civilização árabe, como aos europeus. Por seus livros escritos, os gregos são considerados um fundamento na Europa e no mundo ocidental – são Clássicos.
Na Europa “em trevas medievais”, o grupo dominante criou a Ordem dos Cavaleiros Templários, de militares e proprietários de terras. Em nome de Cristo, saquearam muitas cidades “infiéis”, travaram guerras por ouro, como nas histórias de Ricardo Coração de Leão (+/- ano 900). A Europa também não era apenas cristã, como aparece nas lendas do Rei Artur, tipo Harry Potter. Isso ocorreu até a Inglaterra receber Guilherme de Occam, um rico estrangeiro, guerreiro e filósofo, que tornou-se Rei Cristão da Inglaterra (séc. X). Ele incentivou a Universidade de Oxford a reciclar Aristóteles – um pensamento sistemático, a Ciência do Mundo Atual (ano 2010).

Paisagem
Aristóteles chama de “existência” (ser) não só os seres humanos, mas as plantas, animais e o cosmo inteiro – cada um em seu lugar natural. Do chão o filósofo observa Sol e as estrelas, marcando dois pontos opostos: terra e fogo, dentro de uma noção de peso. Entre a terra e o fogo seguem a água e o ar.

[terra = força da gravidade; fogo = o astronauta que flutua]

[Sol, Estrelas, Astros = Fogo ou Cosmo ou Universo]


Movimento
Além dos quatro elementos (água, ar, terra e fogo), o filósofo considerava uma quinta natureza, chamada éter. A natureza dos “astros” lhe apresentava o mais perfeito movimento: o movimento circular. A expressão que diz “retorno ao pó” está presa a este movimento – um ciclo eterno de começo e fim, vida e morte.

As Coisas da Natureza
Tudo é existência, que Aristóteles expressa como substância. Uma substância primeira: existir, uma pessoa concreta por exemplo. Outra substância, segunda: os julgamentos, os conceitos; todos tipos de classificação são uma abstração.

Conceitos: é o conteúdo duma expressão, seu significado, coisa concreta dividida em tipos: substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, ação, paixão.

[substância = sujeito e predicado]
[ser humano + alto/baixo, preto/branco, letrado/ignorante etc.]


Ato e Potência
Em Aristóteles temos as coisas concretas, mas essas COISAS estão em movimento, sempre. Exemplo:
O mar bate nas rochas, então teremos areia – areia/rocha são o mesmo. Quando vira areia, em ATO, a “coisa” ganha dois sujeitos: é rocha e areia. Se fazemos dessa areia um copo, teremos quatro sujeitos (rocha/areia/vidro/copo) e alguns predicados. O copo pode ser: útil, barato, bonito.

[Rocha = potência, que em ATO se transformará em areia]
[Pode não virar Areia nunca, mas a POTÊNCIA está na Rocha]
[Semente/árvore, rocha/areia – existência em movimento]


Inteligência e Determinação
A inteligência, como potência, é capacidade real, para se determinar uma “coisa” – é o pensamento em movimento.
A inteligência é o pensamento pronto para receber o ATO, chamado Idéia. Cada idéia é um novo ato, uma determinação seguida de outra, recebida pelo princípio real de POTÊNCIA.


Causa e Consequência
Causa é o lugar das coisas, “aquilo de onde a coisa é (ser), ou se faz (fazer), ou se conhece (saber). O pensamento sempre gera uma conseqüência.
* modos do ser (transcendentes e especiais)
* divisão do ser (ato e potência)

Para ser, fazer, ou saber:
Aristóteles usa a doutrina das quatro causas:
* Causas Internas: forma e conteúdo (matéria).
* Causas Externas: eficiência (fator) e finalidade.

As quatro causas:
* Conteúdo * Forma * Eficiência * Finalidade

A filosofia serve de guia para construção de novas ações, no sentido de dar o melhor aproveitamento às coisas produzidas em sociedade, se possível, com finalidade e eficiência ecológicas. Assim como a produção industrial é fruto de uma causa especial, uma ação inclinada ao pensamento ecológico também é uma especialização.



Produtos Especiais

Objetivo: reciclar Papel.


PAPEL – filosoficamente

A substância concreta é a Semente, que em Ato e Determinação deve se transformar em Árvore. Esse é um modo de ser transcendente das árvores/sementes, pois se move em ciclos de semente/árvore/semente/etc.. Mais precisamente, temos na existência como árvore/semente matéria própria para produzir papel, nas formas principais: eucaliptos e pinheiros.

Uma Árvore nesse processo receberá uma outra determinação, um modo de ser Especial. O ser humano quando vai a floresta leva um projeto: transformar a árvore em papel. Um fazer é destinado a esta árvore, um fazer especializado – papel.

Dos antigos papiros do Egito ou folhas de arroz da China, chegamos em nossos dias ao estágio industrial: a indústria papeleira. Nesse momento, não importam quantos processos seguem do corte da madeira até o branqueamento do papel, teremos pelo menos três sujeitos: papel, semente e árvore.


Nossa inteligência percebe a quantidade e qualidade de saberes necessários ao fazer: botânicos, moto-serras, tratores, picotadores, caldeiras de pressão, produtos químicos, prensas e tesouras mecânicas, empilhadeiras, caminhões para transporte aos pontos de venda: navio de exportação, shopping center, papelaria, camelô etc..

Compramos esse papel somente se cremos em seu conteúdo (ser mesmo papel) e forma (servir para escrever, para higiene, embrulhar presentes, emitir nota fiscal etc.). Essa forma e conteúdo ainda precisam atender a preocupação principal dos fabricantes: causar um ser eficiente (qualidade competitiva entre fabricantes de papel) e finalizado (vender papel).

Pesquisadores sociais, núcleos ambientalistas, grupos engajados pelo social e os moradores próximos às fábricas de papel percebem outros saberes não utilizados pelas indústrias: a poluição. Isso ocorre através de projetos e preocupações diferentes daquelas dos fabricantes.

Saúde
O ser humano busca preservar sua saúde diante do papel que consome. Busca, então, causar uma outra eficiência para o complexo da indústria de árvore/papel (como ter o lixo químico longe do contato com as famílias) e por uma outra finalidade (como não ter câncer ou dor de barriga causada por água contaminada com esse lixo).

Paisagem Natural
O ser humano não deseja ver as paisagens naturais destruídas. Busca, então, um projeto capaz de causar uma outra eficiência para o complexo indústria/papel (como ver o lixo químico bem armazenado e transformado em algo não tóxico a natureza), como quer outro fim (maior sensibilidade para acertar limites para não ver as florestas naturais destruídas).

Lutas Sociais e Ambientais
O ser humano não deseja ver pessoas em estado de miséria morando no entorno das fábricas de papel, ignorantes dos seus direitos, violentadas por capangas. Busca, então, um projeto capaz de causar:
Uma outra eficiência para o complexo indústria/papel (como ver mais vagas de trabalho destinadas a essas pessoas, uma parte dos lucros revertidos em melhorias de água tratada e saneamento, ver a polícia coibir capangas da expulsão do homem do campo, ver o lixo tóxico bem cercado e sinalizado).
Um outro fim (maior sensibilidade para fazer ajustes de responsabilidade social, diminuir a desigualdade entre pobres e ricos, rejeitar a miséria, pouca educação e má qualidade de vida).

Consumismo
A indústria promove seus produtos para um enorme grupo de consumidores através de um cálculo simples: bom, bonito e barato.
O consumismo está na passividade com que fazemos uso do dinheiro para suprir necessidades e desejos.
Se optamos pelo mais barato, ou pelo mais bonito, geralmente não pensamos boas nas qualidades do que deveria ser esse bem – um “bem bom” é quase sempre caro demais.
Os produtos industriais muitas vezes trazem perigos embutidos. Em muitos dos bens consumidos pagamos pelo “bom”, que não é exatamente um “bem-bom”.
– Não imaginamos os males à saúde, nem a quantidade de poluição, nem tomamos conhecimento da ética de trabalho adotada pelas empresas.
– As indústrias são competitivas e violentas entre si.
– Nessa disputa muitas vezes não resta qualquer alternativa aos nossos saberes limitados: os consumidores passivos.

Sonhos
Sonhos são sempre possíveis, portanto, cada ato de pensar a sociedade de modo diferente, em busca de maior autonomia, será sempre uma alternativa. Então, podemos “ser nossos sonhos” e divulgar nossos sonhos, como consumidores ativos.

ONG
As Organizações Não Governamentais justificam a si próprias como fundamentais no auxílio e organização social dos países, ocupando espaços não protegidos pela burocracia de Estado. A ideologia, como uma visão especial da filosofia, é um instrumento perfeito para grupos engajados zelarem pelas possibilidades humanas, as quais vemos em desperdício a cada dia. Apesar dos mais belos sonhos da atualidade, continua fundamental sonhar, com mais vigor, sem se deixar abater.
O mesmo se poderia falar sobre os princípios democráticos, quando reclamados por corajosos cidadãos... Foram intelectuais, artistas, sindicatos, associações e homens políticos: as manifestações de massas trouxeram o fim da ditadura!
Logo após esse período, a criação das ONG’s ganhou destaque com a realização da ECO 92 (UNCTAD-1992, Rio de Janeiro), um grande encontro marcado por reivindicações ecológicas, étnicas, científicas, preocupadas com a destruição da natureza e os rumos do planeta. Exigiam mais ética dos governos para com a questão ambiental, respeito aos movimentos sociais.
Conquistaram a demarcação da reserva dos índios Yanomani, inserindo o estado de Roraima na atualidade do pensamento brasileiro – pelos povos americanos originais, dos quais somos parentes.



5 Erres do Ambientalismo
Os erres da ideologia das ONG’s ambientalistas pretendem experimentar uma nova visão, um pensamento futuro: ecológico e para todos.
Quais erres? São cinco: Reciclar, Reutilizar [produtos], Reduzir [danos], Responsabilizar [empresas] e Respeitar [pessoas, plantas e bichos] – se usados com vitalidade pelos coordenadores das ONG’s, estas jamais seriam financiadas por empresas privadas, responsáveis por tanta poluição...


Empresas e Estado
As ONG’s sofrem de constante falta de recursos financeiros, de empresas ou do Estado – por estarem ao lado das mudanças sociais. Muitas pessoas não são capazes de se organizar e combater as misérias embutidas nos produtos, pois sofrem todo tipo de boicote dos capitalistas. Estes boicotes vão desde a pouca oferta de emprego até jogos psicológicos, a falta de recursos na assistência social e mesmo o uso da violência.
O boicote maior é a propriedade das terras – pela força dos governantes (administradores), políticos (legislativo), dos juízes (judiciário), dos cartórios (burocracia), finalmente, pelas armas (militares), que é um direito exclusivo. Não o revólver apenas, mas navios, aviões, tanques, helicópteros, estratégias e altas tecnologias usadas para lançar bombas e mísseis de guerra – exércitos são pagos com o dinheiro.
É o monopólio da força versus a fragilidade humana; a classe dos capitalistas (latifundiários /industriais /bolsas de valores) produz pobreza, seja ele um tipo urbano favelado ou um tipo camponês, sem-terra. A quantidade força é medida em termos de capital – tecnologia, produção, poder político e guerra.

Democracia
Aristóteles em sua Política diz que o Estado exerce uma finalidade: “Sabemos que toda cidade é uma espécie de associação e que toda associação se forma tendo por alvo algum bem; porque o homem só trabalha pelo que ele tem em conta de um bem.”
“O homem é por natureza um animal político”

Por fim, a reunião de homens (sujeitos políticos associados por interesses semelhantes numa democracia) deve cumprir uma função: realizar o bem comum. Aos que não estão incluídos resta lutar por melhorias, juntando-se aos seus de modo político: igrejas, partidos, ONG’s, associações, cooperativas e federações são as formas políticas mais conhecidas.





A Reciclagem na Roda do Break






IV- Produção Artesanal para ter Autonomia.

Programação: Concepção de Objetos de Arte, Projeto de trabalho, Materiais Recicláveis, Tempo de Trabalho, Distribuição e Retorno.
Concepção: A concepção de um projeto artesanal é fundamental para ganhar total independência, de projetos do governo ou qualquer outra amarra, que impeça o Hip-Hop de fluir. Se formos bem sucedidos poderemos bancar nosso zine sem meter a mão no próprio bolso, seria uma fonte interna mesmo. Também podemos acrescentar conceitos aos produtos: ecologia, alimentação saudável, etc. Este passo é importante para separar ética social e comércio.
Organização: Chamar os interessados para participar nisso também e centralizar a distribuição: das tarefas, das vendas, da remuneração, com o cuidado de dar liberdade a cada um em termo de $$.

Algumas Idéias de Vendas:

Toda e qualquer atividade servirá para dar suporte a circulação GBCR pela cidade, além de ter algum fundamento ético. O motivo é criatividade individual, preocupação social e intervenção ecológica – os fundamentos éticos.

A)Dobraduras: formar uma minicoleção de aviões de dobradura em papel, bem pintadas e encaixotadas, como um brinquedo de sala.

B)Móbile1: formar um mobile infantil com origamis voadores, como os aviões’zinhos de papel.

C)Móbile2: trabalho de escultura com cordas e arames, que podem formar cobras, águias e outros bichos. O arame precisa ser esmaltado, para ficar belo. O corpo é feito de corda, mas amarrado com arame, para dar forma fixa. Olhos e cabeças podem ser feitos com papel ou papelão, tipo Origami Instantâneo, revestidos de cola, para ficar sólido. Pensar em formar argolas de arame para permitir ficar suspenso com fios presos ao teto.

D) Moda Toy: é costumizar brinquedinhos, bibelôs de gesso, pintando com muito stile.

E) Cartões e Esculturas: valorizar as escritas de TAG’s, que podem ser recortes e encaixes feitos em cartolina, como as já feitas, ou podem ser feitos em PET, a partir de moldes fixos também.

F) Brinquedões de PET: Construir Aviões e Carros gigantes, a partir de garrafas PET. Desenhar tudo isso, para fazer os protótipos.




Fundamentos para uma Oficina de Reciclagem

1- Atividade dividida em quatro fases:
a) bancada de criatividade;
b) exposição sobre ecologia: ênfase em POP, dinâmica de consumo industrial, destruição de paisagens naturais,
c) exposição sobre sociedade: ênfase em dinâmica de propriedade, necessidades, desejos e luta de classes, superação de dificuldades,
d) reciclagem e antropologia da dança: ênfase nos 5 erres, especial para reutilidade e reciclagem, a função da idéia de roda na cultura popular.

Significados: a idéia de roda pode ser encontrada na cultura popular, tanto de uma maneira desarmada, como romantismo, mas aparece principalmente na forma de disputa.
Podemos falar sobre isso a partir das rodas de dança, rodas étnicas: indígenas, judaicas, inglesas/francesas de São João, cirandas e jardineiras portuguesas, semba e capoeira – a criação do mundo, eternidade e “gate” para um outro plano psicológico.



a) bancada de criatividade;

Cronograma de Oficinas:

Criatividade com Material Reciclável:

Apresentar os protótipos a turma (previstos 10 integrantes)

Oficinas de Dobraduras de Papel:

Material: tesoura, estilete, lima/amolador, cola branca, fita adesiva, calhamaço de jornal, encartes de propaganda em papel melhor.

Pintura: tinta Guache e Acrílica.

Módulo 1 - Triângulos, quadrados, avião simples, pirâmedes (3, 4 lados), canudos (enrolado e dobrado), coração.
Módulo 2 - montagem de balão, barco, caixa, mandala.
Módulo 3 - montagem de avião(s) complexo, pássaro(s), rato, mandala.


Oficinas de Montagem com PET:

Material: tesoura dura, estilete, furador, lima/amolador, calhamaço de jornal, garrafas limpas, muitas tampas, fita adesiva grossa, furador de papel, vela e prego, lata para proteger a vela, ferro de passar.

Pintura: pincel, Prime de PET, tinta acrílica para plástico, removedor.

Módulo 1 - Bolas, módulos para puf, bolsas.
Módulo 2 - Encaixes, helicóptero, carro, bonecos.
Módulo 3 - Barco, submarino, estojo bujão.


b) exposição sobre ecologia: ênfase em POP, dinâmica de consumo industrial, destruição de paisagens naturais,


Texto:


Hip-Hop na Reciclagem





Saiba como fazer Papel Reciclado

O QUE VOCÊ PRECISA:

• papel e água
• bacias: rasa e funda
• balde
• moldura de madeira com tela de nylon ou peneira reta
• moldura de madeira vazada (sem tela)
• liquidificador
. jornal ou feltro
• pano (ex.: morim)
• esponjas ou trapos
• varal e pregadores
• prensa ou duas tábuas de madeira
• peneira côncava (com "barriga")
• mesa



ROTEIRO:
A - Preparando a polpa:

Pique o papel e deixe de molho durante um dia ou uma noite na bacia rasa, para amolecer. Coloque água e papel no liquidificador, na proporção de três partes de água para uma de papel. Bata por dez segundos e desligue. Espere um minuto e bata novamente por mais dez segundos. A polpa está pronta.


B - Fazendo o papel:

1. Despeje a polpa numa bacia grande, maior que a moldura.
2. Coloque a moldura vazada sobre a moldura com tela. Mergulhe a moldura verticalmente e deite-a no fundo da bacia.
3. Suspenda-as ainda na posição horizontal, bem devagar, de modo que a polpa fique depositada na tela. Espere o excesso de água escorrer para dentro da bacia e retire cuidadosamente a moldura vazada.
4. Vire a moldura com a polpa para baixo, sobre um jornal ou pano.
5. Tire o excesso de água com uma esponja.
6. Levante a moldura, deixando a folha de papel artesanal ainda úmida sobre o jornal ou morim.


C - Prensando as folhas

Para que suas folhas de papel artesanal sequem mais rápido e o entrelaçamento das fibras seja mais firme, faça pilhas com o jornal da seguinte forma:

• Empilhe três folhas do jornal com papel artesanal. Intercale com seis folhas de jornal ou um pedaço de feltro e coloque mais três folhas do jornal com papel. Continue até formar uma pilha de 12 folhas de papel artesanal.

• Coloque a pilha de folhas na prensa por 15 minutos. Se não tiver prensa, ponha a pilha de folhas no chão e pressione com um pedaço de madeira.

• Pendure as folhas de jornal com o papel artesanal no varal até que sequem completamente. Retire cada folha de papel do jornal ou morim e faça uma pilha com elas. Coloque esta pilha na prensa por 8 horas ou dentro de um livro pesado por uma semana.


Efeitos decorativos

Misture à polpa: linha, gaze, fio de lã, casca de cebola ou casca de alho, chá em saquinho, pétalas de flores e outras fibras.
Bata no liquidificador junto com o papel picado: papel de presente, casca de cebola ou de alho.
Coloque sobre a folha ainda molhada: barbante, pedaços de cartolina, pano de tricô ou crochê. Neste caso, a secagem será natural - não é necessário pressionar com o pedaço de madeira.
Para ter papel colorido: bata papel crepom com água no liquidificador e junte essa mistura à polpa. Outra opção é adicionar guache ou anilina diretamente à polpa.


Dicas importantes

A tela de nylon deve ficar bem esticada, presa à moldura por tachinhas ou grampos.
Reutilize a água que ficar na bacia para bater mais papel no liquidificador
Conserve a polpa que sobrar: peneire e esprema com um pano.
Guarde, ainda molhada (em pote plástico no congelador) ou seca (em saco de algodão).
A polpa deve ser ainda conservada em temperatura ambiente.










Massa Biscuit

Para preparar a massa de biscuit no fogão misture 2 xícaras de chá de cola CASCOREZ (rótulo azul) ou cola Cascorez Porcelana Fria com 2 xícara de chá amido de milho, 1 colher de sopa de suco de limão (age como conservante), 2 colheres de sopa de vaselina líquida na panela com revestimento anti-aderente e leve ao fogo brando, mexendo sem parar com a colher de pau, até que a massa forme uma bola e se solte do fundo e das laterais. Tome cuidado para evitar que as sobras que costumam ficar na borda da panela não se incorporem à massa. Depois de pronta, espalhe o creme de mãos sobre um tampo de mármore ou de outra pedra e sove a massa por vários minutos, ainda quente. Acondicione-a num saquinho plástico bem fechado, para não ressecar, ou envolva-a em filme plástico para cozinha.
Pode-se também, após misturar todos os ingredientes e em uma tigela de vidro e colocar no microondas em uma tigela de vidro por aproximadamente 3 minutos em potência máxima. A cada 50 segundos retirar a massa e mexer. Quando ficar consistente com ainda um pouco de cola no fundo a massa estará pronta











ESCULTURAS DE PAPEL RECICLADO

A partir de papel amassado (jornais ou revistas) constroem-se objetos de decoração ou brinquedos como carros, animais, flores etc. Com o objetivo de mostrar a importância da reciclagem, da preservação e do artesanato em nosso país.

PAPIETAGEM

Papietagem é uma antiga técnica de confecção de máscaras para o teatro. Diversas camadas sobrepostas de jornal e cola caseira (grude) são coladas sobre uma base qualquer produzindo uma estrutura firme depois de seca.

A técnica da papietagem se aperfeiçoou com o tempo, servindo não apenas para a confecção de máscaras, mas para o feitio de qualquer objeto, desde formas simples de uma só face como a papietagem de pratos até formas mais complexas que devem ser papietadas dos dois lados e depois unidas, como esculturas.

O jornal deve ser rasgado em pequenos pedaços sem o uso da tesoura para a melhor junção das fibras. Qualquer objeto pode ser usado como forma, depois subtraído da máscara. Mas podemos usar também uma estrutura permanente feita de papelão, plástico, madeira, etc.

A receita da cola caseira usada na papietagem é simples: para cada colher de sopa de farinha de trigo, usa-se uma xícara de água; dissolver e levar ao fogo mexendo para não embolar e para maior durabilidade do grude recomendam o uso de algumas gotas de pinho sol ou formol.


PAPEL MACHÊ

? Girafa de massa de papel machê, armação em arame de cobre, pintada com tinta acrílica, com cerca de 30 centímetros de altura, feita por Werner de Paula e oferecida em 17/03/04. Tel: 4461-3607.


Ingredientes:

– 01 rolo de papel higiênico branco (pode usar dos baratos)
– 1/2 Kg de farinha de trigo
– Água
– Cola Branca
– 04 colheres (sopa) de vinagre
– 01 colher (sopa) de pinho sol

Modo de fazer: Rasgue bem picadinho o papel higiênico e deixe de molho na água por 24 horas. Escorra a água, junte a farinha de trigo e a cola até dar uma boa liga - não pode esfarelar. Coloque o vinagre e o pinho sol – ingredientes que não deixam a massa apodrecer.

Após secar, pinte a peça com a tinta de sua escolha: acrílica, tinta óleo, Látex ou esmalte sintético. Se a peça demorar para secar coloque-a ao sol.




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