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O Grime não é o Crime
................................................................... O Hip Hop é um só, mas as cenas mudam, em cada lugar se faz diferente. A música norte-americana é global, pois todos compram, gostam e usam do jeito que bem entender, inclusive o RAP. Depois iremos dedicar um post a essa história. Agora vamos acompanhar a cena Londrina, que a capital da Inglaterra está fazendo bonito. A influência vem de todos os lados, pelas mãos de gente das colônias, negros da África e do Caribe, assentados na Europa para terem melhores empregos. Misturam-se com os brancos pobres, os indianos e demais expoliados - fazem um som pesadão!! Nas colônias inglesas, as pessoas falam inglês sem precisar de cursinho, portanto, viajar pra lá é um barato, que sai mais barato.
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UK-Emcees: Shystie com “Diamond In The Dirt” pela Polydor; “I Luv You” com Dizzee Rascal's “I Love U”; Lady Sovereign; Lady Fury; No Lay & C-Mone, todos do UK RAP Biz (Biz = Business = fazer dinheiro), onde o HipHop encontra o Grime, com a molecada rimando desde os 12 anos – tipo adol.
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Lady Fury se apresenta: Sua música preferida é da cantora de rap Lady Sovereign, que apresenta o sucesso de “Love Me or Hate Me”, presente no álbum Public Warning, lançado pelo selo Def Jam, dirigido por Brian Beletic. Lady Fury (na foto ao lado) prefere músicas dos gêneros Break Beat, Hip Hop, R'n'B e o óbvio: UK Garage. Descreve a si mesma como uma rapper que adora compor as próprias letras e investe tudo na presença de palco. Sem medo de demonstrar talento, diverte-se com as batalhas de rap, em especial contra aqueles que se julgam os melhores: “Pode vir e tentar a sorte: será detonado em dois tempos!!
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Para ouvir na vitrola ela prefere o rock Garage, em especial rock dos músicos brancos, o que diz ser algo assim... sem outra conotação ou ofença racista. Dentre suas bandas preferidas estão: Aaliyah, Vibes carn't tell, Ms Dynamite.
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Além de gostar da cena UK, “por conta do ritmo pesado e estilo viciante”, como toda criança vaidosa ela adora roupas, saúde e cosmética, jóias e carros, vídeos & DVD’s, viajar, telefones celulares, esportes. Só playboyzice de adol… Nasceu inocente em primeiro de abril de 1991.
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Acima: Informações buscadas no sítio eletrônico
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Abaixo: Transcrição da entrevista ao vivo com Lady Fury, publicada em 19/10/06, com duração de 11:23 minutos, by SCOTT C. Trampa há milianos na Death Row Records, o selo hip hop na Europa para nomes como Dr. Dre, Tupac Shakur, Snoop Dogg.
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Lady Fury é Grime MC. Com a pouca idade de 16 anos, voltou-se para o jogo do Grime e foi impulsionada para a indústria da música como produto imperdível. Nesta entrevista exclusiva Fury narra sua entrada, como mulher, em uma cena dominada por homens e comenta seu novo EP - Beginning of the End.
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O Grime veio à tona com o sucesso de Dizzee Rascal, início da última Invasão Britânica. Com Rap’s maneiríssimos, Beats eletrônicos, comércio de pirataria radiofônica e estrelas púberes, o mundo das ruas da East London formou o amálgama chamado Grime – cena quentíssima!
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Há um novo som vindo da Inglaterra sob o termo “British Invasion”, que está sendo revivido na imprensa especializada norte americana. (Que país? Inglaterra ou UK, ou Reino Unido, ou Britânia, tanto faz – é aquela ilha onde se fala inglês, país do Norte europeu, capital: Londres) Desde de que o drum & bass ganhou uma forma britânica, bastante apreciada na cena underground internacional, novos rótulos vêm surgindo: Sublow, Eight-bar, Dubstep, Eski, G-hop e o cheio de influências U.K. Garage (pronunciado como “garridge”) – mas o título do momento chama-se Grime. O nome se criou depois do sucesso de MC Wiley, que conquistou o público com seu álbum single “Wot Do U Call It?. O nome Grime se fixou apesar das várias e diferentes influências, além das marcas criativas regionais e diferentes que fazem a cena.
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Para muitas pessoas fora da Inglaterra, a subida do Grime ocorreu com a chegada do garoto de 20 anos da East London, Dizzee Rascal, mas para centenas de devotos da cena Garage inglesa Dizzee foi justamente o último, manifestação maior daquilo que vinha se criando com os anos. Pegando os caminhos paralelos do comércio, numa aliança entre Two-step e a cena Garage, enquanto se ignorava os novos derivados do hip hop and R&B, as crianças se criaram e agora ganham atenção total da indústria da música urbana.
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Rotular o novo som londrino como apenas uma outra versão do hip hop é ignorar o vasto material numa composição de influências: hip hop, techno, drum & bass, dancehall e ainda o punk. MCs do Grime não perdem tempo em detonar a concorrência, como fazem os tipinhos dos EUA, ao contrário: degladiam-se politicamente com as falhas nos programas de habitação do governo (Council Estate government housing), e dialogam diretamente com movimentos de ocupação de residências abandonadas.
Fazendo uso do vigor do “bouncing”, dos ritmos sincopados, dos sons sintéticos dos video-games, de estranhos sons minimalistas e pesados rifes de guitarra, que acompanham linhas sub-sônicas dos graves – muitas destas bases em nada lembra o que se conhece por hip hop.
Somados a isto, estão as vozes revoltadas dos jovens negros ingleses, os Britons, embalados na cena rave e apimentados nas batalhas de MC, que muitas vezes terminam em brigas homéricas – essa é a cena Grime!
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East End beginnings
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E daí? Afinal, o que é que surge debaixo destas luzes? É um grande momento da música ou é apenas um modismo passageiro? “É o produto final que se desenvolveu como música UK”, diz Charlie Dark, DJ, produtor, membro do respeitado no Attica Blues/UK e fundador do Blacktronica, forum para expressão black electronic, criado para mudar os parâmetros da indústria musical no UK. “Grime é a conclusão final de diferentes fatores, um deles pode ser tirado do movimento de imigração de gente das colônias inglesas do Caribe e da África, que ganhou maturidade fazendo esta música.” Com isso, toda uma influência veio na bagagem como reggae, hip hop e outras culturas, formando uma salada mista. Entram na tradição inglesa de absorver culturas estrangeiras, dar-lhes nova roupagem, coisa que o Grime também não escapou.
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“A tecnologia também chegou ao ponto em que qualquer um pode meter a mão em um software pirata de edição de som, ou um playstation, e fazer suas próprias trilhas sonoras circularem em rádios, clubes ou dar a volta ao mundo em apenas um clique. Estas coisas permitem a cultura regional ingressar numa rápida mudança, tornar-se um mutante instantâneo.”
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“Embora o Grime tenha nascido nas ruas do East London, você deve buscar o som de centenas de crews e artistas individuais de todos os cantos da cidade, que vão aos poucos tomando forma, por todo o resto do país. São jovens as faces deste novo som: Wiley, Kano, Terror Danjah, Shystie, Plasticman, Dizzee Rascal and Lady Sovereign, para falar de alguns apenas.
Lady Sovereign é esta menina da foto, já foi produzida pela indústria, virou mulherão - malhou pracarai!
Pode ser até que tenham se apoiado na cena de Nova York, no gangsta da Miss Eliot e tal, mas ultimamente trata-se da voz da juventude inglesa, numa demonstração de maturidade bem diante de nossos olhos, com discos gravados por garotos de 14 ou 15 anos de idade.
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“Para ser honesto, não penso que a maioria destes que estão na cena Grime se importe com o que alguém de fora está sentindo, se pegou o feeling do movimento. É mais como se a música abrisse a oportunidade para que eles possam expressar um monte de coisas que estão sendo vividas”, diz Dark. “Eles pensam, com esse canal de voz, num meio de sobrevivência, sair da situação difícil em que se encontram. Vivo no coração de Londres, bem diferente de qualquer outra parte da cidade, e esta música reflete o que se passa ali. É muito Grime! Mas é uma música que incorpora a atitude sentida e vivida nas ruas, parecida com o hip hop no início, que falava de uma parte esquecida de Nova York. Diferente do drum’n bass, criado por gente que pôde viajar, conhecer outros lugares, o Grime é feito por gente que nunca saiu dali do East London. Tradicionalmente a música inglesa não sobrevive fora dali, porque é exportada em separado desta cultura local.
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Dizzee spell
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O maior produto tipo exportação da East London nesse momento é o jovem Dylan Mills, mais conhecido como Dizzee Rascal, quem antes de ganhar o prêmio England's Mercury Prize de 2003, já tinha feito seu nome por ele mesmo, na cena Garage, como membro do Roll Deep Crew. Em seu sucesso de 2003, o disco Boy in da Corner, foi grande o misto de entusiasmo e confusão. A indústria dos EUA recebeu o álbum totalmente fora do contexto, sem perceber a base do onde tinha vindo e se criado. Dizzee incorporou a chapa-quente, a juventude perturbada do East London e não teve problemas em traduzir aquilo para os beats e rimas, tornando-se a primeira estrela a representar o Grime. Desde o seu trabalho no Showtime em 2004, que ele vem excursionando incansavelmente, sempre lembrando do prêmio Mercury Prize como um primeiro passo, que abriu espaço para a cena do East London poder passar.
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“Não entendia como poderia tocar tantas pessoas com apenas dois álbuns” diz Dizzee Rascal, com sua voz calma (porém selvagem). “É louco. As pessoas me perguntam todo o tempo se eu sinto a pressão desta posição, mas a única pressão que eu sinto é fazer a melhor música que eu puder, (naw'mean) sacou? É fácil falar que você não teve amarras, mas isto é apenas outra coisa para colocar na música, sacou? Você precisa ter a mente aberta e realmente estar sem amarras quando você entra na música. Hip hop é minha música favorita, depois drum & bass e fing, mas também gosto de rock, grunge, techno, hardcore, R&B, dancehall, country-western, o que for, sacou?”
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Dizzee cresceu dentro de uma das mais fortes e persuasivas influências do trabalho no underground inglês – a rádio pirata. “A rádio Pirata é o único caminho, de onde eu venho, para a pessoa ser ouvida, sacou? Seja para o MC, o DJ ou o produtor. Este é o jeito que a rapaziada dos Conselhos Estaduais pode dar, sacou? Mais que isso, é parte da cultura inglesa. A rádio pirata tem sido assim ao longo dos anos, diferente da maioria da grande música do U.K., como drum & bass, hardcore, garage ou o que seja, que nasceram fora da rádio pirata.
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Correria no telhado
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Com a emissoras de rádio underground, que rodam de modo auto-suficiente em conexão direta com as ruas, o centro nervoso da indústria musical fritou os miolos. Não é surpresa, mesmo nesses anos, que a rádio pirata, apesar de proibida, seja a parte vital para o caminho underground. Tempo atrás, o DJ Slimzee de 23 anos foi punido e banido oficialmente das emissoras da East London, depois que uma câmera de vigilância sorrateira o flagrou instalando antena pirata. Slimzee estava a serviço da Rinse FM, uma das mais populares estações de rádio pirata e a que mais impulsionou a carreira de Dizzee Rascal. A cena também ferveu quando foi lançada uma TV à cabo autônoma, a Channel U. O dedão do meio para a prepotência da MTV, que teve que enfrentar vídeos caseiros na concorrência com as super-produções dos EUA.
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Alguns questionam se a cena Grime poderá continuar eternamente no undergrownd, se tiramos o Two-Step ou o Garage como exemplos. Na medida em que a popularidade aumenta, a música se torna mais ligada aos produtos de grande audiência. “Vejo o Grime como um degrau necessário.”, diz Lady Fury, uma moça de 20 anos, uma das vozes mais vicerais no microfone do Rap. “Qualquer um é um MC. Além daqui, são muitos fazendo Garage, muitos produzem trabalhos independentes, que serão undergrown para sempre. Isso não morre. É muito fundo esse buraco. Na medida do reconhecimento, da evolução, fazer da música meio de vida, são coisas que todos querem. Farei do Grime o que eu bem entender.”
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Enquanto as divisões entre Norte, Sul, Leste e Oeste proporcionam grandes momentos, boas gravações, e impulsionam toda a cena, isso é acompanhado de mensagens pela internet, fofocas, notas sensacionalistas, jornais que divulgam as brigas nas raves ou os tiros dentro dos clubes. Os jornais britânicos tem amaldiçoado o Garage, e agora a cena Grime, insinuando que o Grime leva a violência e ao crime. Lady Fury pensa o contrário: “Muita gente não vê em nós bons modelos. Sempre haverá algum nervozinho encrenqueiro dentro de uma rave, mas a garotada vê a gente no palco. Fazendo MCing, com o pessoal gritando nossos nomes e cantando junto. Obviamente pensam: quero fazer isso também. Então, ao invés de ficar na rua, arrumando encrenca, entediado ou não fazendo mais nada com seu próprio tempo, nós incentivamos a fazer algo. Você escreve letras, faz rádio pirata, faz a produção das raves, só se botar suór e dedicação para chegar a algum lugar. As novas gerações sabem disso, porque nós ainda somos bastante novos. São pessoas ainda adolescentes que estão fazendo a coisa andar.”
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O Grime é talvez o único gênero de música em que se pode ouvir garotos de 14 ou 15 anos fazendo batalha de MC, falando dos tiroteios na sua área e tirando as bases dos seus videogames. Tanto na diversão como em amadurecimento, o resultado é um Break bem produzido. O som da juventude londrina pede para ser ouvido e o mínimo que se pode fazer é ouví-lo.
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Quer as BATALHAS? Só apertar aê:
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